Adam Silver fala de opções para retorno da temporada da NBA
Em entrevista para a ESPN americana, o comissário da liga respondeu ainda uma série de tópicos sobre o combate ao coronavírus
Com o mundo inteiro mobilizado para o combate ao coronavírus, Adam Silver, comissário da NBA, foi a público, nesta quarta-feira (18), para esclarecer diversos tópicos importantes a respeito do assunto e explicou ainda quais são as opções da liga sobre o retorno da temporada, em longa entrevista para Rachel Nichols, da ESPN americana, no programa SportsCenter.
Silver declarou que a liga está analisando três opções diferentes para retomar a temporada, são elas: jogar com o público reduzido nos ginásios no momento adequado; voltar a jogar sem torcida, apenas com os jogadores e as equipes internas das franquias; ou criar algum jogo de caridade em que alguns jogadores poderão competir pelo “bem da população”.
“Uma das coisas que temos falado é que um grupo de jogadores podem competir, fazer um jogo por caridade ou pelo bem das pessoas. Eles serão testados, isolados e aí poderão competir um contra o outro. As pessoas estão trancadas e elas precisam de entretenimento. Fomos os primeiros a suspender totalmente e podemos ser os primeiros a girar a economia novamente”, emendou o chefe da liga.
Porém, quando perguntado se a liga continuaria com as partidas suspensas da temporada regular ou simplesmente iria diretamente para os playoffs, Silver respondeu: “Sinceramente, eu não sei, porque não tenho uma projeção” sobre quanto tempo o coronavírus permanecerá impedindo grandes reuniões de pessoas.
“Sou otimista por natureza e quero acreditar que podemos salvar pelo menos uma parte desta temporada”, mas deixando claro no seu discurso que prioriza a saúde e a segurança dos jogadores, membros das equipes, fãs e que só jogará “quando as autoridades de saúde pública e os médicos afirmarem que todos estão totalmente seguros para atuarem”.
Nichols perguntou também se ele tinha um plano para resolver a questão dos prêmios individuais, como o MVP, caso a temporada não continuasse. “Ainda não cheguei nessa questão”, falou o comissário, que logo depois confirmou a informação de que o hiato poderia “possivelmente” comprometer e levar a uma mudança permanente na agenda da NBA.
Já em outro assunto, Silver reconheceu o papel importante que a liga desempenhou na conscientização sobre o problema do coronavírus, especialmente depois que suspendeu a temporada, após o teste positivo do pivô Rudy Gobert, há uma semana.
“Há um papel particular que a NBA pode desempenhar na divulgação da mensagem, especialmente para os jovens”, explicou ele, reconhecendo que o país não estava levando a ameaça do coronavírus muito a sério antes da decisão da liga de suspender a temporada.
Em outro ponto da entrevista, Adam Silver declarou que esteve em contato com todos os jogadores que deram positivo para o COVID-19 e “não ficou surpreso” com os testes positivos de quatro membros do Brooklyn Nets: “Meu pensamento é que especialmente dentro da área de Nova York [uma das cidades mais afetas pelo vírus], se você pegar quase todo grupo de nova-iorquinos, será cada vez mais provável os resultados positivos”.
Na sequência, a jornalista do SportsCenter americano pediu um posicionamento do comissário a respeito de um tema que causou bastante repercussão nas últimas horas, que foram as críticas do prefeito de Nova York, Bill de Blasio, de que vários jogadores da NBA fizeram os testes para a doença embora existam muitas pessoas da população dos Estados Unidos que precisam do exame, mas não realizaram o procedimento por falta de recursos.
“É uma pena que estamos nesta posição como sociedade… com testes insuficientes”, enfatizou Silver. No entanto, ele também apontou que o Jazz não pediu para seus atletas serem testados na última quarta-feira e, em vez disso, apenas seguiu as diretrizes de um profissional da saúde de Oklahoma, que não liberou a equipe para sair do vestiário até que todos passassem pelos testes.
Desde então, Adam Silver abordou que a liga e as equipes seguiram os protocolos e as recomendações dos médicos para examinarem os contatos mais recentes do time de Utah. “Do ponto de vista da NBA, seguimos as diretrizes”, explicou ele, ao mesmo tempo em que apontava que os jogos poderiam ter continuado por “mais alguns dias” se Gobert não fosse testado.
A questão dos testes tem causado grande problema para as autoridades americanas e o Oklahoma City Thunder reconheceu em comunicado que devido a “todo o estresse no sistema de saúde do estado de Oklahoma, o Thunder não utilizou os recursos do estado e escolheu um caminho alternativo para testar seus profissionais”. Quem partiu para o mesmo caminho foram os Nets, que também divulgaram uma nota, nesta quarta-feira (18), explicando que todos os seus testes foram obtidos em uma rede particular.
Pioneira no mundo dos esportes americanos com sua decisão de suspender a temporada, a NBA liderou uma série de movimentos semelhantes de outras ligas e organizadores, incluindo a suspensão das temporadas da NHL e da MLS, o cancelamento dos torneios de basquete masculino e feminino da NCAA, o adiamento de eventos como os Masters e Kentucky Derby, além da decisão da Major League Baseball (MLB) de adiar o início de sua temporada regular.
Segundo informações atualizadas desta quarta-feira (18), a Organização Mundial da Saúde confirmou que mais de 207.000 pessoas foram infectadas pelo coronavírus, levando a mais de 8.600 mortes em todo o mundo.
Foto: Divulgação/NBA