Joe Vardon, jornalista norte-americano especialista em NBA, explica, em entrevista à Betway, sobre a força dos estrangeiros na liga
Europeus começaram a se destacar e a expectativa é por mais estrangeiros causando mais impacto na NBA
A escolha de Nikola Jokic como MVP da temporada 2021/22 não foi uma surpresa. Afinal, o sérvio do Denver Nuggets se manteve dominante nas quadras, e repetiu a excelente campanha que teve na temporada passada. Porém, a quarta vitória consecutiva de um jogador estrangeiro nessa premiação da NBA é algo que chama a atenção. Em entrevista recente, o jornalista Joe Vardon explicou sobre isso, e garantiu que estão acontecendo mudanças importantes na liga. Os europeus começaram a se destacar, e a expectativa é por mais estrangeiros causando impacto.
Jokic encerrou a temporada passada com uma média de 27,1 pontos por partida, e um aproveitamento de 58,3% nas cestas. Números que não mostram tudo que o sérvio fez com a camisa dos Nuggets. Entretanto, isso não escapou aos olhos dos jornalistas, como contou Vardon em conversa com o blog Betway Insider. O especialista afirmou que o pivô de 27 anos conseguiu convencer todos na votação de MVP, e explicou um pouco mais sobre como funciona esse prêmio.
“O prêmio de MVP é votado pelos membros da imprensa que cobrem a liga e não estamos baseando nossos votos em popularidade”, explica o escritor do renomado site The Athletic. Ele afirma que nem sempre essa lista é composta pelos melhores jogadores, mas também pelos mais efetivos que conseguem transformar bons desempenhos em vitórias. “Voltaria apenas até a temporada passada. Jokic foi o MVP e Giannis ganhou o título. Antes disso, no entanto, não. Eu não diria isso necessariamente. Vencer importa para mim”.
Ou seja, ser o MVP da temporada é mais que fazer muitos pontos, e ter uma taxa de aproveitamento próxima dos 60%. É também contribuir com a equipe, algo que os jogadores estrangeiros estão conseguindo fazer. Essa é a prova de como a NBA tem atraído nomes de qualidade, formados em outros países, e não apenas nos Estados Unidos. Uma expansão interessante, que promete causar grandes impactos na liga mais importante de basquete do mundo.
Mudanças acontecendo
Essa não é uma visão de qualquer pessoa, mas sim do jornalista Joe Vardon, que cobre a NBA há mais de dez anos. Ele explica que ainda existem muitos jogadores dos Estados Unidos ganhando destaque na liga, mas nenhum deles é protagonista. “Kevin Durant é provavelmente o melhor jogador norte-americano em atividade, mas ele também se machuca demais para ser considerado como o melhor no geral. Steph Curry é incrível, mas também está ficando mais velho e é propenso a lesões”, pontua o especialista nas cestas.
Vardon também conta para a equipe da Betway, site de apostas esportivas online, que jovens estrelas estão surgindo. São os casos de Ja Morant, Jayson Tatum e Devin Booker, mas nenhum deles têm o impacto de um Jokic ou de um Giannis Antetokounmpo. “Então, definitivamente, é um momento de mudança na liga”, garante o jornalista, que vê de forma clara um protagonismo vindo dos jogadores formados na Sérvia e na Grécia.
O basquete norte-americano continua sendo o melhor do mundo, afinal, são vários jogadores em destaque e com alto nível. Entretanto, o que Vardon explica é que está surgindo um movimento de atletas que vêm do exterior para brilhar na NBA. Algo que foi incentivado pela organização, que agora está colhendo os frutos. A liga não pode ser vista como algo local, mas sim global.
Uma busca antiga
Apesar desse momento dominante, a NBA já contou com jogadores estrangeiros em destaque. Basta lembrar, por exemplo, do nigeriano Hakeem Olajuwon. Além de conquistar dois títulos pelo Houston Rockets, em 1994 e 1995, o antigo pivô também ganhou um MVP da temporada e dois MVP das Finais. Ele foi o primeiro a conseguir esse feito, e entrou para história por isso. Ou seja, a liga sempre teve espaço para jogadores vindo de fora.
O único aspecto diferente do momento é o forte domínio dos estrangeiros. A última vez que um norte-americano ganhou o MVP da temporada na NBA foi em 2018, com James Harden. Ou seja, foram quatro prêmios consecutivos para atletas estrangeiros. A projeção para 2023 é que isso se mantenha, pois Jokic e Giannis continuam atuando em alto nível nas quadras. É fácil ver um momento diferente na NBA.
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