Coordenador internacional da MLB fala sobre projetos e dificuldades para realização de jogo no Brasil
Apesar dos planos de um escritório da MLB no Brasil, Caleb Santos-Silva pondera: 'O processo não é rápido'
Principal foco até agora da gestão do comissário Rob Manfred, a MLB segue em busca da expansão dos seus negócios fora dos Estados Unidos. E o Brasil está nos planos da Major League Baseball.
Em entrevista exclusiva ao The Playoffs, Caleb Santos-Silva, Coordenador de Desenvolvimento do Jogo Internacional da liga, afirmou que a MLB planeja realizar jogos em solo brasileiro e cogita até abrir um escritório no País. “Queremos muito ter uma presença maior, e a cada ano estamos fazendo mais atividades e aparecendo ainda mais na mídia. Vamos continuar com isso. Ainda estamos estudando a possibilidade de abrir um escritório aqui. Mas o processo não é rápido.”
Sobre a realização de um jogo envolvendo franquias da MLB ou até uma etapa classificatória do World Baseball Classic, Caleb seguiu cauteloso. “Seria necessária a reforma do Estádio Mie Nishi (foto), ou a construção de outro campo. Muito se falou sobre o ‘padrão Fifa’ nos últimos anos, mas a MLB também tem um padrão que tem que ser seguido para que possam ser realizados jogos profissionais.”
“A realidade é que os campos no Brasil estão muito longo desse ‘padrão MLB’. Mas isso não quer dizer que não vamos parar de estudar possibilidades”, completou Santos-Silva.
O norte-americano lembrou que em 2015, Murray Cook, especialista em ballparks da MLB, foi enviado para avaliar o estádio paulistano. Alguns dos obstáculos atuais do local são a drenagem do gramado, a proximidade com a Marginal Tietê e a iluminação.
Sobre a construção de uma nova casa para o beisebol brasileiro, Caleb afirmou que a intenção não é construir um estádio muito grande, o que pode dificultar e encarecer a manutenção. “Muitos lugares do mundo estão construindo estádios que podem ser ampliados para sediar um evento de grande escala.”
Caleb lembrou do estádio do time holandês Hoofddorp Pioniers (foto à esquerda). Construído em 2013, o local tem capacidade para receber apenas mil espectadores, mas arquibancadas móveis podem fazer com que esse número chegue perto dos 30 mil fãs. O estádio foi construído com o auxílio da MLB e seguindo as especificações da liga tanto em tamanho do campo, como os componentes do montinho e tamanho dos vestiários. O estádio custou cerca de US$ 15 milhões.
“Vamos estudar isso. Depende, daqui alguns anos, com esse trabalho que fazemos, o beisebol pode se tornar mais popular no Brasil. Não é louco imaginar um estádio grande, um estádio nacional de beisebol, com alta qualidade e que pode realizar esses eventos. Acho que as coisas vão evoluindo em um caminho certo”, projetou o coordenador.
(Fotos: Divulgação/ Prefeitura de São Paulo/ Prefeitura de São Paulo/ MLB)