NBA estuda realizar mais jogos na África, diz Adam Silver
Às vésperas do primeiro jogo em solo africano da NBA, Silver revela intenção de criar mercado forte dentro do continente
No próximo sábado (01/08), a NBA realizará o primeiro jogo da liga em solo africano. A partida entre o Time África e o Time Mundo na Ellis Park Arena, pequeno ginásio nos subúrbios de Johannesburgo, na África do Sul, reunirá 21 jogadores da liga e marcará o início da chegada da liga de vez dentro do continente. Pelo menos é o que pensa o comissário da NBA, Adam Silver, que disse esperar jogos mais importantes acontecendo por lá em um futuro próximo, nesta quinta-feira (30).
“Fiquem ligados. Em parte, este evento é um experimento”, disse Silver, que também pontuou, sem prazos, que um jogo de pré-temporada e, posteriormente, um de temporada regular no continente são a progressão natural deste processo, além de dizer que a liga está evoluindo a passos largos no sentido de fortalecer a marca dentro de um lugar onde o futebol é quase inalcançável.
“Um dos motivos pelo qual estou aqui é dar continuidade ao estudo de novas possibilidades. Gostaríamos de um ginásio maior e mais moderno para um jogo de pré-temporada por aqui. Também estamos testando a recepção da população. Essas coisas levam tempo, mas estou bastante confiante que em um futuro próximo estaremos com um jogo de pré-temporada no continente africano”, disse o comissário.
Os jogadores, técnicos e general managers começaram a chegar a Johannesburgo na segunda-feira (27), iniciando as atividades com a população local, como palestras e clínicas de basquete, já na terça-feira (28), com previsão de durarem até a sexta (31), um dia antes da partida. A NBA, que já explorou tanto a China como a América Latina e a Europa de maneira geral, trouxe para a África jogadores e técnicos renomados para conduzirem o jogo.
Tendo Chris Paul como capitão e Lionel Hollins e Brad Stevens como técnicos, o Time Mundo é formado por jogadores norte-americanos quase em sua totalidade, como Bradley Beal e Kenneth Faried, tendo apenas três europeus como intrusos: os espanhóis Pau Gasol e Marc Gasol e o montenegrino Nikola Vucevic. Pelo lado do Time África, o capitão Luol Deng, nascido no Sudão do Sul, capitaneia um time chefiado por Gregg Popovich e Mike Budenholzer e que conta com jogadores nascidos no continente, como o nigeriano Al-Farouq Aminu e o senegalês Gorgui Dieng, ou com parentes próximos, como Nicolas Batum e suas raízes camaronesas e Boris Diaw e suas raízes senegalesas.
A presença ainda é pequena. São apenas 4.000 lugares no ginásio, mas que estão esgotados e, de uma maneira ou outra significa um começo. “O que gostaria de ver é um grupo de alguns de nossos melhores jogadores realizar um show dentro de quadra, mostrando o quão divertido e emocionante uma partida de basquete é. Os jogadores estão trazendo seus talentos direto para a cidade e a população terá contato direto com eles”, ainda disse Silver. Como são pouco conhecidos, os jogadores chegam a passar pelo lobby do hotel sem serem sequer reconhecidos por alguém.
Acrescentando a todo o simbolismo que o evento de sábado trará, a partida será realizada no mesmo complexo em que Nelson Mandela, no famoso gesto, em 1995, vestiu uma camisa da seleção sul-africana de rugby com a intenção de aproximar negros e brancos logo após o fim do apartheid.