Hall da Fama nomeia Vlade Divac e outras estrelas para a classe de 2019
Apresentação dos atletas aconteceu no Naismith Memorial Basketball nesta sexta-feira (6)
O Hall da Fama do Basquete anunciou os membros da classe de 2019. Entre campeões da NBA, campeãs olímpicas e ícones da igualdade racial no esporte, dez atletas e duas equipes ingressaram no olimpo da modalidade.
O atual vice-presidente de operações do Sacramento Kings, Vlade Divac, foi um dos nomes selecionados. O sérvio fez história na NBA pelos Kings e pelo Los Angeles Lakers e ganhou uma medalha de prata olímpica (Seul 1988) e dois mundiais (1990 e 2002) pela Iugoslávia. Em seu discurso, destacou a importância do basquete para seu país.
“As pessoas nos Bálcãs são como uma família disfuncional. Nós podemos brigar e discutir, mas no final somos uma família. Para mim, o basquete sempre significou amor”, disse Divac, que também agradeceu ao seu ex-companheiro de seleção iugoslava, embora croata de nascimento, Toni Kukoc.
Teresa Weatherspoon foi a única mulher eleita nesta classe. Em sua carreira, a atleta foi campeã olímpica (Seul 1988) e mundial (1986) com a seleção dos EUA e foi eleita duas vezes Defensora do Ano da WNBA (1997 e 1998). Weatherspoon também foi a responsável por um dos lances mais icônicos da história do basquete norte-americano.
Nas finais da WNBA de 1998, Weatherspoon defendia o New York Liberty contra o Houston Comets. Houston estava dois pontos à frente no placar com 2,4 segundos restantes e a atleta conseguiu fazer um arremesso do meio da quadra para virar a partida. A jogada ficou conhecida como “The Shot”.
“Esse jogo significa muitas coisas para mim. É o meu santuário, meu paraíso. Esse jogo me permitiu ver coisas que eu nunca tinha visto, conhecer pessoas que eu nunca teria a oportunidade”, revelou Weatherspoon. A atleta foi recepcionada por suas rivais dos Comets naquele jogo, Cynthia Cooper, Sheryl Swoopes e Tina Thompson.
Ícones do combate ao racismo
O esporte é uma das maiores armas contra o racismo em diversas sociedades pelo mundo. Nos EUA não foi diferente e por isso Chuck Cooper teve seu nome imortalizado no Hall do Fama do Basquete.
Cooper foi o primeiro afro-americano a atuar na NBA, tendo sido selecionado pelo Boston Celtics no Draft de 1950 e atuado na equipe por quatro temporadas. O atleta faleceu em 1984, mas foi representado pelo seu filho Chuck Cooper III na cerimônia.
“A barreira de cor na NBA foi quebrada e o basquetebol mudado para sempre”, disse Cooper III em seu discurso, que ainda viu seu pai ser anunciado por dez outros ícones selecionados no Hall da Fama, como Bill Russell, Larry Bird, Kareem Abdul-Jabbar e Julius Erving.
Outro representante do combate ao racismo dentro do esporte foi a Universidade de Tennessee State. A equipe de basquete da instituição venceu três campeonatos nacionais consecutivos entre 1957 e 1959 e tinha seu elenco formado por diversos jogadores negros.
Um desses atletas foi o bicampeão da NBA pelo New York Knicks em 1970 e 1973, Dick Barnett. O atleta fez um discurso emocionado sobre a importância do título da universidade para o avanço dos diretos civis no país. “Quando TSU Tigers venceu seu terceiro título, eu vi que o som da morte da segregação estava soando”, finalizou.
Outros campeões indicados
Jack Sikma também foi nomeado ao Hall da Fama na noite desta sexta. Sikma foi o único pivô na história da NBA a conseguir ser o líder de lances livres em uma temporada (1987). O atleta ainda foi campeão da liga em 1979 pelo Seattle SuperSonics e eleito sete vezes para o All-Star Game.
Bobby Jones foi um ala-pivô de sucesso na NBA. Jones foi campeão da liga em 1983 pelo Philadelphia 76ers, foi eleito para quatro All-Star Games e fez parte de oito seleções de melhores defensores do ano.
Al Attles é um dos maiores nomes da história do Golden State Warriors. Além de ter sua camisa 16 eternizada pela franquia, Attles levou os Warriors para o título da NBA em 1975, sendo eleito treinador do ano na liga em duas oportunidades (1975 e 1976).
Bill Fitch também foi outro técnico histórico na NBA, sendo campeão da liga em 1981 com o Boston Celtics. Fitch também foi eleito em duas oportunidades como treinador do ano (1976 e 1980). Por motivos de saúde, ele não pôde comparecer ao evento.
Paul Westphal teve destaque como jogador e técnico. Como atleta, Westphal foi campeão da NBA pelo Boston Celtics em 1974, eleito cinco vezes para o All-Star Game e três para o time do ano. Já no comando técnico, ele conseguiu levar o Phoenix Suns de Charles Barkley para as finais da NBA em 1993 e semifinais do Oeste em 1994 e 1995.
Carl Braun foi um dos principais armadores do início da NBA. Braun foi eleito cinco vezes para o All-Star Game e foi campeão da liga em 1962 pelo New York Knicks. Falecido em 2010, Braun recebeu sua indicação e homenagem póstuma durante a cerimônia.
Sidney Moncrief não foi campeão da NBA, mas colocou seu nome como um dos melhores atletas da década de 1980 na liga. Moncrief foi eleito duas vezes Defensor do Ano, cinco vezes para o All-Star Game, uma vez para o time do ano e quatro vezes para o time defensivo da temporada, além de ter sua camisa aposentada pelo Milwaukee Bucks.
Fotos: Twitter Sacramento Kings e Twitter Phoenix Suns