Jason Kidd, Steve Nash e Ray Allen entram para o Hall da Fama do basquete
Além dos armadores, mais dez ícones do basquetebol mundial ganharam a honraria na noite desta sexta-feira
O Hall da Fama do Basquete é o estágio final de glória para brilhantes carreiras nesse esporte. E para 13 ícones da modalidade a noite desta sexta-feira (7) foi o momento de entrada na galeria dos imortais. Entre eles, Jason Kidd, Steve Nash e Ray Allen, que se aposentaram recentemente e já ganharam seu lugar no HoF.
Kidd foi campeão da NBA pelo Dallas Mavericks em 2011, medalhista de ouro pela seleção norte-americana nos Jogos Olímpicos de Sydney e Pequim, líder em triplos-duplos e segundo colocado em assistências e roubadas de bola na história da NBA. Ele entrou no Springfield Symphony Hall com seu filho em um carrinho de bebê.
Já Nash, duas vezes MVP da NBA, líder em aproveitamento de lances livres e terceiro em assistências na NBA, se disse honrado em receber essa condecoração. “É uma grande honra estar aqui com esses caras. Eu nunca imaginei estar aqui”.
E o evento também serviu para reaproximar ex-companheiros. Paul Pierce e Kevin Garnett foram chamados por Allen de “futuros Hall da Fama”, e eles o parabenizaram em suas redes sociais, deixando de lado uma velha briga.
“O mais incrível é que eu amei tudo isso. Eu não preferia estar em qualquer outro lugar do mundo”, afirmou o atleta duas vezes campeão da NBA (Boston Celtics em 2008 e Miami Heat em 2013), campeão olímpico em Sydney 2000 e líder em bolas de três na história da liga.
O presidente de operações do Golden State Warriors, Rick Welts, também foi um dos homenageados. Ele iniciou sua vida profissional como gandula do Seattle SuperSonics e leu uma carta em seu discurso de encorajamento ao seu “eu” de 10 anos. Welts se assumiu homossexual em 2011 (primeiro dirigente da liga a fazê-lo) e disse “que essa foi a decisão mais importante que ele já tomou”.
O pivô croata Dino Radja foi um dos mais emocionados em seu discurso. Ele disse que chorou por dez dias ao receber a notícia de sua nomeação e que jogar basquetebol “era fácil” em comparação a isso. Ele foi medalhista de prata em dois Jogos Olímpicos (Seul 1988 e Barcelona 1992), além de ser bicampeão da Euroliga pelo Jugoplastika, atual KK Split, time que atua na liga croata de basquete.
Quem também veio a lágrimas foi Maurice Cheeks, que “culpou” a presença da mãe no evento pelo choro. “Charles (Barkley) me disse para não chorar, mas eu não consigo falar assim com minha mãe aqui. Ela é minha primeira técnica, Mama Cheeks”. Como armador, ele foi campeão da NBA pelo Philadelphia 76ers em 1983, além de ser o quinto da liga em assistências. Atualmente ele é assistente-técnico do Oklahoma City Thunder.
E a Universidade de Duke levou seu primeiro atleta ao Hall da Fama. Grant Hill, duas vezes campeão da NCAA pelos Blue Devils, além de sete vezes All-Star da NBA e cinco vezes selecionado para o time ideal da liga.
Também ligado a Duke (onde atuou como atleta), o lendário treinador universitário Lefty Driessel foi um dos mais aplaudidos do evento. Driessel foi o primeiro técnico a vencer 100 jogos por quatro conferências diferentes da NCAA, sendo chamado de “o maior formador de programas da história do basquete”. Ele se aposentou em 2003 como o quarto maior vencedor de jogos do basquete universitário.
Outro atleta universitário de destaque condecorado foi Charlie Scott. Primeiro negro a atuar pela Universidade da Carolina do Norte, ele levou a equipe para dois Final Fours seguidos em 1968 e 1969, tendo médias acima de 24 pontos. Ele ainda foi campeão da NBA pelo Boston Celtics em 1976.
“Eu estou muito orgulhoso por estar aqui e por ser um homem negro que pegou um caminho que não era fácil, mas que era o certo a se seguir”, disse Scott em seu discurso.
E outro atleta negro da North Carolina “garantiu” a presença de outro condecorado. O atual presidente de operações da NBA, Rod Thorn, agradeceu a Michael Jordan, maior nome da história de UNC, pela sua amizade ao longo dos anos. “Eu sei que não teria uma página na Wikipedia sem você”. Thorn foi eleito Executivo do Ano em 2002 quando era general manager do New Jersey Nets, atual Brooklyn Nets.
Também foram introduzidos no Hall da Fama a técnica do New York Liberty, maior pontuadora do basquete feminino (mais de 7 mil pontos na carreira) e dona de três medalhas de ouro olímpicas (Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008), Katie Smith, a treinadora do Virginia Cavaliers, primeira escolha de Draft da história da WNBA e medalhista de ouro em Sydney e Atenas, Tina Thompson, além de Ora Mae Washington, que recebeu a indicação póstuma após vencer 11 títulos estaduais (Colorado).
Foto: NBA TV Divulgação