PRÉVIA NBA 2021-2022: #16 Portland Trail Blazers
Iniciando sua décima temporada na NBA, Lillard terá novo técnico em Portland em busca por melhor sorte
Depois de uma ida às finais da Conferência Oeste após um hiato de 19 anos, em 2019, os Blazers tinham grandes expectativas de construírem um núcleo forte, que pudesse brigar com força pelas finais da NBA nos anos seguintes. Não aconteceu. Nas duas temporadas seguintes, a briga foi por chegar aos playoffs, justamente para serem eliminados na primeira rodada nas duas ocasiões. A última ainda mais traumática: derrota por 4 a 2 para um Denver Nuggets extremamente desfalcado.
Caminhando para sua décima temporada na liga, o astro Damian Lillard sentiu o golpe mais forte de sua carreira e deixou isso bem claro logo após a eliminação. “Eu não sei como é um chacoalhão, nem o que vai ser feito ou poderia ter sido feito, mas como está não foi bom o suficiente”, disse o armador de 31 anos. Se as notícias sobre o futuro de Dame, ou mesmo rumores envolvendo o nome de C.J. McCollum, começaram a pipocar a partir daí, o general manager da franquia, Neil Olshey, preferiu uma mudança no comando técnico da equipe, demitindo Terry Stotts depois de nove temporadas, e contratando Chauncey Billups para sua primeira oportunidade como head coach na NBA.
Billups chega já com uma missão extremamente clara. “Para subirmos de nível, sermos mais competitivos e mais consistentes, teremos que ser melhores defensivamente. Eu sei disso”, comentou o técnico à época de sua chegada. “Defesa” deverá ser a primeira e a última palavra nos treinos dos Blazers nesta temporada. A equipe teve o segundo pior índice defensivo de toda NBA na última temporada (média de 115,3 pontos sofridos a cada 100 posses), ficando à frente somente do Sacramento Kings. Para isso, Olshey foi pontual no mercado e trouxe maior profundidade e bons defensores para recompor o elenco.
O núcleo titular da equipe não mudou, mas adições à segunda unidade foram bem-vindas. A começar pela manutenção de Norman Powell, que deve de início jogar mais minutos entre os titulares, um defensor melhor que Gary Trent Jr. e que teve ótima produção nas 27 partidas em que atuou no fim da temporada passada, Portland adicionou quatro nomes interessantes. Cody Zeller e Larry Nance Jr. dão maior profundidade a um garrafão que perdeu Enes Kanter e rotineiramente conta com problemas de lesão de Jusuf Nurkic.
Nance inclusive é dos melhores reforços defensivos para os Blazers. Extremamente atlético, o ala-pivô teve a maior média de roubos de bola da carreira na última temporada e quarta maior da liga (1,7 roubo por jogo) e foi o sexto em desvios de passe por jogo (deflections), com 3,4. Se Nurkic ficar saudável e Robert Covington conseguir manter-se em um nível mais alto defensivo, que se sabe que ele pode como um grande defensor fora da bola que já se mostrou, os Blazers deverão ter melhor sorte do lado defensivo.
Além dos dois jogadores de garrafão, as chegadas de Tony Snell e Ben McLemore dão maior profundidade para as alas e na armação. Snell é talvez a maior atração do trio: um ala atlético que deve oferecer boas atuações defensivas e é um bom arremessador de três (teve 56,9% de aproveitamento em 2,3 arremessos de três por jogo na última temporada), boa arma pra desafogar os outros arremessadores. O arremesso de três também é a arma de McLemore, que terminou a temporada com 36,8% de aproveitamento com os Lakers e não pode deixar livre, leve e solto para um arremesso de longa distância.
As duas maiores incógnitas no elenco ficam para Anfernee Simons e o recém-chegado Dennis Smith Jr.. Ambos já tiveram flashes em suas carreiras, mas nunca se consolidaram com papéis importantes dentro dos times. Simons já se mostrou um bom arremessador de longa distância, mas já caminha pra seu quarto ano e ainda não conseguiu manter uma regularidade. Smith Jr. foi a nona escolha do Draft 2017 e também nunca mostrou todo o seu potencial. Para os dois casos, será mais um desafio para Billups em sua primeira temporada.
Portland tem a maior sequência ativa de ida aos playoffs, com oito temporadas seguidas, porém somente em três delas conseguiu passar da primeira rodada. Chegar na pós-temporada é coisa quase certa na carreira de Lillard, já que ele só não foi em seu ano de calouro, mas o armador já deixou o recado que as coisas precisam ser diferentes. O senso de urgência apertou mais do que nunca e os Blazers fizeram uma aposta em Billups e deu boa profundidade ao elenco em busca ao sucesso.
Ir aos playoffs não deverá ser uma tarefa difícil para a equipe, mas o sucesso na pós-temporada sim e aí resta saber o que será o suficiente para manter Lillard e a franquia satisfeitos.
(Foto: Reprodução Twitter / Portland Trail Blazers)
Principais chegadas: Larry Nance Jr., Dennis Smith Jr., Tony Snell e Cody Zeller
Principais saídas: Zach Collins e Carmelo Anthony
Ponto forte: Poder ofensivo de três. Contando com Lillard, McCollum e Powell, principalmente, os Blazers tiveram as bolas de três como responsáveis por 40,6% dos pontos da equipe na última temporada, segunda maior marca da NBA. Apesar desse ser o ponto forte da equipe, é algo observado há tempos e que limita um tanto o ataque da equipe, já que a maioria dessas cestas vêm sem assistência e o arsenal ofensivo de Portland acaba ficando restrito, uma vez que a equipe faz poucos pontos no garrafão, ou de contra ataque, ou mesmo punindo os desperdícios adversários. Bom ficar de olho na diversificação das ações.
Ponto fraco: Certamente o setor defensivo dos Blazers é uma grande questão a ser observada. A equipe teve a segunda pior defesa da última temporada (índice defensivo de 115,3, ou seja, média de 115,3 pontos permitidos a cada 100 posses), somente à frente do Sacramento Kings. É certo que a manutenção de Powell e as adições de Nance Jr. e Zeller foram sinais de uma investida na melhora defensiva, mas só em prática que podemos ver se funcionam, então segue sendo um ponto fraco da equipe.
Campanha em 2020-2021: 42-30 (6º na Conferência Oeste)
Provável quinteto titular: Damian Lillard, C.J. McCollum, Norman Powell, Robert Covington e Jusuf Nurkic
Sexto homem: Larry Nance Jr.
Franchise player: Damian Lillard
Head coach: Chauncey Billups (1ª temporada como HC na NBA)
Briga por: Ir longe nos playoffs. Chegar aos playoffs não deve ser um grande desafio para os Blazers, mas passar da primeira rodada e quem sabe voltar às finais do Oeste.
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Portland Trail Blazer: posição 16