Ato de ajoelhar durante o hino: Adam Silver diz que NBA tratará caso a caso
Comissário da NBA afirmou que a liga tem regras que proíbem tais manifestações, mas que analisará cada situação
Adam Silver, comissário da NBA, afirmou que a liga tem regras em vigor que proíbem possíveis manifestações durante a execução do hino nacional americano, antes das partidas, mas também sugeriu que as situações serão tratadas caso a caso.
Essa foi a resposta do dirigente quando perguntado se a NBA permitiria que os jogadores ajoelhassem em sinal de protesto contra o racismo, quando a temporada 2019-20 for retomada.
“Temos uma regra em nossos livros que remonta ao início dos anos 80, que precede até mesmo o mandato de David Stern como comissário, que pede que os jogadores fiquem de pé e em linha durante o hino nacional”, disse Silver em entrevista ao TIME100 Talks nesta terça-feira (30). “Eu também entendo o papel do protesto, e acho que vamos lidar com essa situação quando ela se apresentar”, completou o executivo.
Embora os jogos não tenham a presença de torcida e as transmissões de televisão normalmente omitem a exibição do hino nacional, a NBA ainda pretende tocar o hino nacional dos Estados Unidos antes de todos os jogos, assim como o hino do Canadá antes das partidas do Toronto Raptors, de acordo com uma fonte ouvida pelo repórter Marc Stein, do The New York Times.
O gesto de se ajoelhar ganhou repercussão durante a temporada de 2016 da NFL, quando o então quarterback do San Francisco 49ers Colin Kaepernick fez o gesto em protesto contra a brutalidade policial e o racismo.
Enquanto atletas de todo o mundo esportivo se juntaram ao movimento na época, Silver e a direção da NBA enviaram um memorando às equipes em 2017, reafirmando a expectativa de que os jogadores continuassem de pé durante o hino ou então iriam enfrentar uma possível sanção disciplinar.
Em meio aos protestos nacionais após o assassinato de George Floyd em 25 de maio, a NBA se comprometeu a priorizar as causas de justiça social no restante da temporada, incluindo a possibilidade dos jogadores apresentarem declarações em suas camisas.
Ainda assim, algumas vozes poderosas dentro da NBA encorajaram publicamente os jogadores a se ajoelharem. O proprietário do Dallas Mavericks, Mark Cuban, disse que os jogadores de sua equipe têm seu total apoio e esperava juntar-se a eles em solidariedade.
“Se eles estivessem se ajoelhando e estivessem sendo respeitosos, eu estaria orgulhoso deles”, disse Cuban em uma entrevista ao programa “Outside the Lines”, da ESPN norte-americana, em 18 de junho. “Espero poder me juntar a eles, porque acho que aprendemos muito desde 2017. Acho que evoluímos como um país”, completou.
Crédito da foto: Thearon W. Henderson/Getty Images