Claire Eccles quebra barreira do sexo na West Coast League
Arremessadora Claire Eccles será primeira mulher a atuar em importante liga universitária de beisebol
A canadense Claire Eccles tem apenas 19 anos e, se você não acompanha atentamente o beisebol e softbol feminino, em que defende o time da University of British Columbia, no Canadá, provavelmente nunca ouvi falar dela. Isso mudará: se nada fugir do padrão, ela fará história a partir de 6 de junho, quando passará a integrar o elenco do Vancouver HarbourCats, tornando-se a primeira mulher a atuar na West Coast League, uma liga universitária de verão que inclui times do Oregon, Washington (estado) e do Canadá.
Claire já disputou os Jogos Panamericanos de Toronto, em 2015, e duas edições da Copa do Mundo Feminina de Beisebol, mas agora romperá a barreira do sexo na West Coast League, o que certamente aumentará a discussão sobre a possibilidade de uma mulher, no futuro, integrar o elenco de uma franquia da Major League Baseball. Essa discussão ganhou força em 2014, após Mo’ne Davis, então com 13 anos, tornar-se a primeira mulher a conseguir uma vitória na Little League World Series.
Especialista no knuckleball, um dos arremessos mais diferentes e difíceis do beisebol (é feito com as pontas dos dedos e eventualmente as unhas, o que gera um efeito inesperado. Entre os knuckleballers na MLB, estão R.A. Dickey e Steven Wright), Claire Eccles deve inicialmente ser utilizada no bullpen. Sua bola rápida atinge 76 milhas por hora (cerca de 122 quilômetros), mas foi o knuckleball que convenceu o manager dos HarbourCats, Brad Norris-Jones, a dar uma chance a ela.
The new LHP throws a bit for the crowd at #RoyalAthleticPark @HarbourCats @claireeccles4 @WCLBaseball #yyj Victoria pic.twitter.com/JcnLkS56oB
— Victoria News (@VictoriaNews) 16 de maio de 2017
Ela falou ao site da MLB sobre sua carreira e a inclusão das mulheres no restrito mundo do beisebol profissional nos Estados Unidos, e foi enfática sobre o assunto. “Eu definitivamente acredito que uma mulher atuará na MLB. É meu sonho de infância, mas independente de ser eu ou não, tenho certeza de que teremos uma jogadora no futuro”, afirmou ela.
Claire citou como ídolos Ichiro Suzuki (por toda a habilidade que tem, sem ser o maior ou mais rápido jogador da MLB), Derek Jeter (por ser icônico) e Randy Johnson (canhoto como ela), e explicou como a experiência que teve com a seleção canadense pode ajudar em sua nova empreitada. “Acho que (atuar na Copa do Mundo Feminina e nos Jogos Pan-Americanos) me ajudará muito enquanto estiver com os HarbourCats, porque grandes públicos não são algo que eu nunca lidei antes”. A média de público do time de Vancouver em 2016 chegou a 2,3 mil pessoas.
Ao jornal canadense The Globe and Mail, Brad Norris-Jones, técnico de Claire, comentou a situação, e deu show no aspecto de inclusão. “Tenho 100% de certeza de que Claire é boa o suficiente para fazer parte do nosso time. Será um desafio para ela? Com certeza. Mas temos que envolver todo mundo e mostrar que em 2017 isso não é diferente, não é esquisito, é normal”, disse ele. A temporada da West Coast Leagu tem 54 jogos, começando no final de maio.
Crédito das imagens: Reprodução/Twitter