Padrasto de Zion Williamson pode ter recebido pagamento de US$ 400 mil antes do jogador ir a Duke
Zion enfrenta uma batalha judicial com sua ex-agente, que alega que a estrela dos Pelicans não era elegível para jogar por Duke
A saga de Zion Williamson na justiça ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (09). Os advogados da agente Gina Ford, dona da agência Prime Marketing Sports, com a qual Zion tinha contrato antes de entrar na NBA, apresentaram à justiça um depoimento dela no qual consta que o padrasto do jogador recebeu US$ 400 mil antes do ala jogar em Duke – o que é proibido segundo as regras da NCAA.
Ford entrou na justiça contra Williamson após ele deixar sua agência de marketing esportivo para assinar com a Creative Artists Agency (CAA). Os advogados dela dizem que o depoimento mostra que Zion não era elegível para jogar pelos Blue Devils em 2018/19 por conta do dinheiro recebido por seu padrasto, Lee Anderson. A equipe jurídica do jogador respondeu com alegações de fraude e falsificação.
O depoimento foi registrado nesta quinta-feira em um tribunal distrital dos Estados Unidos na Carolina do Norte, e foi fornecido pelo empresário Donald Kreiss, que alega ter prestado assistência à empresa Maximum Management Group, do agente canadense Slavko Duric, quem teria pago ao padrasto do atleta a quantia de US$ 400 mil. Kreiss disse que foi apresentado a Duric por terceiros e concordou em investir em sua empresa, em troca de uma porcentagem do dinheiro gerado no contrato de marketing exclusivo com Zion.
No depoimento, o empresário escreveu que o jogador assinou com a CAA para “lidar com suas oportunidade de marketing” e que ele e seu padrasto concordaram em reembolsar todo o dinheiro dado à sua família em 2018 e pagar de US$ 7 a 10 milhões à empresa. Kreiss também escreveu que Duric tinha que “destruir” qualquer registro relacionado ao pagamento e ao contrato firmado entre Zion e a Maximum Management Group.
As provas anexadas ao depoimento incluem um suposto contrato de marketing assinado por Williamson e seu padrasto com a MMG, e uma suposta declaração de ambos em 8 de dezembro de 2019, na qual eles concordaram em pagar US$ 500 mil a Duric antes de 7 de janeiro de 2020, o que seria um reembolso do dinheiro pago pelo agente à família do jogador em outubro de 2018, um mês antes dele estrear como jogador de Duke.
A defesa de Zion se pronunciou em entrevista à ESPN, dizendo que “os supostos acordos e os documentos anexados no depoimento são fraudulentos, e nem Zion e nem sua família conhecem esses indivíduos, muito menos mantêm relações com eles”, afirmou Jeffery Klein, advogado do atleta. “Anteriormente, alertamos a Sra. Ford sobre esse fato e informamos à polícia que os documentos eram falsos, mas eles decidiram continuar. Essa é uma tentativa desesperada e irresponsável de difundir o Sr. Williamson no momento em que ele tem a oportunidade de viver seu sonho de jogar basquete profissional”.
Klein enviou uma carta ao advogado de Gina Ford, Alvin Pittman, dizendo que uma pesquisa no Google revelou que Duric, o agente canadense, supostamente já tentou fraudar Luka Doncic falsificando suas assinaturas e as de sua mãe. Ele disse que a situação envolvendo Zion é bastante semelhante. “As assinaturas dos documentos anexados também são fraudulentas”, escreveu o advogado na carta.
“A assinatura do suposto acordo entre o Sr. Williamson e a Maximum Management Group não corresponde à assinatura do Sr. Williamson no contrato que ele assinou com seus clientes. E as assinaturas dele (Zion) e de Lee Anderson (padrasto) na Carta de Declaração também não são autênticas”. Klein ainda disse que observou falhas na formatação do documento. “Ficou claro que as assinaturas são altamente pixelizadas em comparação com o restante do documento, e há uma quebra na linha abaixo do ‘Z’ no nome do Sr. Williamson, onde a assinatura foi sobreposta ao documento”.
O advogado de Zion ainda falou que há cerca de um mês recebeu uma carta de uma pessoa que também poderia ter sido vítima do golpe de Duric, que continha as mesmas alegações e documentos.
Zion Williamson deixou seu contrato de cinco anos com a Prime Marketing Sports, de Gina Ford, um mês após assiná-lo e pouco antes de ser draftado pelos Pelicans em 2019. Ele processou a agência alegando que o contrato era ilegal sob as leis regentes na Carolina do Norte para atletas-estudantes. Como resposta, Ford tenta provar que ele não era elegível para jogar em Duke e, portanto, não estaria protegido pela lei. Se comprovado o recebimento dos US$ 400 mil por ele e sua família antes ou enquanto jogava em Duke, automaticamente será comprovado que ele não era elegível.
(Foto: Reprodução Twitter / New Orleans Pelicans)