[PRÉVIA] A Divisão Oeste da Liga Americana da MLB em 2021
Astros e A's brigam pela divisão; Angels correm por fora; Mariners e Rangers seguem em rebuild
O Oakland Athletics venceu a Divisão Oeste da Liga Americana na curta temporada de 2020, evitando mais uma conquista do Houston Astros e provando não ser mais uma surpresa. Porém, os A’s caíram cedo na pós-temporada (contra os próprios Astros) e viram o sonho de mais uma World Series ser adiado novamente. Agora, a equipe de Oakland – flertando com um rebuild em breve – vai ter a última chance de sonhar grande com o elenco atual.
Também próximo de uma inevitável reconstrução, Houston não vive mais os dias de glória da “conquista” de 2017, mas permanece na condição de favorito ao título da AL Oeste e de ir longe nos playoffs.
Seattle segue se reconstruindo e, aos poucos, pode estar se aproximando do nível de jogo necessário para voltar a pensar grande. O Los Angeles Angels contará novamente com o multi-talentoso Shohei Ohtani; entretanto, o time californiano precisa parar de desperdiçar o talento de Mike Trout – o melhor jogador do beisebol na atualidade.
Por fim… o que falar do Texas Rangers? Difícil projetar algo positivo para eles em 2021. Só resta tentar trabalhar no processo de reconstrução para devolver a felicidade ao time em um futuro próximo.
Dito isso, confira como vem a AL West em mais uma prévia do The Playoffs para a MLB 2021.
(Foto: Reprodução Twitter/Oakland Athletics)
TEXAS RANGERS
Campanha em 2020: 22-38 (5º na Divisão Oeste da Liga Americana)
Vamos ser sinceros: o Texas Rangers vem de uma temporada bem fraca em 2020. Em um claro processo de reconstrução, o time não terá mais a presença de Corey Kluber (agora nos Yankees) no montinho e não tem condições de brigar por posições melhores dentro da divisão – pelo menos, não ainda. O desenvolvimento das jovens peças do elenco durante a temporada vai mostrar quanto tempo de rebuild os Rangers terão pela frente.
O lineup de ataque passa longe de impressionar qualquer adversário – e qualquer torcedor. Khris Davis chegou ao time na offseason, possivelmente aparecendo na condição de rebatedor designado durante os jogos. Nick Solak teve uma temporada sólida em 2020 como novato e pode se estabelecer como o jogador mais produtivo do corpo de rebatedores em 2021. Joey Gallo é, provavelmente o melhor nome do lineup; Gallo brilhou em 2019, mas regrediu em 2020 e precisa urgentemente trabalhar sua disciplina nos at-bats – o outfielder sofreu strikeouts em 35% das vezes.
Já no montinho, o Texas Rangers não vive mais os seus melhores dias. Sem Kluber, a franquia texana tem as chegadas do japonês Kohei Arihara e de Mike Foltynewicz (ex-Braves). Arihara, apesar dos bons números na NPB, precisará se provar na MLB; “Folty” viveu dias de All-Star em 2018, mas não possui calibre para ser ace de rotação. Kyle Gibson, que já brilhou nos Twins em 2019, regrediu em 2020 e precisa se recuperar. Dunning, quando esteve nos White Sox, mostrou talento e potência. Porém, só o tempo vai dizer o que será dele.
Indo ao bullpen, segue tudo como o habitual e Leclerc pode surgir como o closer na temporada, mesmo passando por lesões no ano passado.
Provável lineup: Leody Taveras (CF), Isiah Kiner-Falefa (SS), Khris Davis (DH), Joey Gallo (RF), Rougned Odor (3B), David Dahl (LF), Nick Solak (2B), Ronald Guzman (1B), Jose Trevino (C)
Melhor rebatedor: Joey Gallo é provavelmente o melhor nome do lineup; brilhou em 2019, mas regrediu em 2020 e precisa urgentemente trabalhar sua disciplina nos at-bats – o outfielder sofreu strikeouts em 35% das vezes.
Provável rotação: Kyle Gibson, Kohei Arihara, Mike Foltynewicz, Jordan Lyles, Dane Dunning
Provável closer: Jose Leclerc (um save em 2020, ERA de 4.50)
Melhor arremessador: Mike Foltynewicz. Mesmo integrando uma rotação de qualidade limitada, se destaca graças ao que mostrou ser capaz de fazer na temporada 2018.
