Brooklyn Nets suspende Kyrie Irving após promoção de filme antissemita
Armador dos Nets evitou se desculpar sobre o ocorrido e sofreu uma punição de pelo menos cinco jogos da franquia nova-iorquina
O Brooklyn Nets suspendeu Kyrie Irving por pelo menos cinco jogos, depois que o armador promoveu um filme antissemita em suas redes sociais e evitou se desculpar posteriormente sobre o ocorrido em diversas oportunidades, inclusive em entrevista realizada nesta quinta-feira (3).
Em comunicado oficial, a franquia nova-iorquina disse que “fez repetidas tentativas de trabalhar com Kyrie Irving para ajudá-lo a entender o dano e o perigo de suas palavras e ações, mas Kyrie se recusou a dizer”.
Além disso, os Nets prosseguiu e afirmou que o armador “não está apto, atualmente, para ser associado ao Brooklyn Nets” e que ele “cumprirá a suspensão sem pagamento, até que ele satisfaça uma série de medidas corretivas objetivas…”.
Nesta quinta-feira (3), o jogador concedeu uma entrevista e foi perguntado se pediria desculpas pela dor que sua postagem causou nas pessoas. No entanto, ele não foi objetivo em sua resposta.
“Assumo minha responsabilidade por postar isso”, respondeu Irving. “Algumas coisas que eram questionáveis ali, falsas. Como eu disse na primeira vez que vocês me perguntaram quando eu estava sentado naquele palco, eu não acredito em tudo que todo mundo posta. É um documentário. Eu assumo minha responsabilidade”.
Kyrie Irving acrescentou que “não pretendia causar nenhum dano” e observou que não foi a pessoa que fez o filme.
Isso ecoa o que ele disse em um comunicado divulgado como parte de um anúncio conjunto feito por ele, os Nets e a Liga Antidifamação (ADL) nesta quarta-feira (2).
“Eu me oponho a todas as formas de ódio, opressão e mantenho-me forte com as comunidades que são marginalizadas e impactadas todos os dias”, falou ele. “Estou ciente do impacto negativo do meu post para a comunidade judaica e assumo a responsabilidade”.
Nets statement pic.twitter.com/8movfKNRdT
— Adrian Wojnarowski (@wojespn) November 3, 2022
Isso não apenas deixou de ser um pedido de desculpas inequívoco, mas Irving também acrescentou que “[não] acredita que tudo o que foi dito no documentário era verdade”, o que sugere que ele acreditou em parte do que foi retratado.
Entre as alegações infundadas que existem no documentário está a afirmação de que a morte de seis milhões de judeus no Holocausto é “uma das cinco maiores falsidades” adotadas pela “mídia controlada pelos judeus na América”.
O jornalista Stefan Bondy, do New York Daily News, informou nesta quarta-feira (2) que o pai e a madrasta de Irving conversaram com funcionários da ADL após as postagens e os comentários do armador. De acordo com Bondy, o sete vezes All-Star da NBA não estava na reunião.
Perguntado se ele havia se encontrado com a ADL, Irving disse a repórteres nesta quinta-feira (3) que o assunto foi “tratado”, mas não especificou se ele se encontrou com algum representante da ADL.
Tanto Kyrie Irving quanto o Brooklyn Nets se comprometeram a doar US$ 500 mil cada “para causas e organizações que trabalham para erradicar o ódio e a intolerância em nossas comunidades” e a trabalhar com a ADL em “programação educacional inclusiva e que combaterá de forma abrangente todas as formas de antissemitismo e intolerância”.
(Foto: Reprodução Twitter / Brooklyn Nets)