G League investiga denúncia de xenofobia feita por Jeremy Lin
Jogador afirma ter sido chamado de 'coronavírus' durante partida
A G League (liga de desenvolvimento da NBA) está investigando uma denúncia feita por Jeremy Lin em que o jogador afirma ter sido chamado de “coronavírus” durante um jogo. As informações são do jornalista Marc J. Spears, da ESPN norte-americana.
Em um post feito no Facebook na quinta-feira (25), Lin, ex-jogador da NBA agora jogando pelo Santa Cruz Warriors da G League, falou sobre o racismo que ele acredita que a comunidade asiático-americana continua sofrendo.
“Ser um veterano de nove anos da NBA não me protege de ser chamado de ‘coronavírus’ na quadra”, disse Lin.
O atleta não especificou o momento em que foi chamado pelo termo, e não ficou claro se o incidente ocorreu na “bolha” da liga de desenvolvimento em Orlando, Flórida, onde Lin atualmente joga como membro do Santa Cruz, afiliado do Golden State Warriors.
Na sexta-feira (26), o técnico dos Warriors, Steve Kerr, disse que gostaria de ver a NBA investigar a alegação de Lin.
“Acabei de ver a postagem no Facebook. Realmente poderoso. Aplaudo Jeremy por suas palavras e concordo com seus sentimentos em relação ao racismo contra a comunidade asiático-americana. É muito ridículo e obviamente gerado por muitas pessoas, incluindo nosso ex-presidente [Donald Trump], no que se refere ao coronavírus originário de China. É simplesmente chocante. Não sei, não consigo entender nada disso, não consigo entender o racismo em geral.”
Lin se tornou o primeiro jogador americano da NBA de ascendência chinesa ou taiwanesa quando estreou nos Warriors durante a temporada de 2010-11. Ele ganhou notoriedade em sua passagem pelo New York Knicks durante a temporada 2011-12, onde recebeu o apelido de “Linsanity”. No total, a ex-estrela de Harvard acumula médias de 11,6 pontos e 4,3 assistências em 480 jogos na NBA entre 2010 a 2019.
Não é a primeira vez que Lin fala sobre esse tipo de situação. O jogador já havia comentado em um podcast, em 2017, sobre insultos xenófobos que recebeu enquanto jogava na NBA e também durante o seu período na Universidade de Harvard.
Em sua postagem no Facebook na quinta-feira, Lin disse que a atual geração de asiático-americanos “está cansada de ouvir que não vivenciamos racismo”.
“Estamos cansados de ouvir que devemos manter nossas cabeças baixas e não criar problemas, estamos cansados de crianças asiático-americanas crescendo e sendo questionadas de onde elas são realmente, de ter nossos olhos ridicularizados, de ser objetivadas como exóticas ou de ouvir que somos inerentemente pouco atraentes. Estamos cansadas dos estereótipos em Hollywood que afetam nossa psique e limitar quem pensamos que podemos ser. Estamos cansados de ser invisíveis, de ser confundidos com o nosso colega ou dizer que nossas lutas não são tão reais.”
“Quero o melhor para os mais velhos, que trabalharam tanto e se sacrificaram tanto para construir uma vida aqui. Quero o melhor para minha sobrinha, meu sobrinho e meus futuros filhos. Quero o melhor para a próxima geração de atletas asiático-americanos do que o necessário trabalho tão duro para ser apenas ‘enganosamente atlético’.”, concluiu na época.
(Foto: Andy Lyons/Getty Images)