Hawks viram sobre os Bulls em jogaço de Trae Young e Zach LaVine
Com 50 pontos, estrela de Chicago anota career-high, mas coadjuvantes não ajudam. Armador de Atlanta marca 42 pontos e quase um triplo-duplo
Lutando por uma vaga nos play-ins da Conferência Leste, o Chicago Bulls (22-29) visitou o Atlanta Hawks (28-25), quarto colocado na tabela nesta sexta-feira (9), e as equipes fizeram um grande jogo. Liderado por Zach LaVine, que anotou sua maior pontuação na carreira, os Bulls só deixaram escapar a vantagem pela primeira vez no fim do terceiro quarto. Nos dois últimos períodos, os Hawks foram amplamente superiores e saíram com a vitória por 120 a 108.
Assim, a franquia da Geórgia evitou o que seria a quarta vitória seguida dos rivais, que se mantêm na décima posição. O resultado passou pelas mãos de Trae Young, que flertou com um triplo-duplo, anotando 42 pontos, nove assistências e oito rebotes. E também foi garantido pela superioridade da equipe no garrafão.
A maioria das jogadas ofensivas dos Hawks surgia do pick and roll. As parcerias entre Young ou Lou Williams e Clint Capela, que terminou com 22 pontos, além dos dez rebotes e dois tocos, quase sempre funcionavam. Essa eficácia também fez com que a equipe tivesse cinco rebotes e três tocos a mais que o adversário, que só efetuou um bloqueio.
Foram os 13 turnovers dos Bulls, o que mostra que Atlanta foi bem defensivamente. Porém, o ataque não teve a mesma inspiração ofensivamente nas bolas de três. Os Hawks só converteram 25,9% delas. A sorte da equipe é que Danilo Gallinari estava inspirado. O ala-pivô italiano acertou quatro de suas oito tentativas e terminou com 20 pontos e seis rebotes.
Do lado dos Bulls, não há nenhuma outra estatística que justifique a derrota fora a queda de rendimento a partir da metade do terceiro quarto. LaVine conseguiu algo inusitado, foi a primeira vez desde 1993, que um atleta dos Bulls anota 50 pontos ou mais e perde a partida — o último a fazer isso foi Michael Jordan. Dos 50 pontos do ala, 39 deles foram no primeiro tempo. Ele também registrou oito rebotes e sete assistências.
Quando o adversário acertou a marcação em cima do All-Star, a equipe despencou. Faltou quem acompanhasse seu bom rendimento. Pelo menos Nikola Vucevic manteve sua regularidade, anotando 25 pontos e dez rebotes.
Negativamente, vale destacar as partidas de Tomás Satoransky e Lauri Markkanen. O primeiro foi o armador titular e terminou o jogo zerado, em seus 33 minutos na quadra. Ele errou seus seis arremessos, mas conseguiu dez assistências e dois roubos de bola. Já o ala-pivô, que se tornou reserva desde a chegada de Vucevic, só marcou cinco pontos em 27 minutos.
O Jogo
Os Bulls começaram o primeiro quarto mostrando ao que pareciam ter vindo. Bastaram 18 segundos para a equipe pegar a liderança e só desperdiçá-la na reta final. Com a primeira de suas sete bolas de três, Zach LaVine inaugurou o placar. Dois minutos depois, ele já tinha dez pontos e Chicago abria seis de diferença.
A cinco minutos do fim do quarto, o ala foi substituído. Então, Trae Young apareceu para os Hawks, com dez pontos em três minutos. Mas isso não foi suficiente, pois Vucevic também estava bem na partida e guiou os Bulls à vitória do período por 33 a 25.
Em toda a primeira etapa, Atlanta não acertou nenhuma bola de três. Lou Williams quebrou esse tabu na primeira pontuação do segundo quarto e com apoio do pivô novato Onyeka Okongwu, a diferença caiu para dois pontos. O equilíbrio no placar durou pouco, pois em seguida LaVine entrou em uma sequência absurda de pontos.
Durante seis minutos só o All-Star pontuou para os Bulls. Foram 25 pontos e nenhum arremesso errado. Teve de tudo, bola de três parado, após o drible, lance-livre e arremesso longo para dois. Assim, a equipe abriu 11 pontos na liderança restando três minutos para o fim do quarto. Na reta final, o ritmo desacelerou e o período terminou 66 a 53 para Chicago.
LaVine entrou no terceiro quarto com 39 pontos, dando a sensação que seria impossível pará-lo. Mas não foi isso que aconteceu. Foi a vez de Trae Young, que já estava com 18 pontos, se destacar mais ainda. Com o pick and roll bem ajustado, ele liderou os Hawks a uma sequência de 19 pontos contra oito do adversário. Só o armador fez 11 pontos, diminuindo a vantagem para um ponto enquanto o relógio marcava cinco minutos para o final.
Esse ímpeto ofensivo não foi mantido. Após um minuto e meio sem alterações no placar, Vucevic evitava a virada com dois ganchos, que ressaltaram seu talento. Marcado intensamente, Trae Young respondeu com um longo arremesso para dois e uma bandeja. E viu Okongwu virar o jogo ao converter uma bandeja no rebote de uma bola de três sua que não caiu. Os Hawks entraram na etapa final vencendo por 86 a 84.
Como LaVine não encontrava brechas na defesa adversária, Coby White chamou a responsabilidade. O armador estava zerado no jogo, mas começou o quarto marcando 11 pontos, sem errar nenhum arremesso. Assim, os Bulls abriram cinco pontos de vantagem, que logo foi para o ralo.
Nos minutos finais, Gallinari e Trae Young se entenderam para garantir a vitória. O italiano acertou três arremessos de fora do garrafão, dois deles com assistência do All-Star. Os Hawks seguiam notadamente superiores, enquanto os Bulls deixavam as bolas na mão de LaVine para tentar algum milagre. Isso não aconteceu, ele e Coby White cometeram uma sucessão de arremessos errados e turnovers. Nos segundos finais, a estrela enterrou sem marcação para quebrar o seu recorde, o que não serviu de nada para o resultado.
Próximas Partidas
Os Bulls voltam a Chicago e enfrentam o Minnesota Timberwolves (13-39), no sábado às 21h, horário de Brasília. E no domingo, os Hawks jogam novamente em casa contra o Charlotte Hornets (26-24), às 14h.
Foto: Reprodução NBA/Twitter