[PRÉVIA] Playoffs da NBA 2021: Atlanta Hawks x New York Knicks
Em um dos duelos mais equilibrados dos playoffs, os Knicks chegam embalados com Randle e a defesa como pontos fortes; já os Hawks tentam avançar guiados pelo jovem Trae Young
Chegou o momento que todos os amantes do basquete esperavam! Após uma temporada regular mais curta, com 72 jogos para cada franquia, começam neste sábado (22) os playoffs da NBA. A partir de agora só jogos importantes entre os oito melhores colocados de cada conferência da liga.
E nada melhor do que falar sobre uma das maiores surpresas da temporada regular: o New York Knicks. De volta aos playoffs pela primeira vez desde 2013, o torcedor da franquia nova-iorquina viverá um clima decisivo novamente e a empolgação já faz parte de uma das equipes mais tradicionais da liga. Inclusive, New York divulgou que espera em torno de 13 mil fãs no primeiro jogo da pós-temporada no Madison Square Garden.
Com Julius Randle em grande fase, inclusive cotado por muitos para o prêmio de MIP (Most Improved Player) da temporada, Derrick Rose contribuindo bastante saindo do banco, e uma defesa poderosa montada pelo técnico Tom Thibodeau, os Knicks chegam fortes na série.
Do outro lado, o Atlanta Hawks. Apesar de muitas oscilações neste ano, por conta de lesões e a troca do comando técnico, mas com um elenco reforçado se comparado ao último ano, a franquia da Geórgia surpreendeu e está disposta a superar New York nos playoffs.
No entanto, para isso acontecer, o time dependerá bastante de uma boa jornada do jovem armador Trae Young e a ajuda de nomes conhecidos da NBA como Clint Capela, John Collins, Bogdan Bogdanovic, Lou Williams e Danilo Gallinari.
Diante disso, o que esperar dessa série? Confira em mais uma prévia do The Playoffs!
KNICKS x HAWKS
Surpresa da Conferência Leste, principalmente pela conquista da quarta colocação e o mando de quadra, era difícil imaginar o New York Knicks (41-31) nesta posição antes do início da temporada. As projeções iniciais apontavam a franquia nova-iorquina brigando pelas últimas vagas do play-in, no máximo, e isso só evidencia o excelente trabalho do head coach Tom Thibodeau.
Apostando no sistema defensivo, marca registrada de seu técnico, os Knicks chegam nos playoffs com uma das cinco melhores defesas da liga. É bonito ver como os jogadores compraram a ideia do treinador e como executam as trocas de marcação, dificultam os arremessos e “agridem” os adversários.
Para comprovar e exaltar ainda mais o trabalho realizado defensivamente, New York tem a melhor proteção de garrafão de toda a NBA e o pivô Nerlens Noel tem papel fundamental nesse quesito. Ele figura entre várias estatísticas defensivas e tem 2,2 tocos em média por jogo.
Após falar do ponto mais forte da equipe, que ficou nítido durante toda a campanha do time, vamos explorar mais o lado “fraco”: o ataque. Na zona ofensiva, os Knicks jogam em um ritmo mais cadenciado, preservando a posse de bola e utilizando bastante os 24 segundos. São cerca de 96 posses de bola por partida, a menor marca da NBA. Vale destacar ainda o bom aproveitamento de três pontos com 39% (quarto no ranking geral), mesmo não utilizando tanto esse fundamento.
No entanto, não tem como falar do ataque de New York sem citar Julius Randle. Com uma temporada absurda, o ala-pivô é o grande favorito ao prêmio de jogador que mais evoluiu e quase tudo ofensivamente passa por ele. No ano, Randle possui números ótimos de 24,1 pontos, 10,2 rebotes e 6,0 assistências, inclusive é o atleta que fica mais minutos em quadra por média. Sua capacidade de criar e converter arremessos de alto grau de dificuldade é de se elogiar. Outro ponto a favor é que a atenção que ele gera nos adversários abre espaços para os coadjuvantes do time.
Por isso, vale destacar ainda a temporada de Derrick Rose, que vem jogando muito bem saindo do banco, com 14,7 pontos por jogo. Apesar de Elfrid Payton iniciar as partidas no quinteto titular, Rose tem mais minutos jogados por duelo que o armador concorrente (26,8 contra 23,3). Outro jogador que evoluiu bastante nesta temporada foi RJ Barrett. O ala, que está no seu segundo ano na liga, subiu muito de produção e os números comprovam isso. No torneio passado, ele teve médias de 14,3 pontos, 5,0 rebotes e 2,6 assistências. Já neste ano, Barrett melhorou para 17,6 pontos, 5,4 rebotes e 2,8 assistências. Porém a estatística que mais “salta os olhos” é a do aproveitamento de três. Ele teve um crescimento de 32% para 40,1%.
