NBA Divisão Pacífico: o que esperar da offseason 2020
Última divisão a aparecer por aqui, o Pacífico conta com o atual campeão e outras equipes que chamam atenção
A temporada 2020/2021 vem aí e ela promete. Após a “bolha” da NBA, as coisas começam a voltar ao normal na liga, de certa forma. Já com data definida, os jogos recomeçam no dia 22 de dezembro e as franquias correm atrás para arrumar suas equipes em um tempo recorde, já que este vai ser o menor período entre duas temporadas na história (ou o maior, se você for de uma das oito equipes que não viajaram para Orlando).
Com o Draft marcado para daqui dois dias (18/11) e a free agency começando no fim da semana (20/11), as equipes querem definir logo seus elencos para a próxima temporada. Isso porque os training camps estão liberados a partir do dia 01/12. Ou seja, quem demorar para se mexer, pode acabar ficando para trás.
Por isso, o The Playoffs vai trazer neste texto a última análise das divisões da NBA. E quem ficou pro final foi a Divisão do Pacífico, que teve quatro de suas cinco equipes na bolha. Por lá, temos nada menos que o atual campeão e mais uma vez favorito, Los Angeles Lakers, outros dois grandes times como Golden State Warriors e Los Angeles Clippers, um Phoenix Suns que pode e deve tentar surpreender e o Sacramento Kings tentando encontrar o seu rumo.
Confira então agora o que cada time da Divisão do Pacífico (Lakers, Warriors, Clippers, Suns e Kings) precisa e o que eles devem fazer nesses próximos dias visando à temporada 2020/2021.
LOS ANGELES LAKERS
Após ganhar o título da NBA, o Los Angeles Lakers pode falar que atingiu um de seus objetivos ao contratar LeBron James. A franquia deixou para trás os anos longe da pós-temporada (e os times que contavam com Robert Sacre, Ryan Kelly, Tarik Black e companhia) e foi campeã. Mas agora o objetivo é outro: se manter no topo.
Além de “King James”, a equipe possui outra estrela em Anthony Davis (que apesar de ser free agent, deve retornar para os Lakers) e muitos bons jogadores secundários, que foram fundamentais para que os californianos conquistassem o tão sonhado anel. Mas para a próxima temporada, apenas seis nomes retornam com contrato para a equipe. Ou seja, o primeiro objetivo de Los Angeles já está aí, definir o que fazer com os jogadores que tiveram seu contrato expirado ou que irão recusar a opção de renovação. Rajon Rondo, Dwight Howard, Kentavious Caldwell-Pope, Avery Bradley e Markieff Morris são caras que tiveram minutos importantes nos playoffs e podem sair.
Rondo já declarou que vai ouvir outras equipes, até porque elas podem oferecer mais grana do que os Lakers. Mesmo assim, os angelinos gostariam de contar com a experiência do armador e devem realizar alguma proposta, mas ele dificilmente fica. KCP tinha um contrato de mais de US$ 10 milhões, pode aceitar um pouco menos para brigar por mais um título. Nome muito importante nos playoffs e o front office deverá fazer uma força para mantê-lo. Howard dificilmente deve aceitar o mínimo novamente, mas caso a franquia consiga oferecer uma quantia interessante, ele pode ficar. Bradley não participou da bolha, mas vinha sendo titular da equipe até então. Caso mantenha um contrato perto dos US$ 5 milhões, deve permanecer. Markieff é o caso mais complicado. Para os Lakers, um contrato mínimo estaria de bom tamanho, mas caso outra franquia tenha interesse e faça uma proposta melhor, ele vai sair.
Pelo Draft, pouca coisa para os Lakers. Com apenas a 28° escolha, eles poderiam buscar um armador para ajudar na rotação, mas devem envolver essa pick na troca por Dennis Schroder, do Oklahoma City Thunder.
