Gabe Kapler e atletas dos Giants se ajoelham em protesto durante hino nacional
Manager dos Giants afirma que encorajou seus atletas a ajoelharem-se em protesto contra o "racismo sistêmico" nos EUA
Gabe Kapler, manager do San Francisco Giants, se tornou o primeiro treinador da MLB a ajoelhar-se durante o hino nacional americano nesta segunda-feira (20), em jogo de exibição contra o Oakland Athletics.
Ele encorajou atletas e treinadores de sua equipe que quiseram realizar a mesma ação e explicou que usará a plataforma de exposição que tem para protestar contra o racismo sistêmico nos Estados Unidos.
“Eu queria que eles soubessem que não estou satisfeito com a forma que nosso país está lidando com a brutalidade policial. Eu disse para eles amplificarem a voz da comunidade negra e das comunidades marginalizadas também. Eu disse para eles que quero usar nossa plataforma para mostrar minha insatisfação com… o claro racismo sistêmico em nosso país”, afirmou Kapler em entrevista pós-jogo.
Sobre o ato de ajoelhar-se durante o hino, Gabe deixou claro que todos em sua equipe podem se sentir à vontade para prosseguirem como quiserem: “Eu quero que eles saibam que podem tomar suas próprias decisões, que nós vamos respeitar e apoiar suas decisões. Eu quero que eles se sintam seguros defendendo seus direitos”.
Diversos membros dos Giants também se ajoelharam com Kapler. Jaylin Davis, outfielder e negro, foi um deles. Antoan Richardson, treinador de primeira base e também negro, foi outro a realizar o protesto.
Entre os dois, o shortstop Brandon Crawford demonstrou seu apoio, colocando cada uma de suas mãos sobre os ombros de seus dois colegas.
O ex-catcher do Oakland Athletics Bruce Maxwell, que se tornou o primeiro atleta da MLB a realizar tal ato de protesto em 2017, contou que foi difícil conter as lágrimas vendo o apoio de seus colegas de trabalho.
“Havia muita alegria no meu coração e, honestamente, muito alívio também. Houve muita emoção. Só de ver a disseminação da consciência, ver que as pessoas estão enxergando a injustiça com a humanidade em nosso país, e algumas pessoas agora estão enfrentando isso, foi algo que me trouxe muita alegria. Se eu estivesse lá, daria um abraço no treinador Kapler, apertaria sua mão e lhe diria o quão honrado eu estaria por estar ao seu lado”, contou Maxwell.
O presidente dos Giants, Farhan Zaidi, também demonstrou apoio aos membros de sua organização, afirmando estar orgulhoso de seus jogadores e treinadores por enfrentarem a questão da injustiça racial: “Nós apoiamos estes que se ajoelharam para protestarem pacificamente e também os que ficaram em pé para demonstrar seu amor pelo país. Nós acreditamos na liberdade de expressão de ambos, é isso que nosso país representa”.
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, mais uma vez, foi contra os protestos. Ele afirmou que está ansioso pela volta dos jogos, porém afirmou: “qualquer hora que eu ver alguém se ajoelhando e desrespeitando a bandeira de nosso país, o jogo estará acabado para mim”.
Looking forward to live sports, but any time I witness a player kneeling during the National Anthem, a sign of great disrespect for our Country and our Flag, the game is over for me!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) July 21, 2020
Na segunda-feira também, o arremessador de relevo do Los Angeles Angels Kenyan Middleton adotou a forma de protesto realizada pelos Giants. Ele ajoelhou-se e levantou seu punho direito no ar durante o hino nacional.
Seu treinador, Joe Maddon, demonstrou apoio também e encorajou seu atleta a protestar e a acreditar em suas convicções.
(Foto: Ezra Shaw/Getty Images)