PRÉVIA NBA 2021-2022: #18 Washington Wizards
Com troca de técnico e bons reforços para compor o elenco, Washington é incógnita, mas pode surpreender
O Washington Wizards vem de cara nova para a temporada 2021-2022 da NBA. Depois de um ano de altos e baixos bem extremos, liderado por Bradley Beal e Russell Westbrook, o elenco se renova e deve ter mais profundidade após a troca de Russ com o Los Angeles Lakers, além da mudança na comissão técnica.
Começando pelo fim, chega o head coach estreante Wes Unseld Jr. para o lugar de Scott Brooks, que falhou em formar um time competitivo nos últimos anos. Embora tenha jogado os playoffs da temporada passada mesmo sofrendo com lesões de Beal e Westbrook, entre outros, Washington há alguns anos é uma das piores defesas da NBA e isso passa também pelo treinador.
Unseld é tido com um especialista nesse quesito e vem com bagagem como assistente do Denver Nuggets para melhorar os Wizards defensivamente. E apesar de ser o primeiro trabalho dele como HC, já são 16 anos de experiência como assistente na NBA em quatro diferentes franquias. Vale lembrar que o pai dele é membro do hall da fama do basquete e fez toda sua carreira nos Bullets – antigo nome do time de Washington -, tendo conquistado um título em 1978. Seu número 41 foi inclusive aposentado pela franquia.
Sobre os playoffs de 2021, o time conseguiu uma vaga no play-in depois de uma boa arrancada na parte final da temporada regular e fez bons jogos na “repescagem”, porém, não ofereceu muita resistência ao Philadelphia 76ers, sendo eliminado rapidamente na série por 4-1. A falta de perspectiva escancarada aqui certamente pesou nas mudanças de elenco e comissão técnica.
Sobre a saída de Westbrook, apesar dele ter feito uma boa única temporada na capital americana, vejo como positiva a troca com os Lakers pelos ativos recebidos. As chegadas de Kyle Kuzma, Montrezl Harrell e Kentavious Caldwell-Pope dão mais opções e experiência ao elenco. E vimos que com o astro o time não subiu de patamar necessariamente, então não vejo como uma grande perda.
Fora isso, os reforços de Spencer Dinwiddie (ex-Nets) e Aaron Holiday (ex-Pacers) dão ainda mais opções a Unseld do que Brooks tinha para formar um quinteto e também rotações durante um jogo. Embora o elenco não seja estrelado, o nível entre titulares e reservas é bem parecido e isso é algo positivo na NBA de hoje. Basicamente, apenas Bradley Beal parece ter status de titular absoluto em comparação aos reservas.
Falando de Beal, a situação segue um pouco estranha. O jogador vai ficar, apesar dos muitos rumores de que gostaria de ser trocado. A questão é ver o comprometimento dele neste momento no seu último ano de contrato – ele tem uma renovação de opção automática para 2022-2023, mas provavelmente irá testar o mercado. Isso sem contar seu status atual de vacinação contra a Covid-19, que não deve ajudá-lo durante a temporada.
De qualquer maneira, Beal tem caminho aberto para ter a bola e ser a principal arma ofensiva dos Wizards. Contando com muito mais opções no elenco, é natural que seu jogo cresça também e estou curioso para ver como o time vai se comportar nesse cenário.
Atenção também aos jogadores voltando de lesão, como Thomas Bryant (que ainda deve perder o começo da temporada) e o segundanista Deni Avdija, para saber como estarão quando puderem jogar, assim como o próprio Dinwiddie, que quase não jogou por Brooklyn na última temporada após cirurgia no joelho. Há ainda o caso estranho do japonês Rui Hachimura, afastado da equipe por “problemas pessoais” ainda não especificados e que sequer jogou na pré-temporada.
Para não deixar passar em branco, o brasileiro Raulzinho Neto renovou contrato após uma temporada passada muito boa, em que chegou a ser titular da equipe. Porém, com as chegadas de Dinwiddie e Holiday, é possível que ele perca espaço na rotação.
Gostei das movimentações de Washington no geral, mas o time ainda é uma incógnita, ainda mais com tantas caras novas. Vejo os Wizards brigando novamente por playoffs – possivelmente dentro da zona de play-in -, mas dificilmente subirão de patamar em relação à temporada passada. A questão sobre o futuro de Beal torna ainda mais incerto também o que a franquia almeja neste momento, pois tudo depende se terão ou não sua estrela no ano que vem para quem sabe se arriscar um pouco mais no mercado.
(Foto: Douglas P. DeFelice/Getty Images)
Principais chegadas: Aaron Holiday (PG), Kentavious Caldwell-Pope (SG), Kyle Kuzma (F), Montrezl Harrell (PF), Spencer Dinwiddie (PG), Corey Kispert (SG, Draft) e Isaiah Todd (PF/C, Draft)
Principais saídas: Russell Westbrook (PG), Robin Lopez (C), Alex Len (C), Ish Smith (PG), Chandler Hutchison (SF) e Isaac Bonga (F)
Ponto forte: Profundidade do elenco. Tirando Beal, que é insubstituível, não vejo mais ninguém assim no elenco de Washington. Isso é bom nesse caso, pois estamos falando de titulares e reservas de bom nível, que podem jogar na NBA. O quinteto reserva (digamos: Holiday, KCP, Avdija, Bertans e Harrell) talvez seja melhor que o quinteto titular de alguns outros times da liga. Por isso, gostei dos movimentos feitos na offseason para qualificar o roster em vez de apostar tudo em apenas duas estrelas. Isso também será bom considerando que não sabemos da condição física de alguns dos potenciais titulares.
Ponto fraco: Defesa. Uma defesa que esteve sempre de 20º para baixo no ranking de eficiência defensiva da NBA nos últimos três anos. Parte culpa do ex-técnico, parte culpa de jogadores pouco talentosos nesse quesito. Não vejo muita evolução nesse quesito a partir das contratações feitas, apenas potencial de melhora com o novo head coach, Wes Unseld Jr.
Campanha em 2020-21: 34-38 (8º na Conferência Leste – eliminado na primeira rodada dos playoffs)
Provável quinteto titular: Spencer Dinwiddie, Bradley Beal, Rui Hachimura, Kyle Kuzma e Thomas Bryant
Sexto homem: Montrezl Harrell
Franchise player: Bradley Beal
Head coach: Wes Unseld Jr. (primeira temporada)
Briga por: vaga nos playoffs
POWER RANKING THE PLAYOFFS
Washington Wizards: posição 18