PRÉVIA NBA 2023-24: Atlanta Hawks
Depois de finais de conferência e duas saídas na primeira rodada do Leste, Hawks tentam voltar a sua melhor fase recente
O Atlanta Hawks entra na temporada 2023-24 da NBA um pouco perdido. O time que já chegou à final da conferência e em algum momento demonstrou que poderia bater o time que seria campeão, o Milwaukee Bucks, agora amarga campanhas medianas e conflitos internos. O time terminou a temporada 22/23 com um recorde de 41-41, foi um período bem turbulento com a troca de comando de Nate McMillan dando lugar para Quin Snyder – que teve apenas 22 jogos e uma série sem muitas chances de vitória contra o Boston Celtics.
Agora falando do futuro, o time realmente vai apostar as fichas em Snyder e tentar deixar Trae Young feliz, já que ele foi um dos pivôs da demissão de McMillan. A franquia da Geórgia de fato mudou muito pouco para essa temporada em termos de elenco, mas um dos jogadores que saiu foi uma peça-chave nos últimos anos: John Collins. O ala-pivô que já foi considerado como o futuro da franquia saiu praticamente de graça depois de temporada decepcionantes tanto para o jogador quanto para a franquia.
Falando agora dos que ficaram, a grande questão é saber como Trae Young e Dejounte Murray vão funcionar juntos. No teste do olho parece que a dupla deu errado, Trae Young não lidou muito bem em não ter a bola no ataque e muitas vezes ficava parado no meio da quadra enquanto Murray fazia as jogadas, a mesma coisa acontecia quando o homem que tem medo de pombos carregava a bola e o ex-Spurs ficava parado na zona morta. Com essa frase parece que a parceria foi um desastre total, certo? Sim, mas não foi.
Trae Young terminou a temporada com 26,2 pontos e 10,2 assistências de média por jogo, enquanto Dejounte terminou a temporada com 20,5 pontos e 6,1 assistências. Sabe qual foi a única dupla em que ambos tiveram mais de 20 pontos e seis assistências em uma temporada? Michael Jordan e Scottie Pippen. Porém, nem tudo são flores, Trae teve seu pior aproveitamento em arremessos gerais e de três pontos desde a sua temporada de novato. E toda essa “palestrinha” para chegar no número: eles jogaram 1607 minutos juntos e tiveram um saldo positivo de… 26 pontos, aproximadamente 0,3 pontos por jogo. A conclusão é que Quin Snyder precisa dar um jeito nisso.
O trabalho do treinador será difícil, explorar jogadas de pick-and-roll entre os dois para Trae Young chutar de três? Aproveitar os pick-and-rolls com Capela enquanto Dejounte Murray corre para cesta? Apesar dessa confusão toda, os Hawks não foram dos piores ataques na temporada passada, pelo contrário, teve a sétima melhor marca. O grande problema do time é a defesa que foi a sétima pior da temporada passada.
Young é reconhecidamente um péssimo defensor, o armador é baixo (1,85m), extremamente leve (74kg) e nada engajado, ao contrário do seu parceiro Murray que é bem reconhecido pela sua defesa, já tendo liderado a NBA nesse quesito. O quinteto inicial da equipe provavelmente terá Young, Murray, De’Andre Hunter, Saddiq Bey e Capela e olhando assim, apenas pelos nomes, não tem um grande destaque que seja a âncora defensiva. Capela está em baixa, sendo inclusive colocado em rumores de troca e tendo na última temporada sua pior marca em tocos desde os seus tempos de novato, em que ele jogava 8 minutos por partida.
O resumo de tudo isso é: os Hawks mudaram muito pouco e querem mudar muito os seus resultados (parece eu fazendo academia e não mudando minha dieta, vai dar certo #confia). Snyder ficou conhecido em seus tempos de Jazz por montar um time com um ataque muito bom, algumas vezes os melhores da liga, porém, MUITO diferente do estilo de jogadores que ele tem hoje nos Hawks.
Algumas das questões que o treinador vai ter que responder são: Como esse ataque já é bom, conseguirá dar o próximo passo e entrar no top 5 da NBA? Saddiq Bey é um jogador que pode cumprir o papel de John Collins sendo um arremessador de três pontos e pontuando um pouco em pick-and-roll ou pop. Uma das peças que precisa de um crescimento e mais protagonismo é De’Andre Hunter. Com seus 25 anos, o jogador sempre demonstrou um grande potencial, mas ainda não deslanchou. Além disso, uma outra questão para esse time é Onyeka Okongwu. O pivô está no seu último ano de contrato, está tomando espaço de Capela (que pode ser trocado na temporada) e pode ser uma surpresa para o time.
A profundidade do elenco também pode ser vista como um problema, apenas Okongwu e Bogdan Bogdanovic são confiáveis para momentos decisivos. Patty Mills chegou, mas está longe dos seus melhores momentos, enquanto Jalen Johnson e AJ Griffin são apenas dois jovens que ainda não demonstraram todo seu potencial.
O time da Geórgia tem um elenco digno, porém, é muito difícil imaginar um resultado melhor do que o da temporada passada.
(Foto: Reprodução Twitter / Atlanta Hawks)
Principais chegadas: Patty Mills, Wesley Matthews e Kobe Bufkin
Principais saídas: John Collins e Aaron Holiday
Ponto forte: Ataque, mesmo não estando em seu auge o time ainda figurou no top 10 temporada passada e isso deve se manter
Ponto fraco: Defesa, o time não vai conseguir chegar em nenhum resultado estando entre umas das piores da NBA
Campanha em 22-23: 41-41 (sétimo lugar do Leste)
Provável quinteto: Trae Young, Dejounte Murray, De’Andre Hunter, Saddiq Bey, Clint Capela
Franchise Player: Trae Young
Sexto Homem: Bogdan Bogdanovic
Head Coach: Quin Snyder
Briga por: Play-in