Miguel Cabrera sobre reformulação no Detroit Tigers: ‘não é da minha conta’
Estrela solitária nos Tigers, Cabrera fala com resignação sobre reconstrução do elenco
Miguel Cabrera está só. O venezuelano é a estrela solitária em um Detroit Tigers que começa a reconstruir seu plantel após a luta (em vão) pela conquista de uma World Series que serviria como ponto alto na história de um dos melhores elencos da última década, com nomes como Justin Verlander, Max Scherzer, Anibal Sanchez (então em ótima fase), Jose Valverde, Torii Hunter, Prince Fielder, Justin Upton, Ian Kinsler, J.D. Martinez e Victor Martinez, o único do grupo que segue na Motown.
A situação do veterano primeira base, tido por muitos como o melhor rebatedor destro de sua geração, foi retratada em ótimo texto de Scott Miller para o site Bleacher Report. Às vésperas de completar 35 anos, e lutando contra problemas físicos, Cabrera vê a franquia com a qual tem contrato até 2024 colocar em campo um time repleto de garotos, consequência de um processo de reconstrução que começou no ano passado, com as saídas de Verlander, Martinez e Upton e que levou Detroit à lanterna da MLB, com 64 vitórias e 98 derrotas.
Ciente de que dificilmente trocará de camisa, uma vez que ainda tem a receber US$ 192 milhões, ele se diz grato por ter a oportunidade de jogar. “Eu digo a Deus ‘obrigado por me dar a chance de estar aqui’. Não tomo nada como garantido. Sou grato por estar aqui, e não tenho problema com o que está ocorrendo”, afirmou o venezuelano. O que prevalece, neste caso, é o profissionalismo, ressaltado por um ex-colega e que, hoje, está do outro lado do esporte.
Torii Hunter, atualmente assistente especial de operações de beisebol do Minnesota Twins, fez um diagnóstico certeiro da situação do amigo. “Ele está preso ali. Mas há uma coisa sobre Miguel, ele sairá para o campo e dará conta do recado. Eu não sei se os jovens vão atrás dele, ele é um astro. Todos os jovens deveriam procurar ele e fazer várias perguntas”, garantiu.
Perguntado se está de acordo com o rebuild dos Tigers, Cabrera foi assertivo. “Estou aqui para jogar. Não estou aqui para dar minha opinião sobre o que está para acontecer. Estou aqui para fazer meu trabalho, ajudar (a franquia) a vencer jogos e ajudar no processo”, resumiu ele.
Outro ex-companheiro, Justin Upton, também falou sobre a situação do astro. “É duro. Miggy é um competidor. Ele quer vencer. Quando um time passa por uma reconstrução, pode ser difícil para o jogador do ponto de vista de energia”, disse o agora atleta do Los Angeles Angels.
Cabrera admite, por exemplo, que não sabe o nome de grande parte de seus companheiros de time. Nada novo, segundo ele, pois durante os últimos dez anos, muitas vezes também não sabia, e chamava (quase) todos pela mesma palavra: “bro”, algo confirmado por Hunter e Ian Kinsler. Ídolo em Michigan, ele garante que adora Detroit (“estou aqui há 10 anos. Posso chamar de casa”) e reitera: “estou aqui para fazer o que me pedirem, e me pedem para jogar beisebol e dar tudo no campo, e é válido. Não tenho nada a falar da reconstrução, porque não é da minha conta”.
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