Clayton Kershaw concorda com a decisão de ser substituído após sete entradas perfeitas
Pitcher é o segundo atleta ‘impedido’ de buscar um jogo perfeito
Na noite da última quarta-feira (13), uma decisão do manager do Los Angeles Dodgers revoltou parte da torcida. No confronto contra o Minnesota Twins, o arremessador Clayton Kershaw se encaminhava para um jogo perfeito. Substituído após a sétima entrada, com 80 arremessos, o atleta foi impossibilitado de conseguir a maior marca pessoal de um pitcher. E mesmo com o chiado dos fãs, o jogador disse que concordou com seu treinador.
“Culpa do locaute. Culpa de não ter pego numa bola de beisebol até janeiro deste ano. Nos últimos dois innings minha slider estava horrível, não dava mais. Era a hora”, disse Kershaw.
Outros pontos considerados pelo histórico ace dos Dodgers foram a lesão sofrida no braço esquerdo em 2021 e a injeção de plaquetas recebida em outubro daquele ano, que podem ter influenciado no desempenho em campo.
O eleito em três oportunidades Cy Young, MVP da Liga Nacional em 2014, oito vezes All-Star e considerado um dos melhores pitchers da história até tem um no-hitter conquistado em 2014, mas buscava o primeiro perfect game de Los Angeles desde 1965, quando o lendário Sandy Koufax atingiu o feito.
Considerado o vilão da história, o manager Dave Roberts já havia passado por situações parecidas, quando em 2016 removeu Rich Hill do montinho após exatas sete entradas sem nenhuma falha.
Naquele ano, o estreante Ross Stripling também deixou o campo durante a sétima entrada sem sofrer rebatidas. E ainda houve o caso de Walker Buehler, que durante a sua terceira aparição oficial pelos Dodgers em 2018, foi substituído depois do quinto inning sem permitir contatos no bastão.
Sobre Kershaw, Roberts se explicou citando a questão física do seu jogador: “Ele foi bastante honesto e entendeu onde estava, como estava se sentindo, o que estava em jogo; a vitória, o no-hitter, um potencial risco à saúde, tudo isso importa. Não existe uma resposta 100% certa, mas neste caso senti bem claramente que a decisão correta era ‘Complete sete grandes entradas e dê a bola para outro cara’”.
Sobre esta fala, Clayton Kershaw disse que gostaria de continuar em campo, mas entendeu e concordou com a ordem do seu superior: “No fim do dia, todas essas coisas individuais são objetivos egoístas. Queríamos ganhar, estávamos aqui para isso. Por mais que eu quisesse, arremessei 75 vezes num jogo de simulação que não chegou a seis innings, muito menos sete. É claro, queria ter feito isso [continuar na partida], talvez tenha outra chance. Quem sabe?”
O arremessador que sofreu na última temporada com problemas físicos ficou fora de combate por dois meses por conta de uma inflamação no braço esquerdo – o principal – do jogador. Mesmo voltando em setembro e participando de quatro partidas, a preocupação com a saúde de Kershaw geram muitos cuidados por parte do Los Angeles Dodgers. Pela primeira vez em toda a sua carreira, o atleta cogitou vestir outra camisa na inter-temporada, quando pensou em voltar à sua terra natal e assinar com o Texas Rangers.
“Existia uma grande indecisão em torno dele”, disse o catcher dos Dodgers Austin Barnes. “Sua saúde, seu braço. Daí veio o Spring Training e estávamos prontos para jogar. Foi surpreendente para mim como ele estava bem e liderando o time”.
Mesmo com o feito interrompido, Clayton Kershaw se aproximou de Don Sutton como o arremessador com mais strikeouts pelos Dodgers. Com mais 13, ele irá empatar a marca máxima de 2.696.
“Ele é um pitcher de elite. Sabe como arremessar, sabe como ler os rebatedores e as situações. Até mesmo quando não está jogando em seu nível máximo, ele consegue nos trazer a vitória”, continuou Barnes.
Foto: Reprodução Twitter/Los Angeles Dodgers