Em entrevista Paulo Orlando fala sobre a “realização do sonho” de jogar na MLB
Orlando se tornará o terceiro jogador brasilero a jogar na Major League e contou como recebeu a notícia
Depois do último jogo do Spring Training no sábado, o manager do Kansas City Royals, Ned Yost, chamou Paulo Orlando em seu escritório. Orlando não sabia o que pensar. A pré-temporada foi a maior chance da carreira do jogador brasileiro, depois de nove anos na Minor League e mais de 4000 aparições no bastão. Mas tinha chegado a hora do outfielder olhar nos olhos de Yost.
“Eu estava muito nervoso”, Orlando disse em entrevista ao site da MLB. Então, Yost deu a melhor notícia de todas: ele está na equipe dos Royals para temporada regular. “Ele começou a chorar”, Yost relembra. “Então ele disse ‘Espera, não tem espaço para choro no beisebol.’ E eu disse ‘Pode chorar. Choraremos juntos.”
E quando Orlando voltou para o clubhouse da equipe, seu amigo Jarrod Dyson percebeu as lágrimas nos olhos e disse: “Pode chorar. Todos nós choramos na nossa primeira vez”. A primeira pessoa pra quem ele ligou foi a esposa, e certamente ambos choraram lágrimas de alegria também.
Não é apenas os nove anos em que Orlando “penou” nas minors. Ele preferiu deixar o futebol de lado e ir atrás de esportes diferentes. Beisebol foi a “última escolha”, e a agilidade que ele tinha chamou a atenção dos scouts do Chicago White Sox, que contratou o jogador de apenas 19 anos na época. Três anos depois, os Royals trocaram o arremessador Horacio Ramirez por Orlando.
Os Royals prestaram atenção em Orlando quando o brasileiro jogou contra eles na Carolina League, e gostaram do porte atlético do atleta – ele roubou 123 bases nas cinco primeiras temporadas nas minors. Tempos depois, o atleta de 29 anos se tornaria o terceiro atleta brasileiro a jogar na MLB (os primeiros foram Yan Gomes, do Cleveland Indians e Andre Rienzo, do Miami Marlins, respectivamente).
Mas, o beisebol nunca foi fácil para ele. Nas duas primeiras temporadas, ele teve um aproveitamento de .262 e .253. “Depois das minhas duas primeiras temporadas, eu disse ‘Cara, isso é muito difícil.’ Mas o pessoal do time me disse que eu estava indo bem. Então, continuei assim. Aí eu me machuquei, e eles me mandaram pra Double-A. Eu nunca fiquei frustrado, apenas bravo comigo mesmo”, completou Paulo Orlando, agora um dos outfielder do Kansas City Royals.
No ano passado, na Triple-A Omaha, Orlando teve um aproveitamento de .301 e 34 bases roubadas. “Estou muito feliz agora. O que eu quero é ajudar a minha equipe a voltar para a pós-temporada.”