Do outro lado, o Atlanta Hawks é o oposto do rival da primeira rodada dos playoffs. A campanha de 41-31 (igual do New York Knicks) e a quinta posição do Leste também foram uma surpresa, já que a franquia passou por uma temporada turbulenta e de altos e baixos. Fica até difícil avaliar a equipe, já que houve uma mudança importante na comissão técnica durante o campeonato, com a saída de Lloyd Pierce da função de head coach para a entrada do ex-auxiliar Nate McMillan, ex-Indiana Pacers, além de inúmeras lesões sofridas.
Porém, apesar dos problemas, Atlanta tem um bom “poder de fogo” no ataque. O desempenho ofensivo acima da média é explicado pelo talento de seu armador titular, Trae Young. O camisa 11 é o principal condutor da engrenagem. Com ele em quadra, os Hawks geram 117,2 pontos por 100 posses, marca que seria um dos melhores ataques da NBA. Mas sem ele, o número cai para 104,8, próximo ao pior.
Além das médias excelentes de 25,3 pontos e 9,4 assistências por jogo, Young é especialista em cavar faltas também. Por isso, a franquia da Geórgia tem uma altíssima taxa de lances livres adquiridos por duelo, já que são 24,3 por 100 posses, quarto maior número entre os times. Já individualmente, ele está entre os jogadores com o maior número de lances livres batidos, com aproveitamento de quase 90%.
Vale ficar ligado em algumas peças ofensivas de Atlanta também como Bogdan Bogdanovic, em excelente fase e média de 16,4 pontos por jogo, John Collins (17,6), Danilo Gallinari (13,3) e o veterano Lou Williams (10), que pode decidir saindo do banco de reservas, pois possui grande experiência em momentos importantes.
Se no ataque as coisas andam relativamente bem, não se pode dizer o mesmo da defesa. Do outro lado da quadra, o time sofre com algumas rotações e Trae Young. O armador é um dos piores defensores de toda a NBA. Entretanto, para compensar a deficiência do seu craque, o pivô Clint Capela faz o trabalho “sujo”. Ele é um excelente protetor de aro e realmente domina o garrafão com eficiência. O suíço tem números absurdos na temporada, sendo líder em porcentagens de rebotes ofensivos, defensivos e total na liga. São 14,3 rebotes em média por partida para o grandalhão.
Com um time jovem, mas com algumas peças experientes, o Atlanta Hawks chega como um ponto de interrogação nos playoffs. De qualquer forma, a equipe dependerá muito de Trae Young, mas sua inexperiência nesta fase da liga poderá pesar.
O CONFRONTO
Analisando os confrontos individuais das equipes, a armação das jogadas será um ponto fundamental no embate, principalmente para o Atlanta Hawks, já que Trae Young, principal jogador do elenco atualmente, atua por ali. Passa por ele uma boa série e o sonho de classificação. Se o “baixinho” tiver inspirado e com a mão calibrada nos “tiros de longe”, os Hawks podem dar muito trabalho. Do outro lado, acredito que Derrick Rose continuará com mais minutos que o “titular” Elfrid Payton, por isso, o veterano, MVP em 2011, terá a missão de parar Young na defesa e ainda guiar o New York Knicks ofensivamente. Vejo esse duelo individual um dos mais interessantes para se acompanhar na série.
Nas alas, New York conta com RJ Barrett e Reggie Bullock. Agressivos na marcação e ajudando ofensivamente, principalmente, nos arremessos de média e longa distância, eles baterão de frente com o talentoso Bogdan Bogdanovic e talvez De’Andre Hunter nos quintetos iniciais, caso o último esteja nas suas melhores condições, já que ele vem de um tempo de inatividade. Nessa posição, Atlanta pode contar ainda com os experientes Danilo Gallinari e Lou Williams, que devem sair do banco na segunda unidade e podem decidir.
Por isso, levando em consideração apenas os talentos individuais dos jogadores, a franquia da Geórgia pode ter uma leve vantagem aqui. Mas não podemos esquecer do ótimo campeonato de Alec Burks. O jogador tem contribuído bastante na equipe nova-iorquina e deve ficar muitos minutos em quadra também.
Na posição de ala-pivô, apesar do bom John Collins jogar pelo lado dos Hawks, acredito que será o fator de desequilíbrio da série. Julius Randle vem de uma temporada brilhante e sem dúvidas é o franchise player dos Knicks. Tudo passará pelo camisa 30 e o jovem Collins terá muito trabalho para parar o rival, já que a sua principal qualidade está no ataque.
