Jeff Luhnow processa Houston Astros por quebra de contrato
Ex-general manager dos Astros alega ter sido usado como bode expiatório no escândalo do roubo de sinais
Nesta segunda-feira (9), Jeff Luhnow, antigo general manager do Houston Astros, processou a equipe por quebra de contrato. Segundo Bill Shaikin, do Los Angeles Times, o ex-dirigente do clube alega que a MLB e os Astros negociaram as punições relacionadas ao escândalo do roubo de sinais de 2017. De acordo com Luhnow, isso fez com que ele fosse usado como bode expiatório e que a equipe conseguisse economizar US$ 22 milhões de salário.
Uma investigação realizada pelo comissário da MLB, Rob Manfred, determinou que o Houston Astros usou um sistema de câmeras no Minute Maid Park para roubar os sinais dos adversários durante a campanha de 2017, em que a franquia conquistou o título da liga. Como punição, o manager A.J. Hinch foi suspenso por um ano, assim como o general manager Jeff Luhnow. Os dois foram demitidos pouco depois.
Segundo Shaikin, o processo alega que Manfred e o dono dos Astros, Jim Crane, acertaram uma “resolução negociada”. Tal solução “permitiu que o time mantivesse o título da World Series [de 2017], fez de tudo para exonerar Crane publicamente e transformou Luhnow em bode expiatório por um esquema de roubo de sinais que ele desconhecia e do qual não participou”.
Luhnow deu entrada com o processo no tribunal do Condado de Harris, no estado americano do Texas. Luhnow argumenta que nenhuma das condições que justificariam uma demissão por justa causa realmente ocorreram. O processo também afirma que os Astros devem a Luhnow “mais de US$ 31 milhões” em salário, bônus não especificados e juros de participação nos lucros da equipe, programados para serem adquiridos entre 2021 e 2025.
Durante a investigação realizada por Manfred, Luhnow defendeu que não sabia do esquema do roubo de sinais. Contudo, o comissário suspendeu o dirigente, alegando que “[um general manager deve] estar ciente das atividades dos seus jogadores e funcionários”.
Manfred também afirmou que há provas de que Luhnow tinha conhecimento da trapaça. Segundo Jared Diamond, do Wall Street Journal, o oficial encontrou um e-mail no qual o ex-general manager discutia sobre um “departamento de roubo de sinais” dos Astros. O remetente do e-mail era Tom Koch-Weser, um funcionário da franquia, descrito como o “líder do esquema”.
Koch-Weser, no entanto, não foi demitido pela equipe e continuou a trabalhar como diretor de informações avançadas. O processo alega que Manfred “deixou [o funcionário] ficar com seu emprego em troca de informações que implicassem Luhnow”.
O processo também afirma que o comissário não impôs a punição contra Luhnow até depois de ter uma reunião privada com o dono do time: “Estas negociações provaram ser benéficas para Crane e os Astros. O comissário deixou os Astros manterem o título de 2017, impôs uma multa de US$ 5 milhões (um fração do valor que Crane adquiriu com o sucesso do time) e tomou quatro escolhas de Draft. Ele também (…) absolveu [Crane] da responsabilidade de supervisionar seu próprio clube”.
Jeff Luhnow defendeu sua inocência em janeiro de 2020: “Qualquer pessoa que tenha trabalhado em estreita colaboração comigo durante meus 32 anos de carreira, dentro e fora do beisebol, pode atestar minha integridade. Eu não sabia que as regras estavam sendo violadas”.
(Imagem: reprodução vídeo)