‘Tento não pensar muito nesse assunto’, diz Bo Takahashi, brasileiro cotado para jogar na MLB
Jogador, que vive expectativa de ser o próximo brasileiro a jogar na MLB, comentou o assunto
Nesta terça-feira (16), Bo Takahashi concedeu entrevista exclusiva a Gustavo Tomazeli, do Gus in USA, parceiro do portal The Playoffs. Takahashi é arremessador do Jackson Generals, time do nível Double-A, afiliado do Arizona Diamondbacks. Ele falou sobre vários temas, com destaque para a expectativa de estrear na Major League Baseball (MLB).
Takahashi integra, atualmente, o elenco de 40 jogadores da equipe do deserto – mas não o de 25, que está atualmente ativo na liga principal. Porém, segundo ele, isso não é uma prioridade nos seus pensamentos, não gerando qualquer tipo de pressão: “Na verdade, eu tento não pensar muito nesse assunto. Eu só penso em fazer o meu trabalho, dar o máximo em cada jogo que eu atuar e ajudar o máximo o meu time a sair com a vitória”.
No Spring Training, Takahashi teve a oportunidade de vestir a camisa dos Diamondbacks e fechar uma partida contra o Los Angeles Dodgers, deixando-o muito empolgado: “Foi uma oportunidade única, vamos dizer assim, querendo ou não, eu estando ao lado dos jogadores principais é uma honra. Então, estando em pouco tempo, na verdade, pra mim, foi bastante tempo, porque pude aprender muita coisa com os jogadores veteranos, certo? E agora é trabalhar mais para chegar no topo, com certeza”.
Além disso, ele comentou acerca do fato de ser mais um arremessador brasileiro na MLB, a exemplo de Thyago Vieira, Luis Gohara e André Rienzo: “Eu acho que, na verdade, no Brasil todo mundo quer ser arremessador, então isso caracteriza essa parte para os brasileiros terem mais arremessadores na Major League. Então, estando aqui, só quero mostrar para o mundo o beisebol brasileiro”.
Sobre a evolução de seu jogo e de suas conversas com os treinadores em busca do aperfeiçoamento técnico e tático, Takahashi afirmou: “É igual para todo mundo. Acho que os técnicos fazem um ótimo trabalho nisso. Eles tratam cada jogador da mesma maneira possível, com certeza. Então, acho que a relação entre os jogadores é a mesma”.
Sobre a seleção brasileira de beisebol, que não conseguiu se classificar para as Olimpíadas de Tóquio em 2020, o arremessador brasileiro mostrou-se otimista para um futuro próximo: “Eu acho que é o sonho de qualquer atleta jogar em uma Olimpíada, com certeza, mas acho que bola pra frente, vamos ver se a gente consegue mais uma chance em 2024, mas acho que o Brasil está no caminho certo, com certeza, e a gente vai dar o máximo pra gente, com certeza, ter a vaga em 2024”.
Quando questionado se já enfrentou algum brasileiro nas ligas menores da MLB, Takahashi respondeu positivamente, mas não em terras estadunidenses: “Olha, acho que a única chance que eu tive foi de enfrentar o [Leonardo] Reginatto, mas isso foi antes de fechar contrato com o Arizona, isso foi em 2013, isso foi na Taça Brasil, em São Paulo”. Ele mostrou-se ansioso para enfrentar um compatriota na própria MLB: “Com certeza, eu acho que é uma alegria enorme enfrentar outro compatriota de seu país, então acho que isso é uma experiência única. Com certeza, um dia, quem sabe, eu possa ter essa chance aí”.
Concluindo a entrevista, o brasileiro afirmou que o beisebol americano é muito diferente daquele praticado no Brasil: “Sim, com certeza, a base que eu tive no Brasil foi a base japonesa. Mas, chegando aqui, foi completamente um mundo novo pra mim porque, querendo ou não, aqui é uma mistura do beisebol americano com o beisebol latino, então acho que isso também me ajudou bastante, porque eu vim com a base do beisebol japonês. E, vindo aqui e aprendendo com o beisebol americano e o latino, então acho que foi uma mistura muito grande desse meu beisebol agora”.
(Foto: Christian Petersen/Getty Images)