Manager: Chris Woodward (desde 2019 /100 v-122 d)
Briga por: fugir de segurar a lanterna
Projeção de posição na divisão: 5º lugar
Foto: Ronald Martinez/Getty Images
SEATTLE MARINERS
Campanha em 2020: 27-33 (3º na Divisão Oeste da Liga Americana)
Em 2021, o Seattle Mariners entra no terceiro ano de seu processo de rebuild. O manager Scott Servais afirmou que a franquia ainda está em reconstrução, porém seu jovem elenco pode fazer algum barulho dentro da divisão. Apesar de contarem com uma certa dose de confiança da organização, os Mariners ainda não estão prontos para alcançarem grandes objetivos na disputa contra Houston e Oakland. Mesmo parecendo que Seattle não irá muito longe na próxima temporada, o time conta com jogadores de potencial e que podem ajudar a recolocar os “Marinheiros” no caminho do título da AL Oeste – o último foi conquistado em 2001.
Falando dos arremessadores, James Paxton retornou para Seattle após passagem de dois anos pelo New York Yankees e é o melhor nome do grupo titular, ao lado de Marco Gonzales. Paxton teve duas temporadas de mais vitórias do que derrotas nos Yankees, mas sua durabilidade é bastante questionável e ele precisou lidar com lesões em 2020. As mesmas dúvidas sobre durabilidade se aplicam a Gonzales; o arremessador encontra seu melhor desempenho quando disputa o maior número de entradas possível. Justus Sheffield é um nome a se pensar para o futuro da rotação e Kikuchi precisa se provar. Observando o bullpen, Rafael Montero deve servir como closer durante a temporada.
No ataque, os destaques dos “Marinheiros” são Mitch Haniger, Kyle Lewis e Kyle Seager. Haniger foi nomeado em All-Star em 2018, porém enfrentou lesões nas últimas temporadas; se conseguir retornar ao desempenho obtido em ’18, vai adicionar muito ao lineup de Seattle. Lewis foi uma grata surpresa na última temporada, vencendo o prêmio de Rookie of the Year. O outfielder registrou 11 home runs e aproveitamento de pouco mais de 36% no bastão durante o curto 2020. Vai ser interessante ver o que ele pode produzir dentro de uma temporada com 162 partidas.
O veterano Seager tem sido consistente em sua passagem pelos Mariners. Anotando um mínimo de 20 home runs por temporada e acumulando 25% de aproveitamento no bastão, o infielder deve ser responsável por muitas das corridas de Seattle em 2021.
Provável lineup: Dylan Moore (2B), Kyle Lewis (CF), Mitch Haniger (RF), Evan White (1B), Kyle Seager (3B), Jarred Kelenic (LF), Tom Murphy (C), Ty France (DH), J.P. Crawford (SS).
Melhor rebatedor: Kyle Lewis, foi uma grata surpresa na última temporada, vencendo o prêmio de Rookie of the Year. O outfielder registrou 11 home runs e aproveitamento de pouco mais de 36% no bastão durante o curto 2020. Vai ser interessante ver o que ele pode produzir dentro de uma temporada com 162 partidas.
Provável rotação: Marco Gonzales, James Paxton, Yusei Kikuchi, Justus Sheffield, Chris Flexen, Justin Dunn
Provável closer: Rafael Montero (oito saves em 2020, ERA de 4.08)
Melhor arremessador: James Paxton é o melhor nome do grupo titular, ao lado de Marco Gonzales. Teve duas temporadas de mais vitórias do que derrotas nos Yankees, mas sua durabilidade é bastante questionável e ele precisou lidar com lesões em 2020.
Manager: Scott Servais (desde 2016/348 v-360 d)
Briga por: nada
Projeção de posição na divisão: 4º lugar
Foto: Reprodução Twitter/MLB
LOS ANGELES ANGELS
Campanha em 2020: 26-34 (4º na Divisão Oeste da Liga Americana)
Se o Los Angeles Angels precisa de um objetivo a ser alcançado em 2021, este poderia ser “parar de desperdiçar o talento de Mike Trout”. O time tem o melhor jogador de beisebol da atualidade, mas não consegue chegar aos playoffs desde 2014. Os Angels não vencem uma série de pós-temporada desde 2009. Com a chegada de Perry Minasian (ex-Braves) no cargo de general manager substituindo Billy Eppler, a franquia precisa capitalizar ou corre o sério risco de desperdiçar mais um ano tendo ótimas peças no elenco.
