Morte de Kobe Bryant e filha foi causada por erro do piloto, diz órgão regulador
De acordo com agência americana de segurança, Ara Zobayan estava desorientado e descumpriu normas ao levar helicóptero de encontro às nuvens
Nesta terça-feira (9), a NTSB (National Transportation Safety Board), agência americana de segurança no voo, reconheceu que o piloto Ara Zobayan é culpado pelo acidente de helicóptero que tirou a vida de Kobe Bryant, Gianna Bryant, filha do ex-jogador, e mais sete passageiros em janeiro de 2020.
O órgão relatou que Zobayan, um dos nove mortos na colisão com uma montanha no sul da Califórnia, provavelmente estava tão desorientado com a neblina que não conseguia diferenciar baixo de cima, o que resultou no acidente após 40 minutos de voo. A decisão de voar no meio das nuvens densas foi considerada equivocada pela agência e é contra os treinamentos que havia recebido.
“Qual parte de evitar as nuvens, quando você está no programa de regras de voo visual (mapa que permite visualizar as condições atmosféricas durante o voo), os pilotos não entendem?”, afirmou o vice-presidente da NTSB, Bruce Landsberg. O executivo não classifica o ocorrido como um acidente. “Um acidente é algo que nunca foi visto, imprevisível, inevitável. Infelizmente não é o caso”.
O clima não estava adequado para voar no dia e era uma preocupação de Zobayan, que decidiu realizar a viagem mesmo assim. Pela manhã a visibilidade estava tão difícil que a polícia de Los Angeles manteve seus helicópteros no solo.
A NTSP não encontrou sinais de falhas mecânicas no veículo. Também não há caixa-preta, objeto não obrigatório para esse tipo de aeronave. Outro item ausente no helicóptero de Kobe era o sistema de comunicação para urgências, recomendado pela agência. No entanto, de acordo com o investigador do órgão, Bill English, isso não faz diferença nesses casos.
A responsabilidade sobre o caso agora cai para a administração federal de aviação, FAA. A instituição destacou em nota: “levamos as recomendações da NTSP muito a sério e daremos uma resposta preliminar em 90 dias”.
Vanessa Bryant, viúva de Kobe, está processando Zobayan e a empresa Island Express Helicopters Inc. desde o dia do enterro. A companhia era responsável por operar a aeronave e dar treinamento e supervisão ao piloto. Ela alega irresponsabilidade e negligência ao voar na neblina e crê que a viagem deveria ter sido abortada.
A defesa da Island Express nega envolvimento e diz que a colisão foi um “ato de Deus” que não poderia controlar. Já Berge Zobayan, irmão do réu, afirma que Kobe sabia dos riscos do voo e que o acidente não é culpa da forma como o veículo foi conduzido.
Foto: Reprodução/Twitter Los Angeles Lakers