Agora via free agency, os Lakers devem ir em busca de alguns nomes. O primeiro deles é Serge Ibaka. O pivô foi ligado à franquia nas últimas semanas e poderia ser um bom encaixe por conta do seu potencial físico, junto com seu jogo de meia e longa distância, que melhorou nos últimos anos. Outro nome interessante seria Wesley Matthews (possui player option com os Bucks), principalmente caso KCP saia. Tristan Thompson também já foi vinculado aos Lakers, para se juntar com LeBron mais uma vez.
Via troca, algumas opções também surgiram. DeMar DeRozan e Victor Oladipo foram nomes ventilados em Los Angeles e que podem pintar para a temporada. O que deve se concretizar nos próximos dias (ou até mesmo nas próximas horas) é a negociação entre Lakers e Thunder por Schroder. O alemão deve ir para a Califórnia, enquanto Danny Green vai para Oklahoma, além da escolha de primeira rodada deste ano.
LOS ANGELES CLIPPERS
O fracasso na bolha da NBA coloca ainda mais pressão nos Clippers para a temporada 20/21. A eliminação para o Denver Nuggets deixou marcas e fez com que a equipe mudasse. Começando pelo treinador, já tivemos mudança. Saiu Doc Rivers e entrou Tyronn Lue. Mas não para por aí e mais novidades devem vir pela frente.
Sob contrato, a franquia possui 10 nomes. Kawhi Leonard, Paul George, Patrick Beverley, Ivica Zubac e Lou Williams são a base da equipe por enquanto e ainda estarão vinculados à equipe. De nomes que tiveram minutagem nos playoffs e os Clippers terão que renovar, são três: Marcus Morris, Montrezl Harrell e Reggie Jackson. Morris ajudou muito a equipe desde que chegou via troca. Espaçando a quadra e sendo muito importante defensivamente. Caso reduza um pouco o valor do seu contrato, a equipe deve buscar a permanência dele. Já Harrell é a prioridade número 1 em Los Angeles. Ganhador do prêmio de sexto homem da liga, ele é peça fundamental no time e os Clippers precisarão abrir a carteira para a manter o ala-pivô. Por fim, Reggie Jackson teve bons minutos e apesar de ter se mostrado um bom jogador, não deve permanecer a não ser que aceite um contrato com valores bem reduzidos.
Porém, via troca, o LA Clippers pode fazer um impacto no mercado. Dois grandes armadores já foram vinculados à equipe: Chris Paul e Russell Westbrook. CP3 já vinha sendo especulado em outras equipes há algum tempo por conta do objetivo do Thunder e seu contrato, mas ele fechou com o Phoenix Suns. Já Westbrook possui um contrato semelhante e pediu para ser trocado nos últimos dias, o que poderia facilitar uma negociação. Caso essa movimentação aconteça, ele se reuniria novamente com Paul George na busca por um anel.
Via Draft, pouca coisa para os Clippers, que só possuem uma escolha de segunda rodada. Pela free agency, a equipe deve buscar um armador principalmente se não renovar com Reggie Jackson. Jeff Teague e DJ Augustin são jogadores que podem pintar em Los Angeles. Caso consigam manter os nomes da última temporada, o time deve buscar outros veteranos por contrato mínimo apenas para compor o elenco.
GOLDEN STATE WARRIORS
Um dos piores times da última temporada, o Golden State Warriors passou por uma temporada atípica. As lesões de Klay Thompson e Stephen Curry, em conjunto com a saída de Kevin Durant, foram fundamentais para que a equipe saísse da briga pelo título. Mas após esse ano fora do comum, tudo promete ser diferente – ou como era antes. A franquia deve ir com tudo na briga por mais um título e retomar o seu caminho de sucesso na NBA.
