Michael Jordan faz doação para melhorar relação entre polícia e negros
Em uma carta publicada, Jordan diz sua opinião sobre os recentes acontecimentos raciais nos Estados Unidos
O melhor jogador de basquete de todos os tempos, Michael Jordan, quebrou o silêncio diante recentes acontecimentos entre polícia e afro-americanos. Em uma carta divulgada pela revista The Undefeated nesta segunda-feira (25), o ex-atleta de 53 anos disse o que ele pensa sobre os recentes eventos de tensão racial nos Estados Unidos.
“Como um americano orgulhoso, um pai que perdeu o próprio pai em um ato de violência e um homem negro, estou profundamente perturbado pela morte de afro-americanos pelas mãos da polícia e furioso pela covarde e cheia de ódio resposta ao matar policiais. Estou de luto com as famílias e com quem perdeu seus amados, já que conheço bem a dor deles”, diz Michael no começo de sua carta.
“Eu fui criado por pais que me ensinaram a amar e respeitar as pessoas independentemente da raça. Então estou triste pela tensão racial que parece estar crescendo. Eu sei que esse país é melhor que isso e eu não posso mais me manter calado. Nós temos que encontrar soluções que permitam que as pessoas de cor recebam tratamento justo e igual. E que os policiais, que colocam suas vidas em risco todos os dias para nos proteger, sejam respeitados e ajudados”.
“Nas últimas três décadas, eu vi de perto a dedicação dos policiais que protegeram a mim e a minha família. Eu tenho muito respeito por eles e pelo serviço deles. Mas também reconheço que para muitas pessoas de cor, as experiências com a polícia foram diferentes das minhas. Eu decidi falar com a esperança que possamos nos unir como americanos e que, com um diálogo pacífico e com educação, consigamos construir mudanças”.
Além de sua opinião, Jordan também doou US$ 2 milhões (aproximadamente R$ 6,6 milhões) para duas instituições: o Instituto das Relações Polícia-Comunidade, da Associação Internacional de Chefes de Polícia, e para o Fundo de Defesa Legal da NAACP (Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor).
“Para ajudar com os esforços, estou fazendo uma doação de US$ 1 milhão a cada uma das organizações: para o recém criado Instituto para a Relação Polícia-Comunidade da International Association of Chiefs of Police’s e para NAACP Legal Defense Fund. Mesmo que eu saiba que essas doações não serão suficientes para resolver os problemas, espero que os recursos possam ajudar ambas as organizações a fazerem uma diferença positiva”.
O caso de tensão racial voltou à tona durante o começo de julho, quando dois negros morreram por policiais e, por outro lado, cinco agentes foram assassinados durante a manifestação que protestava a morte dos negros pela polícia.
“Somos privilegiados em viver no melhor país do mundo, um país que promoveu a mim e a minha família as melhores oportunidades. Os problemas que enfrentamos não começaram da noite para o dia e não vão ser resolvidos até amanhã, mas, se trabalharmos juntos, nós podemos promover uma compreensão maior, conseguir mudanças positivas e criar um mundo mais pacífico para nós mesmos, para nossas crianças, para nossas famílias e para as nossas comunidades”, disse Michael no fim de sua carta.
Jordan foi selecionado na terceira escolha geral do Draft de 1984 pelo Chicago Bulls, franquia na qual ele foi 6 vezes campeão da NBA. Por um pequeno período, o ídolo da história do basquete também jogou pela franquia da capital americana, o Washington Wizards.
Além dos anéis, Michael possui importantes conquistas na sua carreira, como ser selecionado 14 vezes para o All-Star Game da liga, 3 vezes MVP do mesmo, 5 vezes MVP da temporada, 6 vezes MVP das Finais, 10 vezes All-NBA First Team, maior pontuador da história dos Bulls, e possuir o número 23 aposentado pela faculdade Carolina do Norte, pelo Miami Heat e pela franquia de Chicago. Atualmente, Jordan é dono do Charlotte Hornets.
(Foto: Reprodução / Jason H. Smith Flickr)