Draft da MLB também é afetado pelo coronavírus e preocupa Red Sox
Para diretor dos Red Sox, Draft alterado pelo coronavírus terá mais risco e impacto para jovens jogadores
A Major League Baseball segue vivendo tempos de incertezas, e o impacto da pandemia mundial causada pelo coronavírus na principal liga de beisebol do mundo aumenta a cada dia. Neste final de semana, outro evento entrou em pauta, o Draft marcado para junho e que, como ocorreu com a NFL e a WNBA, será feito de forma virtual por conta do isolamento social. Com novas regras e restrições, o processo parece causar muita dor de cabeça para a MLB, a MLBPA (associação de jogadores) e para os dirigentes, e ao menos um resolveu posicionar-se.
Para Chaim Bloom, que comanda as operações do Boston Red Sox, o Draft terá muitas mudanças em relação aos anos anteriores. “Eu não tenho certeza se (um processo mais curto) mudará as coisas no começo do Draft, mas certamente impactará mais quanto mais tarde você sair”, explicou ele ao repórter Jason Mastrodonato, do Boston Herald.
Na quinta-feira, a MLBPA vetou a proposta apresentada pela liga para o Draft de 2020, que previa apenas 10 rodadas (30 a menos do que o habitual, cinco a mais do que o mínimo possível), redução de 50% no valor projetado para as escolhas a partir do sexto round, impactando diretamente o cap de cada franquia, e a possibilidade de assinar com cinco jogadores não-draftados por bônus máximo de US$ 20 mil por jogador. A proposta previa a contratação de mais jogadores não-draftados, mas estes receberiam bônus máximos de US$ 5 mil cada.
Em março, os dois lados concordaram em drafts de no mínimo cinco rodadas em 2020 e 20 rounds ou mais em 2021, mantendo o valor de cada slot em relação a 2019. A proposta apresentada pela MLB dobrava o número de escolhas, desde que o excedente fosse ‘mais barato’ para cada franquia, e com a rejeição, tudo segue no ar, incluindo o número de rounds. O que parece certo é a data de início do Draft 2020: 10 de junho, segundo o New York Post.
O executivo dos Red Sox também falou sobre a dificuldade de avaliar os jovens talentos sem as temporadas regulares do beisebol universitário e colegial.
“Não temos a oportunidade de ver como passam pelos altos e baixos de uma temporada. Isso faz com que as decisões sejam ainda mais difíceis, uma vez que eles estão longe do que realmente serão e isso complica a definição, com mais certeza, de qual é o nível real de talento que o jogador tem”, resumiu Bloom.
O dirigente citou como exemplo Andrew Benintendi, que destacou-se e foi escolhido pela franquia em 2015 após um 2014 absolutamente discreto com a Universidade de Arkansas, o que ajudaria a comprovar como a temporada perdida pode ter um impacto enorme sobre franquias e atletas.
Ele destacou também que, como ocorria no passado, o trabalho dos olheiros será fundamental a partir de 10 de junho. “Não sabemos exatamente como as coisas ocorrerão, mas é razoável imaginar que o relacionamento, do ponto de vista do grupo de olheiros, terá um peso maior do que normalmente”, concluiu Blooom.
Resta agora saber como as condições excepcionais trazidas pelo coronavírus afetarão o processo e, de forma indireta e distante, o destino das 30 franquias da MLB para a próxima década.
Crédito das imagens: Reprodução/Facebook MLB