Já na área pintada ou garrafão, o duelo promete ser bom e parelho. Clint Capela de um lado e Nerlens Noel do outro. São dois excelentes protetores de aro e costumam distribuir tocos por todos os lados. Com certeza, será um embate muito legal, mas não acredito que será uma função determinante para a série, já que ambos os jogadores possuem qualidades parecidas.
Falando de rotação do elenco, vejo os Hawks com um pouco mais de variedades. Além dos já citados Lou Williams e Danilo Gallinari, Atlanta pode explorar ainda algumas outras possibilidades como Kevin Huerter, especialista em três pontos, por exemplo. Pelos Knicks, o time titular é mais entrosado que o do rival, só que no banco de reservas, o técnico Tom Thibodeau possui “só” Rose e Burks como opções confiáveis. Acredito que eles serão muitos utilizados, inclusive, com mais minutos que alguns titulares. No entanto, a partir daí fica mais difícil para New York.
Apesar do bom potencial e boas atuações no ano, vejo Immanuel Quickley ainda “verde” para os playoffs, assim como o outro novato, Obi Toppin, que não teve muitos minutos durante a temporada regular e deve atuar pouco na pós-temporada também. Para revezar com Noel no garrafão, o experiente Taj Gibson deverá ter um papel importante.
RETROSPECTO
Durante a temporada regular, as franquias se enfrentaram três vezes e o New York Knicks “varreu” o Atlanta Hawks. Apesar da diferença no número de vitórias, os jogos foram equilibrados e decididos nos últimos períodos, sendo que no último confronto entre eles, Atlanta foi prejudicado com uma lesão de Trae Young.
Principal estrela do time, Julius Randle teve papel decisivo nos triunfos de New York com médias impressionantes de 37,3 pontos, 12,3 rebotes e 58% no aproveitamento de quadra. Do outro lado, Young “não brilhou” como o rival e os seus números foram abaixo. O armador teve 24,7 pontos com 36% no aproveitamento de quadra e apenas 21% nos três pontos.
Mas apesar dos números individuais, o que foi decisivo nos duelos foi a diferença no aproveitamento do perímetro. Nos três jogos somados, os Knicks acertaram 48% contra 34% dos Hawks.
Knicks 113 x 108 Hawks – 04/01/21, State Farm Arena
Hawks 112 x 123 Knicks – 15/02/21, Madison Square Garden
Hawks 127 x 137 Knicks – 21/04/21, Madison Square Garden
A SÉRIE: Atlanta Hawks (#5) x New York Knicks (#4)
JOGO 1: Atlanta Hawks @ New York Knicks, 23/5, 20h (horário de Brasília) – ESPN
JOGO 2: Atlanta Hawks @ New York Knicks, 26/5, 20h30 (horário de Brasília) – ESPN
JOGO 3: New York Knicks @ Atlanta Hawks, 28/5, 20h (horário de Brasília) – ESPN
JOGO 4: New York Knicks @ Atlanta Hawks, 30/5, 14h (horário de Brasília) – ESPN
JOGO 5: Atlanta Hawks @ New York Knicks, 2/6, horário a confirmar*
JOGO 6: New York Knicks @ Atlanta Hawks, 4/6, horário a confirmar*
JOGO 7: Atlanta Hawks @ New York Knicks, 6/6, horário a confirmar*
*Jogos só acontecem se necessário
OBS: Horários de Brasília
PALPITE: New York Knicks 4 x 3 Atlanta Hawks
Por tudo o que foi analisado, esse confronto será um dos mais equilibrados e de difícil prognóstico de toda a pós-temporada, ou seja, pode acontecer de tudo. No entanto, acredito que o New York Knicks tem uma equipe titular melhor e mais entrosada para se classificar à segunda rodada. Além do mando de quadra em quatro jogos, fator importante e isso foi mostrado nos duelos entre eles na temporada regular, o time de NY tem condições de “parar” o Atlanta Hawks.
Já no ataque, Randle, Rose, Burks e Barrett possuem qualidades suficientes para decidirem também. Apesar do elenco talentoso, Atlanta ainda não tem um conjunto tão forte quanto o do rival e dependerá demais das qualidades individuais dos seus jogadores, principalmente de Trae Young. Por isso, acredito em uma série longa, mas com os Knicks se classificando por 4 a 3.
Foto 1: Reprodução Twitter/Atlanta Hawks
Foto 2: Reprodução Twitter/New York Knicks
Foto 3: Reprodução Twitter/Atlanta Hawks