[PRÉVIA] Playoffs da NBA 2021: Utah Jazz x Memphis Grizzlies
Ja Morant tenta levar os Grizzlies o mais longe possível na série contra o forte conjunto de Donovan Mitchell, Rudy Gobert e cia em Utah
Série de playoffs da NBA entre o cabeça de chave 1 e 8 normalmente caminha para uma dominância do melhor ranqueado. Mas o elemento surpresa sempre pode aparecer e no confronto entre Utah Jazz e Memphis Grizzlies alguns fatores podem auxiliar em um desfecho fora da varrida de Utah.
Dentre esses fatores, o principal é a condição física de Donovan Mitchell. O armador ficou mais de dois meses fora de combate devido a uma lesão no tornozelo e retorna à equipe justamente para a série de playoffs contra os Grizzlies.
Soma-se a isso que os Grizzlies atuaram nessa semana e tiveram duas atuações irretocáveis contra San Antonio Spurs e Golden State Warriors, com Ja Morant assumindo a responsabilidade de liderar a equipe em quadra.
O favoritismo é grande e segue com Utah, mas os Grizzlies têm armas para incomodar e tentar levar a série o mais longe possível contra a melhor campanha da temporada regular da NBA.
Frente a essas expectativas, o que esperar dessa série? Vamos a mais uma prévia do The Playoffs!
JAZZ X GRIZZLIES
Utah conseguiu o melhor recorde da temporada regular sendo um time extremamente equilibrado, que demonstrou evolução sob o comando de Quin Snyder mesmo sem grandes contratações para a equipe na offseason.
O fator-X nessa evolução foi Mike Conley, que teve diversos problemas de lesão e entrosamento no primeiro ano com o Jazz. O armador é um melhor ball-handler que Donovan Mitchell e possibilita que o colega possa se movimentar melhor sem a posse de bola.
Na temporada regular, esse equilíbrio foi exemplificado com Utah registrando o quarto melhor ataque da NBA (116,4 pontos por jogo) e a terceira melhor defesa da liga (107,2 pontos em média), tendo assim o maior diferencial de pontos com 9,2.
Já Memphis não conseguiu grande destaque coletivo na temporada. O jovem elenco tem em Ja Morant sua principal inspiração no ataque, com a defesa ainda sentindo a falta de Jaren Jackson Jr., que praticamente perdeu toda a temporada regular.
Em compensação, Jonas Valanciunas se tornou uma excelente peça dentro do esquema de Taylor Jenkins. O lituano foi o terceiro maior reboteiro da temporada (12,5 por jogo) e tem trabalhado bem nas tramas ofensivas com Morant, especialmente no pick n’roll.
Dentro dos números da equipe na temporada regular, os Grizzlies registraram o 15º melhor ataque (113,3 pontos por jogo) e a 16ª melhor defesa (112,3), resultando em um diferencial de pontos de 1 (15ª melhor marca).
O CONFRONTO
A presença de Rudy Gobert dificulta demais o trabalho dos adversários de Utah nas duas pontas da quadra. Por mais que Valanciunas tenha evoluído nessa temporada, não dá para comparar os dois jogadores e a tendência é que o francês faça o Jazz ter o domínio da área pintada.
Mesmo que Mitchell jogue em ‘marcha lenta’, Utah tem bons pontuadores para compensar esse ritmo fora da curva do armador. Além de Conley, Joe Ingles e Bojan Bogdanovic são consistentes no perímetro e Jordan Clarkson tem atuado muito bem vindo do banco.
Dessa forma, os Grizzlies precisam ao menos limitar a produção ofensiva dessas peças auxiliares, para tentar forçar o máximo possível Mitchell a testar o tornozelo recém recuperado. Se o núcleo coadjuvante aparecer bem, a chance de varrida para o Jazz é grande.
No ataque, Morant precisa seguir ativo como foi nos jogos do torneio play-in. Não existe sucesso para os Grizzlies na série sem o armador tendo alta produção.
O núcleo de coadjuvantes é instável, com Jackson Jr. ainda sem o melhor ritmo de jogo e nomes como Dillon Brooks e Kyle Anderson irregulares demais durante a temporada. Sem essa ajuda, mesmo Morant em alto nível será difícil para Memphis ter longa vida na série.
RETROSPECTO
Em três jogos entre as equipes na temporada regular, Utah levou as três partidas, embora em duas ocasiões os duelos tenham sido decididos de forma apertada.
Nos melhores jogos de Memphis na série, Morant anotou 32 e 36 pontos, demonstrando como o armador precisa atuar em alto nível para a equipe ter chances na série.
Já o principal jogador de Utah nos jogos foi Mitchell – que atuou apenas nas duas primeiras partidas. O armador também passou dos 30 pontos nas duas oportunidades com 5-7 nos chutes do perímetro em ambas as partidas.
Outro fator importante é que em ambos os jogos em que Memphis foi competitivo, a equipe conseguiu ficar parelha ao Jazz no aproveitamento do perímetro. Nessas partidas, os Grizzlies chutaram para 12-30 e 5-18 contra 12-33 e 16-49 de Utah.
Se o garrafão deve ser dominado pela força física de Gobert, o caminho da vitória para os Grizzlies passa pelo bom aproveitamento no perímetro.
A SÉRIE: Utah Jazz (#1) x Memphis Grizzlies (#8)
Jogo 1: Domingo (23/05) Jazz x Grizzlies, 22h30
Jogo 2: Quarta-feira (26/05) Jazz x Grizzlies, 23h
Jogo 3: Sábado (29/05) Grizzlies x Jazz, 22h30
Jogo 4: Segunda-feira (31/05) Grizzlies x Jazz, 22h30
Jogo 5*: Quarta-feira (02/06) Jazz x Grizzlies, horário a confirmar
Jogo 6*: Sexta-feira (04/06) Grizzlies x Jazz, horário a confirmar
Jogo 7*: Domingo (06/06) Jazz x Grizzlies, horário a confirmar
* Jogos só acontecem se necessário.
Obs.: Todos os horários são de Brasília.
PALPITE: Utah Jazz 4-0 Memphis Grizzlies
Mesmo com boas atuações de Ja Morant nas quatro partidas, o forte conjunto de Utah vai fazer a diferença e garantir uma varrida na série e descanso para a próxima rodada dos playoffs da NBA.
Mitchell ainda vai apresentar sinais de ‘ferrugem’, mas vai contribuir com boas médias de ponto e mostrar que estará pronto para levar o Jazz para as Finais da Conferência Oeste.
Um duelo interessante vai ser pela liderança de rebotes durante a série entre Gobert e Valanciunas, que vão protagonizar boas disputas e várias cravadas.
E no fim, mesmo com a derrota a equipe de Taylor Jenkins vai mostrar que avançou mais casas no processo de evolução nesta temporada e que segue no caminho certo para voltar a ser contender dentro da forte Conferência Oeste.
Fotos: Reprodução/Twitter Memphis Grizzlies