Os melhores times no Draft de 2022 da NBA
Alguns times fizeram um trabalho excepcional no Draft e o The Playoffs destaca os três melhores
Quando a noite do Draft chega, todos só querem saber quem são as próximas estrelas da NBA. Porém, fazer a seleção de jogadores vindos da NCAA, da G-League ou de outros países é algo extremamente complexo. Há o glamour do Top 10, mas a base sólida de qualquer time é montada a partir das diversas escolhas que são feitas ao longo do dia.
Algumas franquias entraram na última seleção de jogadores da liga profissional munidas de inúmeras picks. E algumas delas realizaram trabalhos que merecem ser destacados por atacar jogadores que não tinham tanto holofote e que poderiam agregar uma profundidade absurda aos elencos.
Com isso, o The Playoffs analisou todas as escolhas das duas rodadas do Draft e decidiu se aprofundar em três equipes que parecem deixar a noite de escolhas como possíveis “vencedoras” no mar de atletas que poderiam ter sido escolhidos. É claro que outros times também fizeram um bom trabalho, porém, três parecem ter atingido o lendário “outro patamar” ao escolherem tais apostas. Vamos aos três melhores Drafts da NBA de 2022, lembrando que não estão, necessariamente, em ordem do melhor para o pior.
OS TRÊS MELHORES DRAFTS DA NBA EM 2022
Detroit Pistons
5. Jaden Ivey (G, Purdue)
13. Jalen Duren (C, Memphis)
36. Gabriele Procida (F, Itália)
Os Pistons conseguiram acertar em cheio no último Draft. A escolha por Jaden Ivey é certeira em diversos pontos. O primeiro deles é o match perfeito que ele pode ter com Cade Cunningham. Sim, o backcourt de Detroit pode estar a salvo por anos com esta dupla. É claro que a escolha número 1 de 2021 deve continuar sendo quem conduza a bola e seja a força motriz no lado ofensivo do time, mas Ivey não fica muito atrás.
O antigo atleta de Purdue é extremamente atlético. Sabe jogar sem a bola e também é capaz de pontuar quando preciso. Sendo assim, Detroit ganha uma ameaça dupla. Quando Cunningham conduzir por um lado, qualquer defesa terá que ter atenção dobrada do outro, pois Ivey estará lá. O armador ainda acrescenta força interior, pois mostrou na NCAA incrível capacidade de infiltrar e arremessar com qualidade. Mais um fator? Desperdiça poucas posses e é extremamente capaz de fazer leituras rápidas sem se afobar. Fiquem de olho nessa dupla de milhões.
Entretanto, seria muito fácil apontar o Draft dos Pistons como bom por apenas uma escolha. Detroit ainda conseguiu após montar sua linha de armadores o bom Jalen Duren, pivô de Memphis. Com Isaiah Stewart e Duren, o time consegue ter pivôs que sabem o que fazer pelos próximos cinco anos (pelo menos). Atlético, Duren pode tornar a dupla Cunningham-Ivey ainda mais explosiva, sendo um ótimo alvo para passes altos. Na defesa, protege o aro de forma feroz, bloqueando arremessos e sendo bem honesto no trabalho de rebotes. E pode acrescentar uma boa capacidade de realizar passes. O Detroit Pistons teve uma noite praticamente perfeita nas escolhas de 2022.
Melhores lances de Jaden Ivey no March Madness:
Oklahoma City Thunder
2. Chet Holmgreen (C, Gonzaga)
11. Ousmane Dieng (F, França)
12. Jalen Williams (G, Santa Clara)
34. Jaylin Williams (F, Arkansas)
Os reis de escolhas de primeira rodada. Sim, o Thunder com toda certeza é o time do futuro. Porém, quando se começa a olhar para o que a equipe vem montando nos últimos Drafts, o futuro está cada vez mais perto do presente. Sim, a troca com os Knicks foi pesada e talvez um pouco exagerada. Mas, com as inúmeras escolhas que o time tinha, está tudo bem no reino do trovão.
Dito isso, ter Chet Holmgreen na posição 2 foi uma atitude certeira. Poderia haver um certo burburinho, afinal, Jabari Smith Jr. estava disponível, diferente das projeções. Contudo, o pivô de Gonzaga entrega atributos diferentes do comum para a posição. Claro, notadamente o rapaz é (bem) magro. Só que até aqui isso não o impediu de ser um versátil defensor, graças à sua vantajosa altura (2,13m). Um outro fator que é preciso ser visto no novato, e isso funciona dos dois lados da quadra, é a capacidade de se posicionar de forma certa. Consegue superar adversários mais fortes por um ótimo senso de posicionamento para alguém tão novo. No ataque, arremessa de onde for preciso. Sabe driblar (com as devidas proporções) e passa com qualidade. Algo me diz que só não foi a escolha número 1 por essa capacidade atlética.
