PRÉVIA NBA 2022-23: Minnesota Timberwolves
Com Rudy Gobert no elenco, Minnesota espera mudar de patamar nesta temporada
A offseason da NBA começou meio murcha e com poucas notícias até que o Minnesota Timberwolves decidiu acabar com um marasmo digno de um filme iraniano e trouxe o pivô francês Rudy Gobert em troca com o Utah Jazz. A franquia está empolgada por ter voltado aos playoffs pela primeira vez desde a temporada 2017-18, e algumas pessoas estão apostando nos melhores sportsbooks que os Wolves podem ir mais longe este ano.
O time tem Karl-Anthony consolidado e autodenominado como o “melhor pivô arremessador da história do jogo”, Anthony Edwards (além de ter participado de um filme com Adam Sandler) evoluiu muito seu jogo ofensivo e defensivo e já desponta como um futuro All-Star, além da chegada de Gobert para ajudar a defesa, que chegou a ter bons momentos na temporada passada.
O time em essência mudou bastante. Na troca de Gobert Minnesota perdeu jogadores (e infinitas escolhas de Draft) relevantes como Patrick Beverley e Jarred Vanderbilt que eram titulares, Malik Beasley, que tinha bastante espaço entre os reservas, e os jovens Leandro Bolmaro e Walker Kessler. Entre outras chegadas a equipe trouxe o “Slow Mo” Kyle Anderson, que teve bons anos no Memphis Grizzlies e Austin Rivers, que fez sua carreira como um sólido reserva. A franquia em suma decidiu partir para um “All-in” definindo que esse núcleo é o que a levará para um próximo patamar, mas será que vai mesmo?
A principio a chegada de Gobert é muito importante. O francês é reconhecido ao redor da liga (menos entre os jogadores) como o melhor defensor de aro, eu poderia colocar uma planilha de Excel gigantesca mostrando todos os grandes números do jogador na defesa. Porém, ele é muito questionado quando tem que marcar trocas. Todas as suas campanhas no Jazz nos playoffs acabaram com ele sendo muito questionado por não conseguir ficar em quadra em momentos decisivos, dada sua debilidade em marcar jogadores mais baixos. O ponto é que isso nem sempre (e quase nunca) era culpa do jogador, mas sim da péssima defesa de perímetro da equipe de Utah, que o colocava em situações completamente desfavoráveis após serem batidos, facilmente, na defesa. Além disso, quando o pivô saía de quadra, os números defensivos do Jazz caíam mais que o cabelo do Ginobili durante a carreira.
Os Wolves estão em uma situação curiosa, o time é bom e trouxe um grande jogador, um All-Star consolidado, mas com um encaixe não tão óbvio. A princípio o jogador dividirá a quadra com a estrela Karl-Anthony Towns. Gobert reconhecidamente não é bom espaçando a quadra, não é um grande passador e muito menos tem capacidade de colocar a bola no chão. Towns é ótimo no ataque, um grande arremessador, tem uma visão de jogo boa, capacidade de drible muito acima da média e um repertório perto da cesta que não deve em nada para nenhum outro jogador da NBA. Olhando assim até parece simples, mas não é. Towns, apesar de ser um grande arremessador, tem um talento perto da cesta que não pode ser desperdiçado, além de Anthony Edwards também ser um dos jogadores que melhor infiltra na NBA e precisaria do espaço que Gobert vai ocupar.
A defesa é talvez o ponto mais preocupante por incrível que pareça. Gobert é o homem elástico que fecha qualquer garrafão e isso é inquestionável, o problema está no resto do time. Towns terá que marcar jogadores muito mais baixos que ele e o pivô dominicano, apesar de ter ótimos atributos físicos, nunca deslanchou como um grande defensor. D’Angelo Russell é outro jogador com reconhecido talento ofensivo, que até deve fazer um ótimo par com a nova contratação em termos ofensivos, mas também não é um defensor que encha os olhos. Edwards tem grandes momentos defensivos, porém ainda não tem a consistência para ser o líder que Beverley era. A aposta fica então no jovem Jaden McDaniels para ser o responsável pela marcação de perímetro dos fortes nomes que Minnesota irá enfrentar na Conferência Oeste.
O resumo do pagode é: os Wolves são um dos times mais intrigantes para acompanharmos na próxima temporada da NBA. Tudo pode dar muito certo porque o talento, realmente, está lá e eles deram razoavelmente certo em algum momento da temporada passada, quando a franquia terminou com o sétimo melhor ataque e a 13ª melhor defesa, mas boa parte dessa equipe foi embora. As coisas também podem dar muito errado porque o encaixe não é tão simples e a franquia precisa muito da evolução de jogadores em aspectos do jogo que eles nunca fizeram tão bem na carreira.
Em um cenário mais otimista, não seria estranho esse time de Minnesota conseguir garantir um mando de quadra nos playoffs, mas, certamente, eu não colocaria muito dinheiro nisso.
(Foto: Reprodução Twitter/Minnesota Timberwolves)
Principais chegadas: Rudy Gobert, Kyle Anderson, Austin Rivers, Bryn Forbes
Principais saídas: Malik Beasley, Patrick Beverley, Jarred Vanderbilt, Leandro Bolmaro
Ponto forte: Talento! De cabeça é meio difícil pensar em um quarteto mais talentoso que D’Angelo Russell, Anthony Edwards, Karl-Anthony Towns e Rudy Gobert, todos são jogadores que foram ou são All-Stars, têm alguma área do jogo que são especialistas de elite da NBA e Edwards tem um espaço de evolução a nível de se tornar cestinha da liga. Os quatro jogadores juntos podem fazer um estrago muito grande caso encaixem uma boa forma de jogar.
Ponto fraco: Profundidade do elenco. O time abriu mão de muitos jogadores que ajudavam para trazer Gobert e com isso a profundidade diminuiu bastante. Kyle Anderson, Austin Rivers e Taurean Prince, certamente, não são os nomes mais empolgantes para Finch olhar para o banco e colocar uma opção para mudar o jogo.
Campanha em 2021-2022: 46-36 (eliminado na primeira rodada dos playoffs)
Provável quinteto titular: D’Angelo Russell, Anthony Edwards, Jaden McDaniels, Karl-Anthony Towns e Rudy Gobert.
Franchise player: Karl-Anthony Towns (podendo ser Anthony Edwards)
Sexto homem: Kyle Anderson
Head coach: Chris Finch
Briga por: Playoffs (no melhor cenário mando de quadra)