A primeira importante movimentação dos Dubs nesta offseason deverá ser no Draft. Por conta da última campanha, a equipe possui a segunda escolha geral do recrutamento de calouros, além de mais duas seleções de segunda rodada. O principal alvo dos Warriors é James Wiseman, de Memphis. O pivô de 2,16m estava cotado pra ser uma das principais escolhas desde as primeiras prévias, e pode cair como uma luva em um dos principais times da liga. A posição de pivô sempre foi um problema de Golden State nos últimos anos de sucesso. E o potencial de Wiseman defensivo, mas principalmente ofensivo, podendo dar uma nova opção ao ataque dos Warriors, é visto com muito valor pelo front office do time.
Porém, ainda existe a possibilidade de troca. E a segunda escolha estaria nesse pacote, com a equipe visando a trazer mais um jogador experiente e ir all-in em busca de mais uma sequência de títulos, valorizando ainda mais o trio Curry, Thompson e Green. O elenco ainda possui Andrew Wiggins, que chegou na última temporada (mas que também pode ser envolvido nesta negociação).
Alguns nomes veiculados ajudariam a equipe imediatamente. Se fossem atrás de um pivô, o Chicago Bulls poderia oferecer Wendell Carter Jr. mais a quarta escolha, o que poderia ser muito bom para os californianos. Outro nome especulado foi Aaron Gordon, do Orlando Magic, que traria uma versatilidade interessante ao elenco.
Pela free agency, os Warriors teriam algumas dificuldades, já que o salary cap da equipe é um dos maiores da NBA e para qualquer contratação de um pouco mais impacto, alguns ajustes teriam que ser feitos. Ou via contrato mínimo ou utilizando a mid-level exception para conseguir reforçar a franquia. O primeiro nome que apareceu nos últimos dias foi o de Serge Ibaka. Caso consigam entrar em um acordo com o jogador que é naturalizado espanhol, seria um grande reforço esportivamente e financeiramente. Wesley Matthews e Jae Crowder seriam alas que ajudariam defensivamente e espaçam a quadra. Já para a armação, o veterano DJ Augustin é o nome que mais agrada a equipe de São Francisco.
OFFSEASON NBA 2020
PHOENIX SUNS
Uma das franquias que mais sofre na NBA dos últimos anos, se não for a que mais sofre. Porém, parece haver uma luz no fim do túnel para o Phoenix Suns. Se levarmos em consideração a bolha, em Orlando, o saldo é extremamente positivo. A franquia do Arizona foi a única a terminar sua passagem por lá de maneira invicta, com vitórias sobre equipes fortes, como Clippers (com direito a um buzzer beater sensacional de Devin Booker) e Mavericks. Além disso, brigou até o fim por uma vaga na pós-temporada e por isso o objetivo para este novo ano tem que ser os playoffs.
A prioridade número 1 é disparada a permanência de Devin Booker. Alguns rumores sobre sua vontade de sair de Phoenix surgiram na imprensa e caso isso seja verdade, os Suns têm que fazer de tudo para que o camisa 1 mude de ideia. Depois disso, reforços, para que eles agradem também seu melhor jogador.
Um forte boato surgiu na mídia nas últimas semanas e se concretizou nesta segunda-feira. Se trata do armador Chris Paul, do Thunder. Apesar do contrato enorme, de mais de US$ 41 milhões para a próxima temporada e mais uma player option para o ano seguinte em aproximadamente US$ 44,2 milhões, ele chega para elevar o talento da equipe e colocar Phoenix definitivamente na briga pelos playoffs. Porém, para isso, os Suns tiveram que abrir mão de nomes como Kelly Oubre Jr. e Ricky Rubio, que encaixaram muito bem no time, além de mais uma escolha futura.
Via Draft, os Suns podem melhorar o elenco também. Eles possuem a décima escolha e ela pode ser muito útil. Caso não ocorra a troca por CP3, que ainda não é oficial, eles devem manter a pick e selecionar um armador que possa ajudar imediatamente o time. Outra possibilidade que surgiu é a de draftar um ala, para espaçar a quadra no ataque e ser mais uma força defensiva, aliviando Booker nos momentos em que a equipe não tem a bola.
