Jenrry Mejia se diz vitima da MLB e da associação de jogadores
Mejia, arremessador dos Mets, foi suspenso permanentemente por uso de anabolizantes e agora veio contar sua versão
Jenrry Mejia, arremessador do New York Mets e o primeiro jogador a ser banido permanentemente da MLB por conta de anabolizantes, após três exames antidoping terem dado positivo, disse que foi uma vítima da liga, e que a associação de jogadores não o ajudou da maneira correta.
O programa de testes anti-drogas da liga, que é controlado em conjunto pela MLB e pela associação, flagrou Mejia em três testes usando anabolizantes esteróides. O atleta foi penalizado duas vezes em 2015 e, no mês passado, recebeu a suspensão permanente.
Mas Mejia, de 26 anos, disse em uma entrevista dada na última quinta feira que o resultado positivo foi apontado apenas no primeiro exame. Depois do segundo teste, que segundo Meija foi impreciso, ele disse que foi pressionado pela MLB para repassar informações sobre os contatos que ele tinha para arrumar as substâncias.
Mejia disse que a liga falou a ele que se ele recorresse a punição do segundo exame, “eles encontrariam uma forma de ter um terceiro exame positivo”. “Eu achei que foi uma conspiração contra mim. Eu acho que eles estavam tentando encontrar alguma coisa pra acabar com a minha carreira”, disse Mejia, que é natural da República Dominicana, com a ajuda de um intérprete.
Os responsáveis pela liga disseram que não fizeram nenhuma ameaça ao jogador. “Ninguém da MLB ou que represente a MLB se encontrou com Mejia”, disse Pat Courtney, porta voz da liga. O agente da liga e de Mejia, Peter Greenberg, se recusou a tecer qualquer comentário acerca, citando a confidencialidade sobre a política de testes antidoping.
Os protocolos antidoping da liga permitem que Mejia peça a reintegração após um ano do afastamento, em 2017. Mas o tempo mínimo da penalidade é de dois anos, então, independente da resposta de Rob Manfred, comissário da MLB, Mejia não estará elegível até 2018.
Jenrry Mejia também disse que pediu ajuda para a associação, mas os representantes disseram que não havia mais como recorrer o resultado. “A associação deveria ter feito mais”, disse Mejia. “Eles deveriam ter me defendido mais, é pra isso que eles estão lá. Eles deveriam ter achado algo para me proteger.”
Mejia assinou com os Mets quando era ainda um adolescente, no ano de 2007. Ele fez a estreia na MLB em 2010, com muitas expectativas de que se tornaria um ótimo arremessador. Mas as temporadas seguintes foram prejudicadas por diversas lesões no braço, até um ponto em que ele foi submetido à cirurgia Tommy John.
Apenas em 2014 que Mejia conseguiu se firmar como closer para os Mets, terminando a temporada com 28 saves em 31 oportunidades. Mas aí veio 2015, e os resultados positivos dos testes. Agora, o arremessador admite ter usado anabolizantes antes do primeiro teste, coisa que não o fez anteriormente. E as substâncias que deram positivo nos testes são facilmente detectadas em exames de urina. Dois dos testes que deram positivo indicaram boldenone, um esteroide que é utilizado em corrida de cavalo.
Durante a carreira, Jenrry Mejia ganhou uma quantia de US$ 3.6 milhões, mas deixará de receber US$ 2.4 milhões em 2016. Os Mets tinham assinado um novo contrato com o arremessador em dezembro, mesmo com os dois testes positivos. Mas, Mejia só poderia retornar no final de julho, depois de cumprir os 99 jogos de suspensão.
(Foto: CreativeCommons/Flickr)