Em meio a um dos maiores escândalos da história do basquete americano, LeBron James se manifestou contra a National Collegiate Athletic Association (NCAA), entidade máxima do esporte universitário nos Estados Unidos. “A NCAA é corrupta, nós sabemos disso. Desculpa, isso será manchete, mas é verdade.”, disse o jogador a repórteres nesta terça-feira.

LeBron também questionou a narrativa de que os atletas recebem “educação gratuita” nas universidades. “Eu nunca estive na NCAA, então não sei todo ônus e bônus, mas eu sei o que os ‘atletas cinco estrelas’ trazem para o campus, tanto no basquete quanto no futebol americano. (…) Eu sempre escutei a narrativa de que eles recebem uma educação gratuita, mas vocês não estão me trazendo no campus para obter uma educação, vocês estão me trazendo para ajudá-lo a chegar a um Final Four ou a um campeonato nacional.” comentou o jogador.

O astro mencionou a G-League, liga de desenvolvimento filiada à NBA, como uma das alternativas a esse problema. Ele enxerga a liga como um lugar onde os jovens jogadores podem ganhar experiência. Ele comparou a liga com os times profissionais em outros países. Na Europa, por exemplo, jovens de 14 anos assinam contratos com as equipes profissionais, mas são colocadas em equipes juniores. Dessa forma, os atletas se desenvolvem dentro de um ambiente propício, e quando estiver pronto, se torna um profissional.

Vale lembrar que LeBron nunca atuou no basquete universitário, tendo ido direto do high school (nível colegial) para a NBA em 2003. Hoje, isso não é mais permitido pelas regras da liga.

Entenda o caso

Na última sexta-feira (23), o Yahoo Sports americano revelou um esquema de corrupção no basquete universitário dos Estados Unidos. Diversos jogadores, treinadores e universidades estão envolvidas no esquema, entre eles, atletas da NBA como Kyle Lowry (Toronto Raptors), Markelle Fultz (Philadelphia 76ers) e Dennis Smith Jr. (Dallas Mavericks).

Todos os envolvidos estariam ligados à agência ASM Sports, do ex-agente da NBA Andy Miller. A empresa teria pago valores irregulares a alguns jogadores tanto do high school quanto do college – o que não é permitido pelas regras do esporte amador dos Estados Unidos – tudo para garantir os melhores prospectos, e garantir que eles iriam para os locais determinados pela agência nos recrutamentos.

Segundo o repórter da ESPN americana Mark Schlabach, o FBI interceptou diversas conversas telefônicas, entre elas, uma entre Christian Dawkins, sócio de Miller, e o treinador da universidade de Arizona, Sean Miller, discutindo um acordo de US$ 100 mil que garantiria o recrutamento do promissor DeAndre Ayton em sua equipe – o que de fato aconteceu.

(Foto: Reprodução Twitter/Cleveland Cavaliers)