França derrota a favorita Espanha e avança às semifinais do Mundial de Basquete
Com um jogo praticamente perfeito, equipe francesa derrota os anfitriões espanhóis e enfrenta a Sérvia em semifinal
Nessa quarta-feira (10), Espanha e França se enfrentaram, no Palácio de Esportes, em Madri, naquele que foi o último jogo de quartas de final do Mundial de Basquete. Com um jogo de transição bastante paciente, muita entrega em quadra e uma aula de basquete ao vivo, a equipe da França conseguiu se vingar da derrota na primeira fase e trazer uma difícil vitória contra os donos da casa, pelo placar de 65 a 52.
Nas semifinais, a França enfrentará a equipe da Sérvia, algoz do Brasil, no mesmo Palácio de Esportes, em Madri, em jogo marcado para a sexta-feira (12/09). Os espanhóis ficam pelo caminho após terem se classificado invictos na 1ª posição do grupo A e terem eliminado a equipe de Senegal nas oitavas de final. O genial Pau Gasol e muitos dos craques dessa vitoriosa geração espanhola despedem-se com um gosto amargo de seu último Mundial de Basquete: em sua própria casa.
Boris Diaw, ala-pivô do San Antonio Spurs, foi o grande destaque da partida. Liderando a equipe, preenchendo espaços e criando muitas situações de arremesso, Diaw teve 15 pontos e foi o grande responsável por guiar sua jovem equipe. O armador Thomas Heurtel e o pivô Rudy Gobert, do Utah Jazz, também se destacaram na vitória francesa. O primeiro por ter feito 13 pontos e ter armado o jogo com grande maestria, tendo muita frieza em arremessos certeiros no final da partida, e o segundo por ter sido um monstro na defesa, bloqueando e pegando rebotes na batalha contra o alto e forte garrafão espanhol. Apesar da diferença física e contra todos os prognósticos, o desacreditado garrafão francês foi muito superior ao da equipe da Espanha, como visto, por exemplo, no número de rebotes: 50 a 28. Pelo espanhóis, Pau Gasol terminou como cestinha da partida com 17 pontos, além de 8 rebotes e Juan Carlos Navarro, como segundo maior pontuador da equipe, com 10 pontos.
O jogo
No 1º quarto, a equipe da França veio com uma proposta de jogo bastante clara. Baseando suas ações ofensivas fora do forte garrafão espanhol, em arremessos de 3 pontos (no período, 7 dos 9 arremessos franceses foram para 3), a equipe chegou a abrir 7 pontos de vantagem. Porém, colocando os nervos no lugar, os espanhóis equilibraram as ações e terminaram o período empatados em 15 com a equipe da França.
Se no começo do jogo, os franceses procuraram fugir do garrafão, ao perceber sua dominância nos rebotes, a equipe partiu para arremessos mais perto da cesta no 2º quarto e obtiveram bom aproveitamento. Por outro lado, a equipe espanhola teve dificuldades em atacar e defender o jogo interno francês e, com um baixo aproveitamento do perímetro (1/10 em arremessos de 3), também não conseguia pontuar com facilidade. Assim, indo para o intervalo, os pacientes franceses, tinham uma vitória parcial por 35 a 28.
Com o apoio da torcida e com outra postura, os espanhóis iniciaram o 3º quarto com bastante intensidade, equilibrando e empatando o jogo com rapidez. Após uma confusão no garrafão, envolvendo os espanhóis Marc Gasol e Sergio Llull e o francês Florent Pietrus, o jogo manteve-se parelho até o fim do período. Os baixos aproveitamentos e a insistência dos times em arremessos longos (4/20 para a França e 2/17 para a Espanha) traduziam o baixo placar de 43 a 42 em favor dos espanhóis.
O ímpeto espanhol observado na volta do intervalo não foi visto no último quarto. O que se viu foi uma aula francesa de como se anular um ataque habilidoso em sua própria casa. Com uma defesa mista sufocante e agressiva, a equipe da França permitiu apenas 9 pontos espanhóis no período. Se na defesa Gobert segurava tudo, no ataque, Heurtel e Diaw conduziam as ações com muita paciência e definiam a maioria das jogadas, com êxito. A Espanha não conseguiu reagir, e a derrota por 23 a 9 no último quarto definiu o confronto em 65 a 52 em favor da equipe francesa.