Matt Harvey causa briga entre Sandy Alderson e Scott Boras
Agente e GM dos Mets divergem sobre limites para Matt Harvey após cirurgia Tommy John
Em 2012, quando o Washington Nationals foi eliminado pelo St. Louis Cardinals nos playoffs da Liga Nacional, parte da culpa foi direcionada ao GM Mike Rizzo, que colocou (e respeitou) um limite de entradas arremessadas pelo jovem Stephen Strasburg, recém-recuperado da cirurgia Tommy John. Em 2015, o New York Mets tomou decisão oposta em situação semelhante envolvendo o astro Matt Harvey. E uma pessoa, satisfeita no primeiro caso e revoltada no segundo, já questionou a decisão dos Mets: o sempre polêmico agente Scott Boras.
Harvey já arremessou 166 1/3 entradas em 2015, primeiro ano de seu retorno após a cirurgia. De acordo com Boras, diversos médicos incluindo o famoso cirurgião James Andrew, que operou o ace dos Mets, recomendam um limite de 180 entradas, o que representaria talvez mais duas partidas como titular. No entanto, com a equipe de Nova York perto dos playoffs, o GM Sandy Alderson rechaça a hipótese e afirma que ele e a franquia definirão se Harvey segue arremessando ou será poupado.
Segundo Boras, “a decisão não é do clube, é dos médicos”. Quem a desafia, continua o poderoso agente, está colocando o atleta em risco. Ele disse que só contatou os Mets após Harvey ter atingido 140 entradas arremessadas porque os médicos não fazem diagnósticos precoces, optando por analisar o desempenho do arremessador para não criar falsas expectativas. O discurso não parece muito alinhado com o de Alderson, que vê uma possibilidade pouco comum de levar os Mets aos playoffs.
O GM afirmou que não gostou de ter recebido um email de Boras apontando o novo limite para Harvey, especialmente porque, em sua opinião, a franquia está sendo muito cautelosa. Ele citou o fato de Harvey não ter arremessado nos 17 meses seguintes à cirurgia, prazo maior do que o normal, e questionou se a mudança na postura do agente está relacionada ao problema no biceps que levou à DL Jose Fernandez, jovem do Marlins que também é cliente de Boras e passou pela Tommy John.
Quanto aos planos para o futuro próximo, Alderson tem um modelo claro em mente: Harvey será poupado em uma de suas partidas, deve fazer mais três jogos na temporada regular e será monitorado de perto caso os Mets avancem pelo mês de outubro. O discurso de Boras parece mais com o de um GM do que com o de um agente: “isso não é uma negociação”. Segundo ele, a opinião dos médicos, e não dos dirigentes, deve determinar quanto Matt Harvey pode arremessar em 2015.