PRÉVIA NBA 2022-23: Boston Celtics
Celtics chegam para a nova temporada ainda mais fortes, mas afastamento de Ime Udoka pode frustrar as altas expectativas do elenco
Após bater na trave na última temporada e perder as finais da NBA para o Golden State Warriors, o Boston Celtics entra em 2022-23 com um único objetivo: conquistar o banner de número 18.
A temporada 2021-22 foi um ano bastante surpreendente para a franquia de Massachusetts. As expectativas sobre a equipe não eram das maiores, e o desempenho de 18 vitórias e 21 derrotas na primeira metade da temporada confirmava o porquê.
Porém, as coisas mudaram após uma fatídica derrota para o New York Knicks. Um game winner no estouro do cronômetro de RJ Barrett, e o time comandado por Ime Udoka passou a mostrar um comportamento diferente em quadra, principalmente na defesa, que foi um dos principais fatores para os Celtics terminarem a temporada regular com a segunda melhor campanha do Leste em uma arrancada de 33 vitórias e apenas dez derrotas.
Daí para frente, varrida no Brooklyn Nets, vitória em sete jogos diante dos atuais campeões, Milwaukee Bucks, e contra o Miami Heat, na final da Conferência Leste, culminando na dolorida derrota em seis jogos para o Golden State Warriors nas finais.
Para a atual temporada, Boston se movimentou para melhorar ainda mais o elenco. Durante a offseason, o general manager Brad Stevens adquiriu o armador Malcolm Brogdon, ex-Indiana Pacers, para auxiliar na armação do time, que foi um problema durante toda a pós-temporada com Marcus Smart, Jayson Tatum e Jaylen Brown sendo cobrados por decisões questionáveis em momentos decisivos dos jogos.
Danilo Gallinari também foi contratado na free agency para espaçar a quadra e ser uma ameaça do perímetro vindo do banco, mas o italiano acabou rompendo o ligamento cruzado anterior do joelho durante o europeu de basquete e não deve atuar em 2022-23. Para o lugar dele, os Celtics assinaram com outro veterano: Blake Griffin, que deve compor a rotação do time na temporada regular e, possivelmente, nos playoffs.
Juntando a “offseason dos sonhos” com reforços pontuais para as needs do elenco e a continuidade de um trabalho já estabelecido, tudo parecia fluir de maneira natural para que Boston entrasse como um dos grandes favoritos neste ano. Porém, a suspensão do técnico Ime Udoka por toda a temporada após a violação de regras internas da franquia caiu como uma bomba no vestiário e ao redor da liga. Envolvido em polêmicas depois de ter se relacionado com uma funcionária dos Celtics, Udoka foi suspenso por um ano e não deverá retornar à franquia. Cabe agora ao seu antigo assistente Joe Mazzulla a tarefa de liderar o time durante um momento tão conturbado.
Apesar da falta de experiência de Mazzulla, a continuidade do trabalho feito por Udoka deve ser mantida, já que de acordo com o novo treinador interino, o planejamento da temporada feito pela comissão técnica já estava preparado e as ideias de jogo e esquemas devem ser mantidos na sua grande maioria.
Depois de um ano superando as expectativas e, finalmente, chegando às finais, o torcedor celta deposita muita confiança em Tatum e Brown. Os dois mostraram que podem coexistir e, juntos, liderarem Boston ao título da liga. A evolução dos “Jays” como playmakers será importante para ditar o rumo do time na temporada, principalmente nos playoffs, caso os Celtics se classifiquem, o que não deve ser um problema.
Principais chegadas: Malcolm Brogdon (troca), Danilo Gallinari e Blake Griffin (free agency)
Principais saídas: Daniel Theis, Aaron Nesmith, Malik Fitts e Nik Stauskas
Ponto forte: A defesa. Os Celtics tiveram o melhor rating defensivo da NBA na última temporada e mostraram nos playoffs contra grandes ataques por que a defesa foi o principal fator para o time ter alcançado às finais. O quinteto titular da equipe não possui fragilidades no quesito e com a adição de Brogdon, Joe Mazzulla ganha mais um jogador de mentalidade defensiva capaz de marcar com excelência no perímetro.
Outro ponto forte a ser destacado é o elenco, que ganhou profundidade em relação à última temporada com a adição de Brogdon, Griffin e a evolução de Sam Hauser, ala que deve ganhar minutos na rotação nesse ano.
Ponto fraco: É difícil achar alguma fraqueza clara em Boston. Talvez, o principal fator que pode atrapalhar a equipe tende a ser a falta de experiência do seu treinador interino, Joe Mazzulla, de 34 anos. O antigo assistente técnico de Ime Udoka está na franquia há três temporadas, mas nunca treinou um time da NBA, tendo no seu currículo apenas uma passagem de três anos como técnico principal em Fairmont State, uma Universidade da segunda divisão da NCAA.
Campanha em 2021-22: 51-31 (segundo na Conferência Leste)
Provável quinteto: Marcus Smart, Jaylen Brown, Jayson Tatum, Al Horford, Robert Williams III (quando estiver saudável)
Franchise player: Jayson Tatum
Sexto homem: Malcolm Brogdon
Head coach: Joe Mazzulla (interino)
Briga por: Título
(Foto 1: Reprodução Twitter/NBA)
(Foto 2: NBA.com/Divulgação)