A rotação titular dos Angels não tem mais a presença de Julio Teheran (hoje nos Tigers). Não é o grupo de arremessadores mais expressivo da divisão, mas é perceptível que ele apresenta uma certa evolução. Joe Maddon contará com o retorno do japonês Shohei Ohtani e as chegadas de Alex Cobb e Jose Quintana. No bullpen, Raisel Iglesias (ex-Reds) pode ajudar a afastar o time californiano da incômoda condição de líder em blown saves (foram 14 em 26 oportunidades).
O lineup de ataque gira em torno de Mike Trout, que vem da pior temporada de sua carreira em 2020. Sem Andrelton Simmons (hoje nos Twins) e recebendo o catcher Kurt Suzuki (ex-Nationals), o corpo de rebatedores é praticamente o mesmo da última temporada. Anthony Rendon disputará sua primeira temporada de 162 jogos pelos Angels e tem muito a contribuir atuando ao lado de Trout. Ohtani estará de volta no bastão, mas o quanto ele poderá render durante a temporada?
Provável lineup: Anthony Rendon (3B), Mike Trout (CF), Justin Upton (LF), Albert Pujols (1B), Shohei Ohtani (DH), Jose Iglesias (SS), Dexter Fowler (RF), David Fletcher (2B), Max Stassi (C)
Melhor rebatedor: Direto ao ponto, Mike Trout. Precisa explicar?
Provável rotação: Dylan Bundy, Andrew Heaney, Alex Cobb, Griffin Canning, Jose Quintana, Shohei Ohtani
Provável closer: Raisel Iglesias (oito saves em 2020, ERA de 2.74)
Melhor arremessador: Jose Quintana. Arremessador respeitável e com ótima passagem pelos Cubs, tem tudo para se dar bem trabalhando uma vez mais junto de Joe Maddon.
Manager: Joe Maddon (desde 2020/26 v-34 d)
Briga por: playoffs
Projeção de posição na divisão: 3º lugar
Foto: Reprodução Twitter/Los Angeles Angels
OAKLAND ATHLETICS
Campanha em 2020: 36-24 (1º na Divisão Oeste da Liga Americana. Eliminado pelo Houston Astros na ALDS)
A curta temporada de 2020 trouxe o Oakland Athletics como campeão da AL Oeste, tirando cada vez mais da equipe o status de surpreendente. Porém, uma vez mais, o time californiano falhou em ganhar quando realmente precisava; os A’s foram superados pelos Astros na Série de Divisão e viram o sonho do título de mais uma World Series ser adiado de novo – o último foi conquistado em 1989. Em 2021, Oakland quer voltar à pós-temporada pela quarta vez seguida.
Os A’s sofreram várias baixas no elenco: Liam Hendriks agora defende os White Sox, Robbie Grossman está nos Tigers, Marcus Semien foi para os Blue Jays, Tommy La Stella está nos Giants, Mike Minor está nos Royals, Joakim Soria foi para os Diamondbacks e Jake Lamb defende os Braves.
No ataque, temos a chegada de Mitch Moreland e muitas das esperanças de sucesso da equipe de Oakland residem na dupla Matt Chapman/Matt Olson. Os dois tiveram desempenho abaixo do esperado em 2020, porém possuem potencial para produzirem ainda mais. Stephen Piscotty é outro jogador cuja performance pode ser de grande auxílio no objetivo dos A’s de conquistarem sua divisão uma vez mais.
Quanto ao corpo de arremessadores, o grupo titular pode gerar algumas emoções e o bullpen é forte. Dona do melhor ERA da última temporada, é uma rotação que não possui muita profundidade, mas traz nomes interessantes. Chris Bassitt teve um excelente 2020 sendo lembrado na disputa pelo prêmio Cy Young (cinco vitórias, duas derrotas e 55 strikeouts obtidos em 63 entradas); Manaea foi bem, mas sem repetir o nível do início da temporada 2019; Jesus Luzardo apresentou potencial e precisa evoluir.
No bullpen, Trevor Rosenthal deve herdar a tarefa de ser o closer de Oakland após Liam Hendriks deixar a franquia. O grupo de relievers ainda foi reforçado com as chegadas de Sergio Romo, Adam Kolarek e Nik Turley.
