Aumento de casos do coronavírus na Flórida causa preocupação na NBA
Tanto executivos como jogadores da liga estão de olho nos surtos da doença nos últimos dias
Pouco mais de um mês antes da NBA retornar com a temporada em Orlando, o número de casos de coronavírus disparou no estado da Flórida, deixando especialistas, jogadores e executivos em estado de alerta. No último sábado, 20, a região registrou 4.049 novos casos da doença, superando o pico mais alto registrado na sexta-feira, 19, que foi de 3.822 novos casos.
Como os executivos estão em contato constante nos últimos dias por conta do retorno da competição, o debate sobre a situação no estado está quente nos bastidores. Fontes contaram para jornalistas da ESPN americana que Adam Silver, comissário da liga, classificou os assuntos tratados nas ligações como tensos. Também disseram que seu tom foi “resoluto, mas sombrio”, sem negar que o pico de contágio é preocupante.
As fontes abordadas informaram que a Associação Nacional de Jogadores (NBPA) organizou uma conferência reunindo diversos atletas para tratar sobre o tema durante a semana. Um dos pontos discutidos pelo grupo foi sobre os funcionários que trabalham na Disney não estarem sujeitos aos testes do coronavírus, visto que eles irão circular em outras áreas além do parque. Há muitos funcionários que não irão morar temporariamente na “bolha” como os atletas, portanto, deverão ir e voltar para suas casas.
A região sul da Flórida é a mais atingida do estado e conta com mais de 25 mil casos. O condado de Orange e de Osceola, localizados no centro do estado, não foram tão atingidos em comparação com outros locais. Orange registra 4.500 casos enquanto Osceola marca cerca de 1.000 casos.
“Estou monitorando de perto os dados na Flórida e no condado de Orange, que continuarão trabalhando em colaboração com a Associação Nacional de Jogadores, autoridades públicas e especialistas médicos sobre nossos planos”, disse Mike Bass, porta-voz da NBA para a equipe da ESPN.
A liga enviou um documento com 113 páginas para todos os times no decorrer da semana e descreveu suas estratégias de precaução, com planos de prevenção e até cartilha para a ação dos funcionários. A Disney irá separar hotéis específicos para seu pessoal especializado, que por sua vez irão atender as demandas nos locais de apoio para os jogadores apenas uma vez na semana e quando os locais estiverem vazios. Os cuidados também passam pelo uso de trajes especiais como máscaras de proteção, roupas e distanciamento social.
Outro ponto importante é a equipe responsável pelo trajeto do hotel para os ginásios. Fontes disseram que os motoristas serão contratados através de uma empresa que não é a Disney e farão testes de coronavírus na intenção de comprovar se estão ou não saudáveis e aptos para o trabalho.
De acordo com o protocolo de segurança concedido pela liga, os jogadores começarão os testes de coronavírus a partir do dia 23 de junho. A discussão por trás do processo é se isso será bom ou não, visto que se algum atleta testar positivo, deverá ser isolado e tratado, correndo risco de perder o torneio e ainda contaminar outras pessoas. Há quem concorde com os testes a partir do dia 23 e quem enxergue que eles deveriam acontecer antes, pensando na hipótese do atleta infectado receber tratamento e se recuperar em tempo de atuar em Orlando se for de sua vontade.
Segundo as informações recebidas pela ESPN, epidemiologistas renomados elogiaram o plano da NBA para o retorno da temporada. Para os profissionais, é impossível eliminar os riscos do vírus, no entanto, a liga tomou medidas inteligentes e seguras para resguardar a saúde dos envolvidos.
Foto: (Divulgação/NBA)