O investimento da China no basquete aumenta a cada ano, algo que começou inspirado no sucesso de Yao Ming na NBA e hoje é consolidado com um torneio nacional forte. O atual jogador do Indiana Pacers, e com um grande histórico no esporte, Lance Stephenson disputou o CBA na temporada 2019-2020 pelo Liaoning Flying Leopards, e tem muita história para contar. Em entrevista realizada no ano passado, o ala-armador contou um pouco mais da experiência que teve no país asiático.

Apesar de ser um veterano da NBA, inclusive com duas finais de conferência pelos Pacers, Stephenson teve uma carreira de altos e baixos. Logo após defender o Los Angeles Lakers em 2019, ele acabou recebendo uma proposta para atuar na China e decidiu aceitar o desafio. Assim, o jogador que já teve uma média de 35,3 pontos por jogo foi explorar uma competição fora dos Estados Unidos. Ele foi duramente criticado na época, mas o resultado acabou sendo positivo.

Em entrevista com a equipe Betway, site de apostas NBA, o jogador comentou sobre algumas das coisas que o surpreenderam no torneio chinês. Lance ouviu muitas pessoas falarem que o nível seria baixo, mas isso não era verdade. Ele garante que a China é boa em basquete, principalmente pelo trabalho intenso diariamente. Os treinos são mais intensos, inclusive com sessões duplas. Assim, o atleta deixou a China um ano depois em excelentes condições físicas.

Quando perguntado sobre esse período no elenco do Liaoning Flying Leopards, o norte-americano é só elogios. “Foi muito legal lá na China. Tive que liderar a equipe e ganhar alguns jogos. Os fãs de lá são incríveis. A cultura é diferente, aprendemos coisas diferentes, idiomas diferentes, enquanto vivemos em cidades diferentes”, garantiu Lance Stephenson. Ou seja, não existe nenhum arrependimento pela decisão.

Retorno para a NBA

Apesar de todos os elogios, Lance não conseguiu ficar muito tempo fora dos Estados Unidos. Logo após vencer o título da temporada 2019-2020 da CBA, e também ficar com prêmio de MVP no East Asian Terrific 12, ele acabou sendo selecionado no Draft da G-League. Um retorno que o levou de volta para o Indiana Pacers alguns meses depois, clube que ele joga atualmente. A experiência na China foi importante para colocá-lo de volta na NBA.

O bom rendimento neste período foi importante, principalmente para um atleta com mais de 30 anos. Lance teve uma média de 27,6 pontos por jogo na China, e um aproveitamento ainda melhor quando atuou na G League. A volta para a NBA também veio com bons números, inclusive um recorde pessoal de 14 assistências em uma partida contra o Utah Jazz pela temporada regular. Aquela temporada em território chinês foi positiva.

A reportagem feita pelo blog da Betway mostra que Lance Stephenson sempre foi um atleta de alto nível. Em 2009, por exemplo, ele recebeu o prêmio Mr. New York Basketball. Além disso, também teve uma carreira positiva pelos Pacers, Hornets e até mesmo pelos Lakers. Ou seja, estamos falando de um ala-armador da elite que ficou impressionado com o nível de basquete da China. Uma experiência diferente para um atleta de alto nível.

Sonho de título

Lance Stephenson conseguiu realizar grandes feitos, mas ainda não realizou o maior sonho: ser campeão da NBA. Esse sempre foi o maior objetivo, como fala na conversa com o blog, e mesmo em uma equipe fraca ainda é possível. Os Pacers estão passando por um momento ruim, mas 2022-2023 pode ser uma temporada completamente diferente. Antes disso, entretanto, o ala-armador precisa ter o contrato renovado.

Ele assinou com os Pacers no início deste ano, mas apenas até o final da temporada. O bom rendimento até aqui é uma surpresa positiva, e os dirigentes já começam a pensar em uma extensão do contrato. Com apenas 19 vitórias e 39 derrotas até o meio de fevereiro, o principal objetivo da equipe hoje é planejar o futuro, pois uma vaga nos playoffs é quase impossível.

Stephenson é um dos grandes jogadores da NBA, e isso não apenas pela qualidade em quadra, mas também pelas escolhas que fez nos bastidores. Ir para a China foi uma opção arrojada, mas que deu certo. O aprendizado foi que existem outros torneios de alto nível no mundo, algo que pode ajudar alguns jogadores, como foi o próprio caso.