Mesmo cientes de surto, Marlins decidiram jogar contra os Phillies no domingo
Equipe de Miami teve pelos menos 14 profissionais testando positivo para o novo coronavírus
A Major League Baseball enfrenta uma crise relacionada ao novo coronavírus. Neste domingo (26), após a partida contra o Philadelphia Phillies, o Miami Marlins confirmou que pelo menos 14 profissionais testaram positivo para a COVID-19, incluindo atletas (Jorge Alfaro, Jose Ureña, Garrett Cooper, Harold Ramirez e outros) e membros da comissão técnica. Contudo, alguns casos já eram sabidos antes mesmo do confronto.
De acordo com Don Mattingly, manager de Miami, foi pedido para que o shortstop Miguel Rojas ouvisse a opinião de seus companheiros sobre a realização do jogo: “Ele é um capitão de equipe não-oficial do nosso clube. Ele está sempre mandando mensagens para o grupo e obtendo os sentimentos do grupo. Então, quando estamos lidando com situações ou coisas, geralmente é com quem estamos trabalhando”, afirmou segundo o Philadelphia Inquirer.
Cabe destacar que a MLB emitiu, antes do início da temporada, um manual de 113 páginas para todos os funcionários de todas as equipes. Este manual contém informações relativas às regras de campo, aos novos procedimentos adotados nesta temporada e a diretrizes fundamentais para franquias que tenham casos positivos de COVID-19. No entanto, o que definiu a realização do jogo entre Marlins e Phillies, no último domingo, foi a troca de mensagens de texto entre os atletas da equipe da Flórida, liderados por Rojas.
Acerca da situação, Rojas disse: “Tomamos a decisão de continuar fazendo isso e continuaremos sendo responsáveis e apenas jogar o jogo o mais forte possível”. E, rechaçando a possibilidade de não realização da partida, completou: “Essa nunca foi a mentalidade. Sabíamos que isso aconteceria em algum momento. Chegamos ao estádio e estávamos prontos para jogar. Esse nunca foi nosso pensamento de que não íamos jogar”.
A opinião dos jogadores foi endossada pela própria organização do Miami Marlins, pois ambos compartilharam o pensamento de que todas as medidas de precauções foram devidamente tomadas. Assim, o entendimento conjunto foi repassado à MLB e ao sindicato dos jogadores, que é incumbido da supervisão diária do plano de monitoramento e testes.
Ainda sobre o manual de operações fornecido pela MLB, há pontos que confirmam a necessidade de quarentena após um teste positivo para a COVID-19, de modo a eliminar qualquer infecção provocada por tal profissional. Entretanto, como a partida de domingo foi realizada, a potencial capacidade de contaminação foi ampliada para os profissionais da equipe da cidade do amor fraternal. E, para evitar maiores danos, os Marlins não saíram da Filadélfia após a vitória no confronto.
Por fim, é importante esclarecer que os Phillies também foram alertados para a situação dos Marlins antes da partida e, dessa forma, também houve consulta entre seus jogadores, que passaram a tomar mais precauções. Bryce Harper e Rhys Hoskins, por exemplo, utilizaram máscaras em alguns momentos do jogo. Joe Girardi, manager de Philadelphia, por sua vez, afirmou que os Marlins seguiram corretamente todo o protocolo da MLB e ressaltou os cuidados tomados por sua equipe: “Estamos sempre preocupados. Acho que você vê nossos rapazes tomando precauções em campo. A coisa boa é quando vemos jogadores do outro time, em campo e fora dele. Geralmente há muita distância. Então você espera que isso proteja o nosso clube”.
Diante da complexidade da situação, a MLB adiou as partidas entre Marlins e Baltimore Orioles e Phillies e New York Yankees, que originalmente estavam marcadas para esta segunda-feira (27).
(Foto: Reprodução Twitter/Philadelphia Phillies)