Com atuação de gala de Doncic, Mavericks atropelam Suns e avançam às finais da Conferência Oeste
Grande desempenho defensivo também foi fundamental para o triunfo da equipe texana
Antes do duelo decisivo entre Phoenix Suns e Dallas Mavericks, o jogo 7 das semifinais da Conferência Oeste, neste domingo (15), provavelmente nem o mais otimista torcedor dos Mavs esperaria uma vitória tão contundente. Dominante do início ao fim, Dallas impôs a Phoenix a quarta pior derrota da história da franquia nos playoffs, com placar final de 123 a 90.
Os Suns despontavam como favoritos, especialmente pelo retrospecto da própria série, onde cada time venceu os jogos em casa. Os torcedores que compareceram ao Footprint Center, no entanto, assistiram a um verdadeiro passeio dos visitantes.
Dono da melhor campanha da temporada regular, assim como a melhor da história da franquia, com 64 vitórias e 18 derrotas, Phoenix se despede dos playoffs com um gosto amargo, representado nos olhares incrédulos dos fãs ao decorrer da partida.
Luka Doncic foi, mais uma vez, o melhor jogador em quadra. Mesmo com apenas 23 anos, o esloveno já se coloca na prateleira dos melhores jogadores da liga. Sua exibição no jogo 7 foi mais uma prova disso. Atuando por apenas 30 minutos, Doncic anotou 35 pontos, dez rebotes e quatro assistências, com um aproveitamento de 63% nos arremessos de quadra. O armador registra média de 38,3 pontos em jogos eliminatórios até aqui, em sua ainda curta carreira na NBA.
Junto à grande atuação de Doncic, o excelente desempenho de seus companheiros de armação. Spencer Dinwiddie saiu do banco e contribuiu com 30 pontos, segunda maior marca de um reserva em um jogo 7 de playoffs na história da liga. Jalen Brunson, como de costume, também apareceu bem para auxiliar a equipe na pontuação, conseguindo 24 pontos e seis rebotes. O trio de armadores da equipe texana combinou para 89 pontos, apenas um a menos que todo o time adversário.
Além das performances individuais, o trabalho coletivo dos Mavericks também foi impecável. A defesa mostrou novamente sua força, permitindo aos Suns apenas 27 pontos em todo o primeiro tempo, e 90 ao final. Reggie Bullock foi peça crucial nesse aspecto, registrando um plus/minus de +44. A estatística mede o saldo de pontos do time quando o jogador esteve em quadra, e a marca alcançada por Bullock é a maior da história de um jogo 7.
No ataque, a história foi a mesma. Dallas terminou o duelo com 19-39 (48,7%) nos arremessos de três pontos, e 46-81 (56,8%) nos arremessos gerais de quadra. Na linha do lance livre, o aproveitamento foi perfeito, 12 convertidos em 12 tentativas.
Se por um lado tudo pareceu dar certo para os Mavs, pelo outro, os Suns viveram um inferno particular. Devin Booker e Chris Paul, estrelas da equipe, combinaram para 21 pontos, sendo apenas três no primeiro tempo. Deandre Ayton disputou apenas 17 minutos e contribuiu com cinco pontos. O melhor pontuador da franquia do Arizona foi Cameron Johnson, vindo do banco, com 12.
O JOGO
Nos primeiros minutos, Luka Doncic já dava sinais de que viria para uma noite especial. O armador marcou os oito primeiros pontos dos Mavericks, e em pouco tempo coletou sete rebotes. Do outro lado, os também já demonstravam características que seriam marcantes durante o jogo: o nervosismo e a falta de precisão.
Os mandantes tentavam definir rapidamente os ataques, abrindo mão de uma de suas principais qualidades, a movimentação de bola. Com todos os jogadores frios, a equipe desperdiçava muitos arremessos, parando na boa defesa adversária.
Com a torcida inflamada no ginásio, Dallas também não havia encontrado seu melhor ritmo. Quando Dinwiddie entrou em quadra, a história começou a se desenhar. O camisa 26 converteu, rapidamente, duas bolas de três seguidas, e ajudou os texanos a abrirem 11 pontos de vantagem no placar. No fim do quarto, Doncic já somava 12 pontos e oito rebotes, e assistiu Cam Johnson aproveitar um rebote para diminuir a desvantagem de Phoenix, 27 a 17.