Contudo, o Draft não se resumiu a isso. Ousmane Dieng foi caríssimo, mas é alguém que o Thunder podia pagar e tem tudo para valer a pena. Outro jogador que adiciona altura ao time e parecer ter características tão únicas quanto Holmgreen. Dieng ainda precisa refinar seu arremesso, mas é um ótimo criador de chances para companheiros, o que faz com que ele seja um feat ótimo para Holmgreen. É um potencial ilimitado para a NBA. Assim, OKC fez o certo. Tendo Shai Gilgeous-Alexander e Josh Giddey no elenco, adicionar a dupla mais alta faz com que o time esteja coberto com futuras estrelas em praticamente todas as posições.
Depois, Oklahoma ainda se deu ao luxo de confundir as pessoas ao escolher Jalen Williams e Jaylin Williams. Apesar de serem quase homônimos, são opções que agregam profundidade ao elenco. Principalmente Jalen. No Combine, o jogador de Santa Clara fez apresentações que encheram os olhos de muitas franquias e mostrou extrema versatilidade no lado ofensivo da quadra. Já Jaylin, de Arkansas, é o atleta do trabalho sujo. Vai defender e atacar com muita força e ser um trabalhador incansável. Excepcional Draft da franquia.
Melhores lances de Chet Holmgreen no March Madness:
Houston Rockets
3. Jabari Smith Jr. (F, Auburn)
17. Tari Eason (F, LSU)
29. TyTy Washington (G, Kentucky)
Os Rockets foram surpreendidos na noite do Draft. Estava tudo preparado para receber Paolo Banchero, então, o Orlando Magic resolveu embaralhar a noite ao escolher o ex-jogador de Duke na posição 1. Houston, então, viu OKC não embarcar num possível frenesi e manter a opção por Holmgreen. Teria, então, Jabari Smith Jr. algum problema? Porque dois times o deixaram passar?
Sem medo de ser feliz, Houston foi lá e selecionou o que todos apontavam como possível número 1. Mas com tal surpresa, Smith se encaixa no jogo da equipe? Afirmo, sem medo, que sim. Banchero seria um bom complemento ao jogo de Jalen Green, atleta que deve ser o pilar da reconstrução do time. Porém, Smith pode ser ainda mais.
O antigo atleta de Auburn não é o jogador mais exuberante da classe, com teto absurdo nem nada. Contudo, com certeza é o mais preparado. Vai deixar a quadra com seus 20 pontos por jogo com facilidade. É uma arma ofensiva de segurança para qualquer franquia. E some a isso o fato de ser um defensor feroz. Agregará muito ao time que está se reconstruindo e pode fazer com isso seja feito um pouco mais rápido. Fará, assim, o jogo de Green ficar ainda mais em evidência, valorizando os dois últimos Drafts do time.
Assim como os outros dois times citados aqui, uma escolha não pode ser definidora para que um Draft seja perfeito. Houston foi buscar mais um defensor monstruoso, com boa qualidade nos arremessos em Tari Eason. A escolha faz ainda mais sentido após ter recebido Jabari Smith Jr. de presente. O jogador é muito conhecido por sua ética e incansável vontade de vencer. A defesa é refinada e trará segurança para a rotação do elenco.
Por fim, a vinda de TyTy Washington entrega alguém que pode conduzir a bola e controlar o jogo da franquia. Washington foi um dos jogadores que mais causaram debates no Draft. Alguns analistas observavam talento de Top 10 no armador, enquanto outros não viam tanto desempenho assim. Sendo escolhido na posição 29, penso ser uma aposta muito válida para o elenco. Vale lembrar de onde o jogador veio: Kentucky tem formado ótimos atletas de perímetro. Escolha certeira de Houston nas três opções de primeira rodada que possuíam.
Melhores lances de Jabari Smith Jr no March Madness:
Créditos:
Foto 01: Arturo Holmes/Getty Images
Foto 02: Twitter / Purdue
Foto 03: Divulgação / NBA
Foto 04: Reprodução / NBA.com