Blake Griffin não jogará mais pelo Detroit Pistons até ser negociado
Negociação é complicada pois atleta conta com dois anos de contrato e pouco mais de US$ 75 milhões a receber
Blake Griffin não deve mais jogar pelo Detroit Pistons. É o que afirmaram o atleta e a franquia nesta segunda-feira (15). De acordo com o repórter da ESPN americana, Adrian Wojnarowski, o jogador será afastado e a equipe “continuará buscando cenários de troca envolvendo Griffin, e conversas sobre uma rescisão com o seu agente, Sam Goldfeder do Excel Sports, podem vir à tona”, caso a troca não ocorra até a data limite, o dia 25 de março.
“Depois de extensivas conversas com os representantes de Blake, foi determinado que nós vamos começar a trabalhar para facilitar uma solução a respeito de seu futuro com a equipe que maximize os interesses dos dois lados. Nós respeitamos todo o esforço que Blake deu em Detroit e sua carreira e vamos trabalhar para alcançar o melhor desfecho para todos os envolvidos”, disse o general manager dos Pistons, Troy Weaver.
Desde que assumiu o cargo, nesta temporada, o executivo tem tentado reformular o elenco, priorizando os mais jovens. Assim aconteceu com Derrick Rose, trocado para o New York Knicks na semana passada.
Em 2020-2021, Griffin registra 12,3 pontos por jogo em 20 aparições, a pior marca de sua carreira. Além disso, conta com médias de 5,2 rebotes, 36,5% de acerto nos arremessos de quadra e 31,5% para três — números aquém do que se espera de um atleta seis vezes All-Star. E é por isso que ele vem perdendo minutos para os novatos Sekou Doumbouya e Sadiiq Bey.
Em tom de despedida, Griffin declarou em comunicado enviado para a ESPN dos Estados Unidos: “Sou grato aos Pistons por entenderem o que eu quero para a minha carreira e por continuar trabalhando comigo pelo melhor acordo para frente”. Weaver reconheceu sua dedicação. “Nós respeitamos todo o esforço que Blake colocou em Detroit e em sua carreira e trabalharemos para conquistar a melhor solução para todos envolvidos”.
A tarefa de trocar o maior salário do elenco não será fácil. Aos 32 anos, o ala-pivô tem mais dois anos de contrato com opção sua para renovar o vínculo por mais um ano ainda. Trata-se de US$ 36,6 milhões nesta temporada e US$ 39 milhões na próxima, se acionar sua player option, o que deve acontecer.
Por não se tratar de um contrato prestes a expirar necessariamente, é difícil enxergar algum time disposto a assumir este salário. Até porque as franquias teriam que abrir mão de um valor parecido para não estourar o teto salarial. Caso alguma equipe esteja interessada, seria necessário envolver dois ou mais atletas relevantes dentro da liga. Ou contar com um valor próximo de US$ 36 milhões de caixa disponível para trazer o atleta em troca de escolhas do draft ou jogadores jovens.
Sem a troca, a opção para Detroit seria dispensá-lo. Mas para isso é preciso que Griffin abra mão de um alto valor que tem a receber pelo vínculo, algo em torno de mais da metade dos salários, para não impactar as finanças de Detroit. Como free agent, o atleta pode ter ainda um futuro duradouro na liga — caso as lesões permitam. Esse fator foi preponderante no seu declínio e modificaram seu jogo, impossibilitando as enterradas e o atleticismo dentro do garrafão.
Os Pistons receberam Blake Griffin em uma troca com o Los Angeles Clippers em janeiro de 2018, quando a equipe da Califórnia havia acabado de assinar um contrato de cinco anos e US$ 171 milhões com o ala-pivô. Griffin não venceu sequer uma partida de playoffs pela equipe de Detroit.
Foto: Divulgação NBA