Pela free agency, a equipe deve primeiro buscar manter quem foi bem na última temporada, casos de Aron Baynes e Dario Saric. Um pivô e um ala-pivô, mas dois jogadores muito versáteis e que ajudaram muito espaçando a quadra no momento ofensivo. Já para trazer nomes de fora, alguns caras podem ter um impacto imediato. Fred VanVleet, dos Raptors, num armador que se provou na liga e deve buscar um bom contrato. Um nome que aparece nos rumores é o de Davis Bertans. O letão pode ajudar se a equipe quiser manter o mesmo estilo, com alas fortes e que ajudem abrindo espaço. Sem contar que Bertans é um cara que ainda pode jogar no poste baixo em alguns momentos.
O inevitável para os Suns é que se eles realmente quiserem os playoffs, terão que reforçar o núcleo de jogadores. Seja via troca ou free agency. Devin Booker precisa de ajuda lá em Arizona.
SACRAMENTO KINGS
Mais um time que vem sofrendo para brigar por coisas maiores na NBA. Os Kings já possuem uma folha salarial alta e caso não consigam enxugá-la, vai ser complicado ter um time que seja favorito a brigar pelos playoffs. Para reforçar o time, que possui bons valores como Buddy Hield, Harrison Barnes e De’Aaron Fox, o Draft e as exceções salariais serão pontos chaves para a franquia.
A franquia tem que ver primeiro quem vai ficar para mais uma temporada. Jabari Parker possui uma opção de renovação por sua escolha e caso aceite, US$ 6,5 milhões a mais estariam comprometidos. Kent Bazemore, Alex Len, Harry Giles e Bogdan Bogdanovic são free agents e os Kings têm que escolher o que irão fazer aqui. Giles é um nome que deve ser mantido. Bazemore e Len devem ter seus nomes avaliados dependendo das perspectivas da equipe. Bogdanovic é um nome que outras equipes estão de olho e para mantê-lo, os Kings terão que abrir a carteira. O sérvio teve uma bela temporada e com certeza deve ser prioridade número 1 da franquia assim que o mercado abrir.
Pelo Draft, a equipe é a que possui mais escolhas na divisão. Na primeira rodada, eles têm apenas a 12ª. Um ala deve vir nessa escolha, já que é o que possui de mais seguro nesta classe de jogadores. Já na segunda rodada, são mais três picks. Sacramento vai ter que garimpar pra ver se encontra algum talento nas últimas 30 escolhas.
Buddy Hield é uma peça central. Na última temporada o ala teve bons números, mas problemas com o técnico Luke Walton podem fazer com que a franquia pense em uma troca para o camisa 24. Pensando a longo prazo, ele e Barnes já possuem grandes contratos. Bogdanovic é agente livre restrito e para permanecer terá que receber uma boa quantia, sem contar com Fox, que deverá receber uma boa grana já que ele é o principal nome do elenco.
Via free agency, os Kings não devem ter tanta força (e dinheiro) para atrair grandes nomes. Algumas opções mais realistas aparecem como possibilidade para a franquia da capital da Califórnia. O primeiro é Torrey Craig, dos Nuggets. O ala se mostrou uma opção confiável da bola de três pontos, mas foi ainda mais importante defensivamente na ótima campanha de Denver. Caso os Kings consigam trazê-lo, será uma ótima adição ao elenco. Outro nome que surge, agora para a armação, é o de Michael Carter-Williams. Ele, que já ganhou o prêmio de Calouro do Ano, estava no Magic e pode oferecer uma versatilidade ao estilo de jogo de Sacramento. Isso sem contar que Williams vem de sua melhor temporada arremessando de longa distância, algo que ele tinha muita dificuldade. Por isso, pode acabar sendo um ativo interessante para a franquia.