Michael Jordan fala sobre morte de George Floyd e se junta às vozes da NBA por justiça
Lenda da NBA declarou solidariedade às vítimas de racismo e afirmou que está sentindo 'muita raiva e dor' com o episódio
Michael Jordan, lenda do Chicago Bulls e proprietário do Charlotte Hornets, juntou-se ao coro de atletas, técnicos e executivos expressando seu pesar e indignação pela morte de George Floyd.
“Estou profundamente entristecido, verdadeiramente magoado e com muita raiva”, disse Jordan em um pronunciamento neste domingo (31). “Estou com aqueles que estão chamando a atenção para o racismo e a violência arraigados contra pessoas de cor em nosso país. Já tivemos o suficiente”.
Floyd, um homem negro, morreu na semana passada em Minneapolis depois que Derek Chauvin, um policial branco, ajoelhou-se em seu pescoço por mais de oito minutos. A morte de Floyd provocou protestos em diversas cidades dos Estados Unidos.
“Eu não tenho as respostas, mas nossas vozes coletivas mostram força e incapacidade de serem divididas por outros. Devemos escutar uns aos outros, mostrar compaixão e empatia e nunca virar as costas a uma brutalidade sem sentido. Precisamos continuar com expressões pacíficas contra a injustiça e exigir responsabilidade. Nossa voz unificada precisa pressionar nossos líderes para mudar nossas leis, ou então precisamos usar nosso voto para criar uma mudança sistêmica. Cada um de nós precisa ser parte da solução, e devemos trabalhar juntos para garantir justiça para todos”, afirmou Jordan.
Treinadores também se pronunciam
Também neste domingo, Doc Rivers, do Los Angeles Clippers, e Monty Williams, do Phoenix Suns, dois treinadores negros enfatizaram a necessidade urgente de uma mudança imediata.
“Temos permitido que muitas tragédias passem em vão”, disse Rivers em uma declaração. “Esta não é uma questão afro-americana. Esta é uma questão humana. Nossa sociedade deve começar a ficar confortável com a conversa desconfortável e fazer a coisa certa. O silêncio e a inatividade não são mais aceitáveis. Agora é o momento de falar”, completou.
Williams, que perdeu sua esposa em um acidente de carro há quatro anos, disse que está familiarizado com a sensação de perda repentina e trágica.
“Eu rezo por aqueles que perdemos, mas mais pessoalmente por aqueles que perderam – as famílias de Ahmaud Arbery, Breonna Taylor, George Floyd e tantos antes de vocês”, falou o técnico. “Eu sei como é receber aquele telefonema que alguém que você ama não está voltando para casa. O buraco em seu estômago. O sentimento inequívoco de impotência. Caindo de joelhos e implorando a Deus “por quê?”.
“Eu sinto sua dor e posso realmente simpatizar e sentir empatia. Desejo que ninguém mais tenha que receber esse chamado”, finalizou o comandante dos Suns.
O treinador universitário de futebol americano de Arizona, Kevin Sumlin, disse que passou a última semana enfrentando tanto a tragédia quanto a enormidade do assunto em questão. Nascido em 1964, Sumlin disse que cresceu com uma geração que deveria ter feito mais para “corrigir os erros na América”. Mas ele ainda tem esperança para o futuro.
“Quando olho para o meu time de futebol americano, um verdadeiro caldeirão de diversidade, fico animado com sua reflexão, seu desejo de fazer melhor e sua disposição para exigir mudanças. Talvez esta geração seja a que fundamentalmente garantirá a justiça social nos Estados Unidos”, afirmo Sumlin.
Nick Saban, outro técnico universitário do Alabama, disse que agora é a hora de escolher “bondade, tolerância, compreensão, empatia e amor”.
“Somos todos parte disso e devemos banir esse tipo de injustiça não apenas em nosso país, mas em nosso mundo. O futuro final da nossa nação está em nossas mãos e, como as equipes que tive o privilégio de treinar, devemos depender e respeitar uns aos outros, independentemente das nossas diferenças. Devemos nos unir e tratar uns aos outros com respeito e dignidade”, disse Saban em um pronunciamento neste domingo.
Crédito da foto: Jonathan Daniel/Freelancer/Getty Images