Kevin Garnett exalta NBA atual: ‘caras de 20 anos atrás não conseguiriam jogar’
Prestes a lançar sua autobiografia, hall da fama explica porque o basquete moderno anda mais competitivo, em entrevista ao The New York Times
Com sua autobiografia “KG A to Z: An Uncensored Encyclopedia of Life, Basketball, and Everything in Between” para ser lançada no dia 23 de fevereiro, o membro do hall da fama Kevin Garnett concedeu na sexta-feira (5) entrevista ao repórter David Marchese para a revista do The New York Times. Nela, Garnett opina sobre sua carreira e as diferenças entre a NBA atual e a da sua época e de seus antecessores.
Uma fala em especial gerou repercussão. Perguntado sobre o que acha do basquete praticado na NBA nos dias de hoje, o “jogador de defesa do ano” de 2008 foi na contramão do que esperavam ouvir dele. Imaginava-se que o pivô seguisse com a mesma percepção de outros ex-jogadores e criticasse as pontuações elásticas, as bolas de três, e o jogo menos físico. No entanto, Garnett opinou positivamente:
“Se você tiver criatividade e ambição, você consegue ser um grande jogador de ataque nesta liga… Hoje, quando eu vejo o “Joker” (Nikola Jokic), eu sinto que ele pegou a habilidade do Dirk Nowitzki e misturou com o seu talento. E Stephen Curry revolucionou as coisas ao conseguir arremessar de longe com tanta consistência. Klay Thompson. Damian Lillard. Esses armadores mudaram o jogo. Eu não sei se armadores de 20 ou 30 anos atrás conseguiriam jogar hoje em dia. O jogo está criativo. Competitivo. Gingado. Você será derrubado!”.
Apelidado como “Big Ticket” (ingresso caro, em inglês), Garnett reconhece que “o jogo está em outro nível” no quesito preparo físico. Para ele, os atletas de 20 anos atrás não aguentariam jogar 48 minutos, ainda mais nessa intensidade. E cita as mudanças nas regras de arbitragem como fator preponderante na mudança de ritmo das partidas.
“Eu não acho que caras de 20 anos atrás conseguiriam jogar esse jogo. Há 20 anos atrás, os caras usavam as mãos para marcar os jogadores. Hoje você não pode. Isso deixa a defesa quase invencível. Você imagina não poder usar as mãos para marcar o Michael Jordan? Não dá”.
O 15 vezes all-star destaca que se mantém ativo na NBA, trabalhando como um tutor para novatos. O ex-atleta dá dicas de como lidar com finanças, família, fama e as demais mudanças que ocorrem na vida de um calouro, com o projeto “Uncle Kevin”, que cogita levar essa ideia adiante para Adam Silver, comissário da NBA. Além disso, Garnett ajuda novos pivôs e ala-pivôs a melhorarem seu jogo.
“Ajudei muitos jogadores… James Wiseman. Joel Embiid. Jokic. Willie Cauley-Stein. Marvin Bagley… Tem muitos caras que eu assisto e vejo no que posso ajudar: um contra um, como entrar na defesa e como segurar a bola. A antecipar na defesa. Muitos desses caras se envolvem com problemas de faltas porque não estão na posição certa”, detalha.
Foto: Reprodução Twitter/Kevin Garnett