Kerr e Popovich criticam políticos dos Estados Unidos por falha no controle de armas
Após novos casos de mortes por disparos em massas, comandantes de Warriors e Spurs se manifestam
Steve Kerr e Gregg Popovich comentaram sobre algo recorrente nos Estados Unidos, que são criminosos que entram em locais públicos e atiram em pessoas. O treinador do Golden State Warriors teme que algum dia essa violência armada de tiroteios possa acontecer em alguma acadêmia de basquete da NBA.
Após disparos em massa em Gilroy, na Califórnia, El Paso, no Texas, e Dayton, em Ohio, episódios que vitimizaram 34 pessoas em um pouco mais de uma semana, diversas personalidades importantes da NBA criticaram os políticos pela falta de atitude no controle de armas nos Estados Unidos. Kerr, tricampeão da NBA como head coach, se manisfestou nesta terça-feira (6), além de Popovich, técnico do San Antonio Spurs.
“Quando você tem 97% das pessoas no país que querem verificações universais de antecedentes e o Senado não vai aprová-lo pelo motivo de o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, não permitir votação, então você tem problemas “, disse Kerr, também assistente técnico da seleção dos EUA, que completou: “Acho que essa é a questão. Temos que ter líderes eleitos dispostos a valorizar a vida humana sobre seus próprios empregos e suas contribuições.”
As palavras de Popovich também foram de alerta: “Seria muito melhor que as pessoas que estão no poder vissem que há algo errado e fizessem algo. Eu acho que eles estão de férias agora”, ironizou o treinador dos Spurs e da seleção americana.
“Nada acontecendo, então eles apenas fazem uma pausa”, acrescentou Popovich, sarcasticamente. “Eles vão voltar e consertar a situação das armas, o meio ambiente, a desigualdade, eles consertarão tudo isso quando voltarem, tenho certeza.”
“Eu penso nisso o tempo todo. Alguém pode entrar pela porta da academia agora e começar a nos pulverizar com um AR-15”, disse Kerr, ao Bay Area News Group. “Eles poderiam. Pode acontecer porque somos todos vulneráveis, seja em um concerto, uma igreja, um shopping ou um cinema ou uma escola. Cabe a nós, como americanos, exigir mudança da liderança covarde que continua a permitir que isso aconteça e continua a afirmar que a Segunda Emenda está fazendo o seu trabalho.”
Steve Kerr, inclusive, foi perguntado sobre o que faria se pudesse conversar com o presidente Donald Trump. A resposta dele foi curta e objetiva: “Nada”, disse ele. “Eu não me incomodaria em falar com ele.”
“Sempre fui sincero em termos de segurança de armas e medidas de armas”, afirmou o treinador dos Warriors. “Isso é algo que tem sido muito importante para mim por um longo tempo. Eu me envolvi muito com alguns dos grupos de segurança de armas, como o Brady Campaign e o Sandy Hook Promise e o March For Our Lives, o grupo Giffords. Esses são todos grupos maravilhosos que estão fazendo muitas coisas boas.”
Dois dos principais treinadores da NBA, Kerr e Popovich trabalham juntos no comando da seleção americana, que disputará a Copa do Mundo de Basquete, que acontece entre os dias 31 de agosto até 15 de setembro.
(Foto: Ezra Shaw/Getty Images)