A NBA divulgou nesta quarta-feira (19) que Lusia Harris, primeira mulher a ser draftada por uma equipe da NBA, morreu aos 66 anos. A ex-pivô foi selecionada na sétima rodada do Draft de 1977, mas não chegou a atuar na liga por estar grávida na ocasião.

De acordo com Doug Feinberg, da Associated Press, a família de Harris confirmou a sua morte nesta terça-feira (18) no estado de Mississipi, estado natal da ex-jogadora. A causa da morte ainda não foi divulgada, mas a família informou que a notícia veio de forma inesperada. Em nota, seus familiares afirmaram que ela estava feliz por conta do casamento de seu filho mais novo e por ser reconhecida pelos seus feitos no documentário Queen of Basketball, como ela era chamada (“rainha do basquete”).

“Estamos profundamente tristes em compartilhar a notícia de que nosso anjo, matriarca, irmã, mãe, avó, medalhista olímpica, a rainha do basquete, Lusia Harris faleceu inesperadamente hoje no Mississippi. Os últimos meses trouxeram grande alegria à Sra. Harris, incluindo a notícia do casamento próximo de seu filho mais novo e o reconhecimento recebido por um documentário recente que chamou a atenção mundial para sua história”.

Participante do Draft de 1977, Harris foi selecionada pelo então New Orleans Jazz na sétima rodada (escolha 137), se tornando a primeira mulher a ser draftada por uma equipe na NBA. Anteriormente, o San Francisco Warriors recrutou Denise Long pelo Draft de 1969, mas a liga barrou a escolha no campeonato por não atender aos critérios para fazer parte do recrutamento, como ser parte do gênero feminino.

Mesmo sendo escolhida pelo Jazz, a pivô não chegou a atuar na liga por estar grávida de seu filho Eddie. Em 1992, Harris foi introduzida ao Hall da Fama do Basquete, se tornando a primeira mulher negra a atingir essa marca. Alguns anos depois, em 1999, ela foi introduzida no Hall da Fama Feminino.

Em nota, o Hall da Fama do Basquete lembrou o feito de Harris nos jogos olímpicos de 1976, quando anotou os primeiros pontos de uma atleta americana na estreia da seleção estadunidense nas Olimpíadas de Montreal, quando chegaram à final, mas ficaram com a medalha de prata com dois pontos a menos do que a União Soviética, medalhista de ouro naquela edição do torneio feminino. “Ela será lembrada por sua caridade, por suas conquistas dentro e fora da quadra e pela luz que trouxe para sua comunidade, o estado do Mississippi, seu país como a primeira mulher a marcar uma cesta nas Olimpíadas, e por mulheres que jogam basquete em todo o mundo”.

Além de seus feitos no basquete profissional, Harris também é lembrada pela sua “carreira” na Delta State, universidade onde conseguiu três títulos nacionais e teve campanha de 109 vitórias e seis derrotas. Com médias de 25,9 pontos e 14,4 rebotes, ela é a líder em pontos e em rebotes em toda a história da escola, onde anotou mais de 2.981 pontos e 1.662 rebotes.

Foto: Reprodução Twitter/Basketball Hall of Fame