Pete Rose é indicado ao Hall da Fama, do Cincinnati Reds
Recordista na história da MLB em jogos e rebatidas será homenageado pelo time de sua cidade
Banido do beisebol desde 1989 por apostar enquanto era técnico e jogador da franquia, Pete Rose será eleito para o Hall da Fama do Cincinnati Reds. O clube anunciou a decisão nesta terça-feira através de uma coletiva de imprensa.
Segundo C. Trent Rosecrans, do Cincinnati Enquirer, a direção do HOF do time de Ohio votou de forma unânime na modificação dos trâmites de eleição para incluir Pete Rose. O Salão da Fama dos Reds seguia as mesmas regras de Cooperstown, sede do HOF do beisebol, eliminando os nomes da lista de atletas inelegíveis permanentemente.
Além do Hall da Fama do Cincinnati Reds, Rose terá seu uniforme de número 14 aposentado e não precisará mais pagar ingressos para ver os jogos dos Reds. Rosecrans ainda afirma que a direção estuda colocar uma estátua do atleta nas imediações do Great American Ballpark. As comemorações ocorrerão entre os dias 24 e 26 de junho.
De acordo com o CEO da franquia, Bob Castellini, a homenagem ao ex-jogador foi autorizada pelo comissário da MLB, Rob Manfred. “Disseram ao Pete que ele não iria tão cedo para Cooperstown. Nós certamente queríamos ter certeza de pegar esse vácuo e o comissário [da MLB, Rob Manfred] nos deu permissão para tanto. Nós não poderíamos estar mais lisonjeados por ser agora. Agora é a hora”, disse Castellini.
“Não vou dizer que esta é a segunda melhor coisa, porque não é. Talvez se eu não fosse de Cincinnati, mas eu sou de Cincinnati, então isso é a melhor coisa”, disse Pete Rose na entrevista coletiva. Natural da cidade dos Reds, Rose jogou pelo clube de 1963 a 1978. Em 1984, retornou para terminar sua carreira de jogador e iniciar a de treinador, desempenhando ambas funções até 1986. Pete seguiu apenas como manager até 1989.
“Também gostaria de agradecer o comissário por permitir aos Reds fazer isso e de me dar essa oportunidade. Independentemente do que vocês ouviram ou do que acreditam, eu estive com ele, é um grande cara. Ele não fez da maneira que eu queria, mas a vida é assim”, agradeceu Rose.
Banido desde 1989 por fazer apostas no beisebol, Pete Rose apelou mais uma vez para ser readmitido pela MLB no final de 2015. O comissário chegou até a se reunir com o ex-jogador para discutir a situação, mas, em 14 de dezembro negou o pedido. Manfred citou que, além de Rose ter negado até 2004 quaisquer aposta que tenha feito como treinador; e, mais tarde, segundo matéria da ESPN norte-americana de 2015, terem sido comprovadas apostas que ele fez enquanto ainda era jogador; Pete ainda segue apostando em partidas da modalidade.
Ao negar a readmissão de Rose, Manfred deixou claro que os requisitos do Hall of Fame são diferentes dos da MLB. No entanto, desde 1991, Cooperstown mantém os banidos pela Liga fora das eleições. “Ainda não desisti de Cooperstown. Não sou do tipo que desiste de alguma coisa”, afirmou o “Big Red Machine“.
Na coletiva, Rose afirmou o desejo de ser mais participativo na franquia. “Não sou permitido a frequentar as gaiolas de rebatidas, o que gostaria de fazer. Andar pelo clube, eu nunca vi o clube, nunca estive por lá.”
“Adoro ensinar, adoro fazer jovens melhores jogadores. Qualquer um pode falar para alguém fazer alguma coisa, mas se você disser o que fazer por ter conseguido fazer aquilo, eles irão te ouvir. Se você está falando sobre experiência, não está falando sobre alguma coisa que leu em um livro”, completou.
Além dos Reds (1963-78 e 1984-86), Pete Rose ainda atuou por Philadelphia Phillies (1979-83) e Montreal Expos (1984). Campeão três vezes da World Series (1975-76 e 1980), foi MVP na primeira conquista e eleito 17 vezes para o All Star Game (1965, 1967-71, 1973-82 e 1985).
O “Big Red Machine” é recordista da história da MLB em jogos (3.562), rebatidas (4.256), rebatidas simples (3.215), at-bats (14.053) e plate appearences (15.890).