Provável lineup: Mark Canha (LF), Matt Chapman (3B), Matt Olson (1B), Mitch Moreland (DH), Stephen Piscotty (RF), Tony Kemp (2B), Ramon Laureano (CF), Elvis Andrus (SS), Sean Murphy (C)
Melhor rebatedor: Matt Chapman. Seu desempenho poderá ajudar a definir se a campanha dos A’s neste ano será um sucesso ou um fracasso.
Provável rotação: Chris Bassitt, Jesus Luzardo, Frankie Montas, Sean Manaea, Mike Fiers
Provável closer: Trevor Rosenthal (11 saves em 2020, ERA de 1.90)
Melhor arremessador: Chris Bassitt, teve um excelente 2020 sendo lembrado na disputa pelo prêmio Cy Young (cinco vitórias, duas derrotas e 55 strikeouts obtidos em 63 entradas).
Manager: Bob Melvin (desde 2011/767 v-688 d)
Briga por: título de divisão
Projeção de posição na divisão: 2º lugar
Foto: Reprodução Twitter/Oakland Athletics
HOUSTON ASTROS
Campanha em 2020: 29-31 (2º lugar na Divisão Oeste da Liga Americana. Eliminado pelo Tampa Bay Rays na ALCS)
Os Astros, “campeões” da World Series em 2017, não são mais os melhores do beisebol. A franquia texana segue marcada pelo estigma do roubo de sinais e viu alguns de seus principais jogadores deixando o elenco. Entretanto, apesar dos pesares, conseguiu chegar na decisão da Liga Americana no bizarro ano de 2020 e quase garantiu seu lugar em mais uma Série Mundial. Com o elenco atual vivendo sua “última dança” antes do rebuild, Houston ainda pode brigar para chegar longe na próxima temporada.
O lineup não tem mais a presença de George Springer (agora, jogador dos Blue Jays) e Josh Reddick (free agent); o campo central deve ser assumido por Myles Straw. O time mantém vários de seus nomes conhecidos no corpo de rebatedores, mas precisa de uma melhor produção ofensiva de todos. Liderado por Altuve, Bregman e Correa, o lineup dos Astros é um ponto forte da franquia – claro, desde que eles entreguem o mesmo espírito de jogo mostrado por seu shortstop na última pós-temporada.
Sem Verlander no montinho por conta de cirurgia Tommy John, o manager Dusty Baker conta com a chegada de Pedro Baez (ex-Dodgers) no bullpen e de Jake Odorizzi, que traz mais experiência a uma rotação titular mesclando arremessadores experientes (Greinke e McCullers) e novatos (Urquidy e Javier). Greinke, All-Star em 2019, vem para sua 17ª temporada aos 37 anos de idade, assumindo o posto de ace do time de Houston. Lance McCullers acumulou 3.93 de ERA na última temporada e já garantiu sua permanência nos Astros pelos próximos cinco anos. Vale acrescentar que sem Roberto Osuna (free agent), Ryan Pressly deve assumir o posto de closer.
Porém, restam algumas dúvidas: Greinke e McCullers conseguirão apresentar performances duráveis e longevas? Urquidy e Javier serão capazes de oferecer o que Houston precisa quanto à disputa da temporada regular e dos eventuais playoffs?
Provável lineup: Myles Straw (CF), Alex Bregman (3B), José Altuve (2B), Carlos Correa (SS), Michael Brantley (LF), Yuli Gurriel (1B), Kyle Tucker (RF), Yordan Alvarez (DH), Martin Maldonado (C)
Melhor rebatedor: Alex Bregman deixou a desejar em 2020, porém mostrou do que é capaz nas temporadas 2018 e 2019 (duas nomeações como All-Star e um prêmio Silver Slugger). Se voltar a produzir naquele nível, será um adversário de muito perigo a se enfrentar.
Provável rotação: Zack Greinke, Lance McCullers Jr, Jose Urquidy, Jake Odorizzi, Cristian Javier
Provável closer: Ryan Pressly (12 saves em 2020, ERA de 3.43)
Melhor arremessador: Zack Greinke. All-Star em 2019, vem para sua 17ª temporada aos 37 anos de idade, assumindo o posto de ace do time de Houston durante a ausência de Justin Verlander.
Manager: Dusty Baker (desde 2020/29 v-31 d)
Briga por: título de divisão e título da Liga Americana
Projeção de posição na divisão: 1º lugar
Foto: Reprodução Twitter/Houston Astros