Cuba vence e avança à 2ª fase do WBC
Com grand slam de ídolo, Cuba bate Austrália por 4 a 3 e segue em frente no WBC
Se Cuba avançou à 2ª fase do World Baseball Classic, precisa agradecer (e muito) ao veterano Alfredo Despaigne. O outfielder, que há uma década aparece sempre na lista de melhores jogadores da ilha e é um dos poucos a não ter tentado a sorte nos Estados Unidos (atua na Nippon Professional Baseball graças à parceria entre Cuba e Japão) conseguiu um grand slam e impulsionou as quatro corridas decisivas na vitória por 4 a 3 sobre a Austrália, nesta quinta-feira (09).
As duas seleções entraram no Tokio Dome dependendo de uma vitória para avançar, e os latino-americanos eram os favoritos, mesmo sem os atletas que estão na Major League Baseball. No entanto, os dois abridores brilharam: Warwick Saupold segurou o ataque cubano por quatro entradas, enquanto Lazaro Blanco fez o mesmo por 2 2/3 innings com os australianos, até ser substituído por Yoennis Yera. A Austrália abriu o placar na 5ª entrada, com Logan Wade impulsionando Mitchell Dening com uma rebatida simples.
Na parte baixa do mesmo inning, chegou a salvação cubana. Atleta do Fukuoka SoftBank Hawks, Despaigne isolou o arremesso de Lachlan Wells para o campo centro-esquerdo, impulsionando Roel Santos, Alexander Ayala e Frederich Cepeda e diminuindo a tensão no bench. A Austrália anotou na 7ª entrada (home run de Trent Oeltjen), e na 8ª entrada garantiu outra corrida, com Dening impulsionando Luke Hughes com uma simples. No entanto, Oeltjen foi eliminado por strikeouts com homens na 1ª e 2ª bases para encerrar o inning.
A 9ª entrada foi mais tranquilia, com Miguel Lahera induzindo uma eliminação por bola aérea e dois strikeouts para garantir a vitória e a classificação de Cuba. Na próxima fase, os latino-americanos enfrentarão o Japão, outro classificado no Grupo B, e os dois primeiros do Grupo A: Israel e Holanda. Os jogos novamente serão disputados no Tokio Dome, a partir de 3ª (14), com Cuba e Japão enfrentando-se a partir das 8h (horário de Brasília).
Surpresa europeia
Na abertura do Grupo D, que tem sede em Guadalajara, México, uma pequena surpresa: a Itália anotou cinco vezes na 9ª entrada e venceu a seleção da casa por 10 a 9, calando a multidão no Estadio Charros de Jalisco. O jogo contou com a participação de um brasileiro, o reliever Tiago “Shogun” da Silva, que atua pela Itália. Shogun entrou em campo com um eliminado no 4º inning e fechou a entrada. Ele acertou um rebatedor, cedeu três rebatidas e duas corridas merecidas.
O jogo já começou animado, com dois home runs (ambos de uma corrida) na 1ª entrada: Esteban Quiroz para o México, John Andreoli para a Itália. Quiroz voltou a aparecer no 3º inning, impulsionando outra corrida com uma rebatida dupla para dar a vantagem de 2 a 1 aos donos da casa. Com mais duas corridas na entrada seguinte, os mexicanos abriram 4 a 1, e pareciam caminhar com tranquilidade para a vitória, mas a Itália rapidamente reagiu e empatou o jogo na parte baixa da entrada, com home runs de Rob Segedin (duas corridas) e Chris Colabello (uma).
Os ataques seguiram produzindo, com o México anotando três corridas na 5ª entrada, e a Itália devolvendo uma. Com mais duas corridas no 8º inning, o time local abriu 9 a 5, e a última entrada parecia só protocolar, ainda mais com Roberto Osuna, bom reliever do Toronto Blue Jays, no montinho. No entanto, com muita raça, os europeus foram buscar a diferença. Francisco Cervelli abriu o inning com uma rebatida dupla, sendo substituído por Sebastian Poma, que entrou para correr.
Poma chegou à 3ª base na rebatida dupla de Colabello, e ambos anotaram na simples de Alex Liddi, colocando o placar em 9 a 7. Um erro defensivo transformou a eliminação de Drew Butera em uma situação de corredores na 1ª e 3ª bases, ainda sem eliminados. Após um walk para Drew Maggi, lotando as bases, Osuna foi substituído por Oliver Perez, mas isso não intimidou os italianos: Brandon Nimmo impulsionou Liddi com outra simples e, com o placar em 9 a 8, apareceu o herói: Andreoli conseguiu outra simples, Butera e Maggi cruzaram o home plate e a Itália virou, em apenas sete idas ao bastão, um jogo que parecia perdido.
Tudo certo
Japão e China entraram no Tokio Dome com pouco em jogo: o time da casa já havia garantido o 1º lugar do Grupo B, os chineses precisavam da vitória para empatar com a Austrália na 3ª colocação. Prevaleceu o favoritismo dos nipônicos: com um corpo de arremessadores dominante e mostrando a força do lineup, o time da casa fez 7 a 1 e terminou a primeira fase com três vitórias e três jogos.
O Japão anotou uma vez no 1º inning e duas nas duas entradas seguidas, colocando o jogo fora do alcance dos chineses mesmo após a corrida solitária dos visitantes, no 3º inning. O destaque japonês ficou com os home runs de duas corridas conseguidos por Seiji Kobayashi e Sho Nakata. Kosuke Tanaka também apareceu bem, anotando duas vezes. No lado chinês, foram apenas cinco rebatidas, todas simples, e a única corrida foi impulsionada por Ray Chang.
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