Cubs abrem a boca contra regra do carrinho na MLB
Joe Maddon e Jon Lester criticam eliminação polêmica de jogador em derrota dos Cubs
Quando há qualquer colisão entre a “velha geração” e a “nova geração” da Major League Baseball, é costume sair faísca, e foi o que aconteceu neste sábado (13), em Saint Louis. De um lado, representando a velha geração, Joe Maddon, manager do Chicago Cubs, e o arremessador titular Jon Lester. Do lado oposto, a nova regra que regulamenta os carrinhos legais com o objetivo de proteger os jogadores de defesa.
A polêmica ocorreu na 5ª entrada da partida entre os Cubs e o St. Louis Cardinals, vencida por 5 a 3 pelo time da casa. Perdendo por 3 a 1, os Cubs tinham jogadores na 1ª e 3ª bases com um eliminado, fruto de um walk e um erro defensivo, quando Anthony Rizzo foi ao bastão. A rebatida foi fraca e rasteira, em direção ao arremessador Carlos Martinez, e o novato Ian Happ, fazendo sua estreia na MLB, deu um carrinho na chegada à segunda base, tentando evitar a queimada dupla. Confira e decida: a jogada foi legal?
Kyle Schwarber cruzou o home plate, mas a corrida não valeu porque, por entenderem que Happ passou a segunda base e não fez um esforço honesto e verdadeiro para permanecer na base, o que diminui o risco para os jogadores de defesa, os juízes determinaram a interferência e validaram uma queimada dupla. Os Cubs não voltaram a ameaçar a liderança dos Cardinals, e esse lance despertou a ira de Maddon e Lester nas tradicionais coletivas de imprensa após a partida.
Maddon foi incisivo. “Quando você desliza na terra e tem o momento a seu favor, você apenas continua. Não houve qualquer malícia. Essa regra não pertence ao jogo”, afirmou o manager dos Cubs. Pensa que acabou? Nada. “Não houve nada de perigoso por parte do nosso corredor. Não me venham com hipérboles e regras criadas dentro de escritórios, porque eu não aceito essas coisas e vocês sabem”, disse ele aos repórteres.
Tinha mais. “Não sei porque essas regras estão no jogo. Isso teve um impacto imenso no jogo de hoje, com eliminações dadas por meio de uma regra fabricada. Isso foi criado sob o guarda-chuva da segurança. Você desliza diretamente sobre a base e é eliminado quando não há qualquer chance de o corredor ser eliminado na primeira base, e não havia nada de perigoso (na ação) por parte do nosso corredor”, continuou Maddon.
Não, esse não foi o fim do ataque. “Em geral, temos a tendência a administrar de forma mínima coisas que não nos envolvem, e não devemos fazer. Não me venham com essa de protecionismo contra contusões, porque eu não compro. É errado. (A regra original) É difícil para os juízes. Eles sabem que isso é parte do jogo. Eu gostaria de ver (a regra nova) eliminada. Eu gostaria de ver a regra no home plate (que regulamenta como catchers e corredores podem atuar em casos de colisão) eliminada. Elas não cabem no jogo”, concluiu Maddon.
Jon Lester, que ficou com a derrota ao ceder quatro corridas (três merecidas) em 5 2/3 entradas, seguiu a mesma linha. “O beisebol é jogado da mesma forma há mais de 100 anos, e agora eles querem mudar tudo e deixar ele mais ‘soft’. Isso é beisebol. Estamos jogando com um termo de ‘pansies’ (termo depreciativo e homofóbico) agora. Estou cheio dessa regra do carrinho (…) somos homens crescidos aqui”, desabafou o titular dos Cubs.
Lester também comentou o polêmico carrinho em questão. “Ele (Happ) deslizou três polegadas (cerca de 8 centímetros) além da base e eles conseguiram uma queimada dupla. A regra foi feita para evitar carrinhos sujos, carrinhos atrasados, que machucam adversários. Não houve nada errado com aquele carrinho”, garantiu o arremessador.
Happ, que conseguiria mais tarde seu primeiro home run na MLB, também falou, mas foi menos enfático. “Fiquei um pouco surpreso, mas eles (os juízes) interpretaram a regra da forma que está escrita no livro”, apontou o novato. Ele, porém, admitiu que passou da base. “Se você não consegue ficar na base, é interferência. É uma pena, mas é isso que acontece”, confirmou o outfielder.
Também houve repercussão da jogada no vestiário vencedor, cabendo ao manager dos Cardinals, Mike Matheny, expressar sua opinião. “É uma jogada que muda a partida, e uma jogada difícil também, pois o shortstop vem para fazer o arremesso, e esse me parece que foi o argumento. Acho que é claro que você precisa arremessar, mas o jogador (no caso, o shortstop Aledmys Diaz) está sendo atingido, então você não vai arremessar. Isso foi o que tentamos eliminar do jogo ao evitar que o jogador deslize pela base como um barril rolando”, divagou o manager dos Cardinals.
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