PRÉVIA NBA 2022-23: Utah Jazz
Remodelado após trocar Mitchell e Gobert e com várias caras novas, Jazz começa processo de reconstrução, após derrotas frustrantes nos playoffs
Cotado com um dos times favoritos ao título da NBA nas temporadas 2020-21 e 2021-22, com nomes como Donovan Mitchell e Rudy Gobert, o Utah Jazz acabou “morrendo na praia” e naufragou nos playoffs das duas últimas edições da liga. Em 2020-21, chegou a fazer a melhor campanha da temporada regular com 52 vitórias e somente 20 derrotas, mas perdeu por 4 a 2 para o Los Angeles Clippers na segunda rodada de pós-temporada.
Em 2021-22 outra campanha promissora, com recorde de 49-33 e a quinta posição na Conferência Oeste e nova derrota nos playoffs, dessa vez para o Dallas Mavericks por 4 a 2. Cenários que causaram profunda irritação em Danny Ainge, dono da equipe, que chegou a afirmar que os jogadores “não acreditavam uns nos outros”. Com duas derrotas traumáticas e que não estavam no planejado, Quin Snyder, comandante do time nas últimas oito temporadas, deixou o cargo e, a partir disso, a franquia começou a passar por um grande processo de reconstrução.
Will Hardy assumiu o cargo de treinador principal da equipe e em seguida os primeiros movimentos para a montagem de um novo time passaram a tomar forma, com Royce O’Neale sendo trocado para o Brooklyn Nets por uma escolha de primeira rodada no Draft de 2023.
Depois disso, surpreendendo todo mercado da NBA, Utah começou a ouvir proposta por seus dois grandes pilares, Donovan Mitchell e Rudy Gobert, com o francês saindo um pouco depois, trocado para o Minnesota Timberwolves, que enviou Jarred Vanderbilt, Walker Kessler, Malik Beasley, Patrick Beverley (esse último trocado junto ao Los Angeles Lakers um pouco depois em troca por Talen Horton-Tucker, Stanley Johnson) e mais futuras escolhas de primeira rodada de Draft.
As negociações por Mitchell duraram um pouco mais, com o Jazz buscando o acordo mais lucrativo para envolver o “Spider” em alguma troca. Surgiram rumores de possíveis acordos com o New York Knicks e até com o Los Angeles Lakers, mas quem venceu o “leilão” pelo armador foi o Cleveland Cavaliers, que precisou incluir o armador Collin Sexton, Lauri Markkanen, Ochai Agbaji, três escolhas de primeira rodada desprotegidas e duas trocas de escolhas futuras (2026, 2028).
Como se não bastasse, um pouco depois o Utah Jazz trocou o veterano Bojan Bogdanovic para o Detroit Pistons e recebeu Kelly Olynk e Saben Lee. Resta saber se a equipe parou por aí ou se ainda pretende envolver o que sobrou de seus jogadores mais antigos das últimas temporadas em novas negociações, casos de Mike Conley, Jordan Clarkson e Rudy Gay, todos com algum valor de mercado.
Totalmente remodelado e com um time que certamente está sendo construído pensando no futuro, o Jazz não deve ter grandes aspirações em 2022-23, além de desenvolver bons jovens que podem ser importantes a longo prazo e pensar cada vez mais à frente, visto que a franquia possuí incríveis 18 escolhas de primeira rodada até o ano de 2029. Com paciência, os próximos anos podem ser de glórias em Utah. Porém, se esse planejamento vai dar certo, só o tempo dirá.
(Foto: Reprodução Twitter Utah Jazz)
Principais chegadas: Collin Sexton, Lauri Markkanen, Ochai Agbaji, Jarred Vanderbilt, Walker Kessler, Malik Beasley, Talen Horton-Tucker e Stanley Johnson
Principais saídas: Donovan Mitchell, Rudy Gobert, Bojan Bogdanovic, Royce O’Neale, Hassan Whiteside
Ponto forte: Com vários jogadores jovens no elenco, tidos como bastante promissores em um passado não muito distante, o Jazz terá um time com bastante vitalidade. Collin Sexton já mostrou que é ótimo jogador e tende a crescer ainda mais. Ao lado dele, Lauri Markkanen, com 25 anos, se conseguir ficar longe das lesões que o atormentaram até aqui, tende a ser outro nome de importante desenvolvimento neste ano. Soma-se a dupla o nome de Talen Horton-Tucker, que surgiu bastante promissor nos Lakers. Ao lado dos experientes Mike Conley, Malik Beasley e Jordan Clarkson, o trio pode evoluir e Utah pode causar alguma surpresa na temporada.
Ponto fraco: A falta de um grande nome para conduzir o elenco é o ponto fraco da franquia para 2022-23. Se até o ano passado o Jazz tinha no elenco nomes de peso como os de Gobert e Mitchell, agora colocamos Collin Sexton como franchise player do time. É bem verdade que Sexton vem de grande ano com a camisa do Cleveland Cavaliers, mas será que ele pode ser o nome que vai conduzir o Utah Jazz a uma campanha promissora? Somado a isso, a falta de entrosamento da equipe pode pesar, visto que é um grande número de atletas que chegou ao time que mais se movimentou durante a offseason e que manteve poucas peças da equipe que fez a quinta melhor campanha do Oeste no último ano.
Campanha em 2021-22: 49-33 (quinta posição na Conferência Oeste)
Provável quinteto: Mike Conley, Collin Sexton, Malik Beasley, Lauri Markkanen e Kelly Olynyk
Franchise player: Collin Sexton
Sexto homem: Jordan Clarkson
Head coach: Will Hardy – primeiro ano na franquia
Briga por: Nada
(Foto: Alex Goodlett/Getty Images)