Presidente dos Knicks começa a planejar demissão de David Fizdale
Fontes ligadas à franquia alegam que a relação entre diretoria e o técnico está abalada e que uma decisão pode ser tomada
Mesmo antes da surpreendente entrevista coletiva após a derrota para o Cleveland Cavaliers no domingo (10), o presidente do New York Knicks, Steve Mills, já havia começado a movimentar internamente a franquia para uma eventual demissão do técnico David Fizdale, disseram fontes da liga à ESPN americana.
Mills vendeu ao proprietário James Dolan um elenco construído para ser altamente competitivo na Conferência Leste, deixando Fizdale vulnerável a uma queda com apenas algumas semanas da segunda temporada de um contrato de quatro anos que, segundo fontes da liga, vale em torno de US$ 22 milhões.
Dias antes de Kristaps Porzingis retornar ao Madison Square Garden com o Dallas Mavericks, Mills deu a primeira declaração pública sobre a construção de uma narrativa organizacional de que as dificuldades frequentes dos Knicks não nascem de um elenco mal montado, mas da falta de um “nível consistente de vontade e execução”.
Em torno do Madison Square Garden e da liga, o momento e o tom da entrevista coletiva foram recebidos com considerável surpresa e consternação – e isso foi considerado um grande descrédito com Fizdale.
“Todo mundo está se movendo para suas posições agora”, disse uma fonte da liga próxima à gerência e à equipe técnica, à ESPN americana. “É assim que eles vão decidir a queda ( de Fizdale)”.
Após a derrota dos Knicks por 108 a 87 para Cleveland, Fizdale estava se reunindo com os jogadores no vestiário pós-jogo quando Mills levou o gerente geral Scott Perry a uma entrevista coletiva improvisada. É habitual que um treinador seja o primeiro oficial da equipe a falar com a mídia após o fim das partidas, mas o presidente foi até o púlpito para dizer aos fãs que os Knicks estavam aquém das expectativas da diretoria.
“Scott e eu não estamos felizes com onde estamos agora”, disse Mills. “Achamos que a equipe não está jogando no nível que prevíamos ou que esperávamos, e isso é algo que acreditamos que, coletivamente, temos que fazer um trabalho melhor ao entregar o produto em quadra …”
Mills presidiu as chegadas e partidas de cinco treinadores nos Knicks. Sua campanha geral como presidente da equipe é 165-337, incluindo 48-126 desde que assumiu o cargo de Phil Jackson em 2017.
Como uma organização, os Knicks poderiam ter sobrevivido a não chegada de Kevin Durant e Kyrie Irving na free agency de julho – mas a troca de Porzingis para os Mavericks por jogadores coadjuvantes e duas escolhas de primeira rodada parecem muito mais devastadoras para o futuro da franquia. Porzingis pediu uma troca em fevereiro, depois da diretoria da franquia não conseguir corrigir problemas de relacionamento com o letão – ou convencê-lo de que estavam em um caminho em direção à competência no Leste.
Fizdale escolheu os Knicks em relação a várias outras ofertas em 2018 – incluindo Atlanta, Charlotte e Phoenix – sob a suposição de que ele eventualmente treinaria Porzingis. O treinador assumiu a responsabilidade pelos fracassos da equipe em sua própria entrevista coletiva pós-jogo no domingo à noite.
“Eu assumo o peso dessa responsabilidade porque sou o técnico”, disse Fizdale. “Eu tomo essas decisões – o que está acontecendo na quadra, quais jogadores jogam, quais jogam juntos, que jogadas chamamos na defesa. Isso é por minha conta”.
(Foto: Reprodução / Memphis Grizzlies site)