O segundo quarto foi o divisor de águas. Os Suns voltaram com as mesmas dificuldades dos primeiros doze minutos, e a defesa dos Mavericks aproveitou o momento para adotar uma postura agressiva, algo que não é característica marcante da unidade.
Booker e Chris Paul continuavam irreconhecíveis. Do outro lado, Dinwiddie converteu mais uma bola do perímetro. Naquela altura, o aproveitamento era de 3-3. Brunson, discreto no primeiro quarto, também aparecia para pontuar em suas especialidades, as infiltrações rápidas e arremessos de meia-distância.
Get that outta here 🚫 pic.twitter.com/AAH0bi8vRA
— x – Dallas Mavericks (@dallasmavs) May 16, 2022
Dinwiddie ‘matou’ mais uma bola de fora, e a situação começou a ficar preocupante para os Suns. Os pedidos de tempo de Monty Williams não surtiam efeito, e o time continuava mal no ataque. Até conseguia criar arremessos e, por vezes, infiltrações, mas nem as bolas mais fáceis estavam caindo.
Com isso, os Mavs adotaram uma estratégia inteligente, forçando o mismatch em cima de Deandre Ayton. Tanto Luka quanto Dinwiddie exploravam os bloqueios e atraíam o pivô para fora do garrafão. Em uma dessas jogadas, o esloveno converteu um belo fadeaway, colocando a vantagem em 17 pontos.
Luka Doncic WENT OFF in Game 7 dropping 27 points in the first half on his way to 35 points and the @dallasmavs win to advance to the Western Conference Finals! #MFFL@luka7doncic: 35 PTS, 10 REB, 2 STL, 6 3PM pic.twitter.com/nf9j8T9J85
— NBA (@NBA) May 16, 2022
Ofensivamente, Ayton também deixava a desejar, conseguindo seus primeiros pontos com apenas quatro minutos restando para o intervalo. Logo em seguida, foi para o banco, já com três faltas na conta.
Com a saída do pivô titular, a situação piorou para os donos da casa. Doncic e Dinwiddie se alternavam com belos arremessos de três e jogadas de dois pontos e falta. Em uma delas, o camisa 77 deixou Cam Johnson no chão, após o característico stepback, e acertou o alvo.
Após uma sequência de 18 a 3, Dallas foi para o intervalo vencendo por um sonoro 57 a 27 no placar. A disparidade podia ser verificada nos números de Doncic, que já somava 27 pontos, a mesma quantidade que todo o time adversário. Booker e Paul ainda não haviam convertido nenhum arremesso de quadra, traduzindo também o péssimo momento de Phoenix.
Na volta dos vestiários, a franquia do Arizona já não encontrava forças para correr atrás do prejuízo. Doncic voltou no mesmo ritmo em que terminou o primeiro tempo, com dois arremessos certeiros de três consecutivos. Alguns torcedores dos Suns já deixavam o ginásio, outros vaiavam, e bastou aos Mavericks administrarem a vantagem construída.
Com mais duas bolas de três de Brunson, a vantagem chegou em 40 pontos. Na defesa, os mandantes até tentavam recuperar alguma energia, tentando forçar erros do ataque texano. No entanto, as tentativas eram punidas pela falta de atenção, e a equipe continuava cedendo muitas cestas fáceis.
Chegando ao último quarto com uma vantagem de 92 a 50, Jason Kidd, técnico de Dallas, se deu ao luxo de mandar reservas à quadra. Não demorou para que Monty Williams, comandante dos Suns, fizesse o mesmo. No chamado garbage time, ainda sobrou tempo para um princípio de confusão, iniciado em um desentendimento entre Boban Marjanovic e Aaron Holiday.
De toda forma, o relógio zerou para garantir a vitória dos Mavericks por 123 a 90. A equipe disputará uma final de conferência pela primeira vez desde 2011, quando venceu seu único título. O abraço de Doncic e Dirk Nowitzki ao fim do jogo foi uma cena marcante para os torcedores de Dallas, e a certeza é que o esloveno tentará ao máximo repetir o feito de Dirk na ocasião.
FINAL DA CONFERÊNCIA OESTE
Dallas agora poderá descansar até esta quarta-feira (18), quando viaja a San Francisco para enfrentar o Golden State Warriors, já pelo primeiro jogo da final da Conferência Oeste.
Foto: Reprodução Twitter/NBA