GM dos Mets acusa comissário da MLB de forçar protesto, mas volta atrás de comentário
Brodie Van Wagenen pediu desculpas após viralização de vídeo nas redes sociais
Nesta quinta-feira (27) o general manager do New York Mets, Brodie Van Wagenen, acusou o comissário da MLB, Rob Manfred, de tentar forçar uma demonstração contra a violência policial em duelo contra o Miami Marlins. Em vídeo publicado nas redes sociais, Van Wagenen é visto conversando com duas pessoas, explicando que o comissário da liga propôs que o time deixasse o campo em apoio aos protestos contra o racismo, mas que as duas equipes voltassem a jogar pouco depois.
“[A MLB] está tentando criar um solução [para o adiamento dos jogos] dizendo: ‘Sabe o que seria ótimo? Se você fizesse os jogadores entrarem em campo e depois fizesse com que ele saíssem, para que então eles voltassem a jogar às 20h10′”, alegou Van Wagenen.
Segundo Jesse Yomtov, do USA Today, o vídeo foi publicado primeiramente no site oficial dos Mets antes de ser deletado e publicado no Twitter. O GM também afirmou que discutiu a proposta do comissário com o diretor de operações da franquia, Jeff Wilpon: “Eu disse: ‘Jeff, os caras não irão jogar. Eles não irão jogar’. Mas esse é o instinto de Rob [Manfred]”.
Van Wangenen comentou que o alto escalão da MLB não compreende a severidade dos protestos: “A liderança não entende, ele (Manfred) simplesmente não entende”.
https://twitter.com/NickCocco18/status/1299097093685104648
Depois, Van Wagenen pediu desculpas por meio de um pronunciamento do time. Ele também afirmou que a ideia exposta no vídeo foi proposta por Wilpon e não por Manfred: “Jeff Wilpon ligou para o comissário para notificá-lo que os jogadores decidiram não participar do jogo. Eles discutiram sobre os desafios de remarcar a partida. Jeff propôs que o time voltasse a jogar uma hora depois”.
O GM continuou, alegando que atribuiu o plano a Manfred erroneamente: “Na verdade, foi uma sugestão de Jeff [Wilpon]. Os jogadores já haviam tomado a decisão de não jogar, então eu achei que a sugestão não era correta. Minha frustração com o comissário foi errada e infundada. Eu peço desculpas ao comissário pelos meus comentários desrespeitosos”.
Por meio de uma nota, Manfred negou que ele tenha tentado influenciar as decisões dos times: “Durante os últimos dois dias, jogadores de vários clubes decidiram por não jogar. Eu disse publicamente que eu respeito estas decisões e apoio a necessidade de lidar com a injustiça social. De forma alguma eu tentei impedir os jogadores de se expressarem, nem sugeri uma forma alternativa de protestar (…). Qualquer sugestão do contrário é errada”.
As duas equipes ainda se encontraram no Citi Field, mas não deram início ao jogo. Após a execução do hino nacional americano, com os defensores dos Mets em campo, os atletas saíram dos seus respectivos dugouts e observaram um momento de silêncio que durou 42 segundos em homenagem a Jackie Robinson e às vítimas de violência policial. No final, Lewis Brinson deixou uma camiseta com do movimento Black Lives Matter no home plate.
After a moment of silence, the Mets and the Marlins have left the field.
The only thing remaining on the field is a Black Lives Matter shirt. pic.twitter.com/t7QfWwofOS
— SNY (@SNYtv) August 27, 2020
(Foto: Reprodução Twitter/New York Mets)